A
epifania
da
oportunidade
Na vida
existem
certas
pessoas
cuja
biografia
é
inacreditável.
Albert
Einstein,
referindo-se
a
Mahatma
Gandhi,
indicou
que as gerações
por vir
teriam
dificuldade
em
acreditar
que um
homem
como
este
realmente
existiu
e
caminhou
sobre a
Terra.
Figuras
que
romperam
paradigmas,
que
souberam
fazer o
que
devia
ser
feito.
Com
coragem
e amor,
entraram
para a
história
pela
porta da
frente.
Um
destes
foi
Oskar
Schindler
(1908-1974),
industrial
que
salvou
cerca de
1.200
judeus
do
holocausto
na
segunda
guerra
mundial,
e que
teve a
sua
história
retratada
em um
romance, Schindler's
Ark (1982),
de
Thomas
Keneally,
e que
foi
adaptado
para o
cinema
por
Steven
Spielberg
em 1993,
na
película
“A lista
de
Schindler”,
premiado
filme
estrelado
por Liam
Neeson e
Ben
Kingsley.
Uma cena
no final
do filme
ficou
guardada
na
memória
dos que
o viram,
quando
diante
dos que
ele
salvou
Schindler
tem uma
epifania
em
relação
aos bens
que ele
ainda
possuía
e que
podiam
ter se
convertido
na
salvação
de mais
vidas
judias.
E,
olhando
o carro,
o anel,
ele
repete
atônito,
aos
prantos: “-
Eu podia
ter
salvado
mais uma
pessoa,
e não
salvei!”.
Todos
nós
temos
esses
momentos
de
epifania,
diante
da
oportunidade
não
aproveitada.
E um
destes,
inclusive,
de
caráter
compulsório,
é o
pós-desencarne,
no qual
vemos,
aos
poucos,
o que
fizemos
e o que
podíamos
ter
feito.
Uma
sensação
dolorosa,
do saber
que era
possível,
e não
ter
abraçado
a causa
com o
empenho
necessário.
Para
evitar
essa
incômoda
epifania,
importa
fazer
cotidianamente
uma
autoanálise,
que nos
imponha
esse
questionamento,
se
estamos
fazendo
tudo o
que
podemos,
e na
direção
certa.
Pensar
se
estamos
acumulando
coisas
inservíveis,
se
estamos
olhando
a vida
com uma
perspectiva
espiritual,
e ainda,
estimar
se
poderemos
reverter
as
decisões
equivocadas,
nos
projetando
no
futuro.
A vida é
uma
longa
estrada
em que
caminhamos,
movidos
por um
impulso
permanente,
e nessa
trajetória
encontramos
pedras
que
pulamos,
flores
que
colhemos,
companheiros
de
viagem a
quem
oferecemos
os
ombros,
e vamos
seguindo,
de forma
inexorável,
e o que
passa
fica lá
para
trás. Só
voltamos
em
outras
conjunturas,
em
outras
realidades,
até com
os
mesmos
atores,
mas em
circunstâncias
levemente
diferentes.
Ciclos
que se
repetem
quase da
mesma
maneira,
e que
nos
lembram
a
importância
do tempo
presente,
e de
decidir
de forma
refletida,
como
seres
eternos.
A
oportunidade
é uma
peça da
paisagem
ao longo
dessa
estrada,
que nos
surge
como
presente.
Pode ser
um posto
de
gasolina,
uma
árvore
frondosa
com
frutas,
um
ambulante
vendendo
água.
Passamos
por
estas e
por
vezes só
olhamos
o
momento,
esquecidos
de olhar
para
frente,
e para
trás, e
de
sopesar
se
aquela
breve
parada
para
abastecer,
colher
uma
fruta ou
comprar
água,
poderá
ser
essencial
para a
nossa
jornada.
Pelo
contrário,
ansiosos
com a
chegada,
com a
velocidade,
seguimos
entre
pedras e
flores,
sem
pensar
na nossa
vida com
as
lentes
do
Espírito.
E a
epifania
da
oportunidade
nos vem
lembrar
dessa
vida
eterna,
de que
sempre é
possível
recomeçar,
mas que
isso tem
um
custo, o
custo da
aprendizagem
e do
refazimento.
Poderíamos
ter
salvado
mais uma
pessoa?
Que a
voz de
Schindler
ecoe em
nossa
mente, a
cada
dia, na
consciência
de quem
conduz a
sua
vida,
com
serenidade
e com
seriedade,
para que
ao fim
da
estrada
atravessemos
a
fronteira
do país
da luz,
em dia
com a
nossa
responsabilidade
com a
evolução.
Com a
nossa e
com a
dos que
viajam
conosco.
|