Como bem aproveitar as lições estudadas
Na segunda epístola de Paulo a Timóteo, capítulo 2, item
7, aquele escreve ao amigo, a quem ele chama de filho
amado, recomendando: “Pondera o que acabo de dizer,
porque o Senhor dará compreensão em todas as cousas”.
Saulo, “o vaso escolhido”, na adjetivação que lhe foi
conferida por Jesus, foi o ferrenho e inveterado
defensor e propagador fiel da Lei Mosaica, a Torá, pois
seus propósitos era o de que o Judaísmo fosse a
representação do povo escolhido por Deus, a quem
transmitiu, por intermédio de Moisés, os dez
mandamentos.
Movido por essa convicção, e certo de estar defendendo
os princípios religiosos dos seus antepassados, usava
até da violência, com tais propósitos que para ele
representavam o melhor que poderia fazer em defesa dos
seus ideais religiosos.
Da mesma forma fiel que defendia a lei Mosaica, passou a
perseguir o Cristianismo nascente e seus adeptos. Lutou
bravamente nessa tarefa inglória, chegando a determinar
a prisão de Estêvão, convicto cristão, por ter
suplantado os seus argumentos em defesa da Torá,
mencionando os ensinamentos da Boa Nova, trazidos por
Jesus.
Estêvão foi preso e, julgado pelo Sinédrio, foi
condenado à morte por apedrejamento. Saulo foi o
responsável pela morte do primeiro cristão.
Tendo conhecimento de que Ananias, também cristão, foi o
responsável por converter sua noiva ao Cristianismo, e
sabendo que este residia na cidade de Damasco, munido de
ordens do Sinédrio, tratou de viajar ao seu encalço, com
a finalidade de trazê-lo prisioneiro para Jerusalém a
fim de ser julgado e também condenado à morte.
Nas proximidades da cidade de Damasco, Jesus lhe
apareceu na sublimidade da Sua grandeza espiritual,
envolvendo-o com ternura e amor, e tão forte foi a luz
brilhante emanada do Seu ser espiritual que,
ofuscando-lhe a visão, Saulo, caindo ao chão, cego,
ouviu Jesus a lhe dizer: “Saulo, Saulo, por que me
persegues?”. Respondeu: “Quem sois, Senhor?”; ouviu
Jesus a dizer: “Eu sou Jesus a quem tu persegues”.
Deslumbrado com as palavras ditas por Jesus, não
encontrando outra forma para responder, apenas afirmou:
“O que queres que eu faça?”.
Neste instante aconteceu o inesperado, houve a
transformação na compreensão e nos sentimentos do
destemido apóstolo, aclarando-lhe o entendimento, quando
Jesus torna a dizer-lhe: “Entra em Damasco e ali lhe
serão dadas as orientações necessárias”.
Ananias, orientado por Jesus, dirigiu-se para onde Saulo
se hospedara, colocando as mãos sobre os seus olhos, uma
espécie de escama deles caiu, retornando-lhe a visão.
Depois de ficar três anos no deserto, por recomendação
de seu amigo Gamaliel, retornou para Jerusalém quando, a
conselho de Pedro, o Apóstolo alterou seu nome para
Paulo.
Tomando conhecimento das lições de Jesus tornou-se o
sublime defensor e propagador da Boa Nova e, convicto da
nova verdade, declarou: “já não sou mais eu quem vive,
mas o Cristo que vive em mim”.
É por isso que a sua recomendação ao amado filho Timóteo
tem significado especial e profundo para nós, aprendizes
das lições que o Espiritismo traz.
Ponderar, segundo o Aurélio, significa: examinar com
atenção e minúcia; apreciar maduramente, considerar,
medir, pesar; pensar muito, refletir, meditar.
É isso que Paulo nos recomenda para que as lições que
nos sejam ministradas possam ser bem compreendidas e bem
aproveitadas, operar em nós a elaboração das mudanças
dos nossos conceitos de vida, fugindo do materialismo
insensato, que tanto prejuízo tem causado para a maioria
das criaturas humanas, ainda inconscientes de onde
viemos, por que vivemos e para onde iremos, após a morte
do corpo físico, por desconhecer que somos Espíritos
imortais.
Isso tudo acontece pela nossa distração em não
ponderarmos quanto às lições que recebemos através de
muitas fontes, hoje disponíveis, que são desprezadas
pelos que têm olhos de ver e não veem, ouvidos para
ouvir e não ouvem, segundo as advertências de Jesus.
Nosso desejo é que os queridos leitores que nos leem,
possam, inquirindo intimamente a própria consciência e
melhor refletindo, tomar novos rumos à própria vida,
para o bom proveito da presente oportunidade que a vida
nos concede, pela misericórdia divina.
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