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por José Estênio Gomes Negreiros

 

Vida e obra de Léon Denis


"A fé espírita desemboca, com efeito, no amor, mas postula em primeiro lugar o conhecimento da alma, do destino e de Deus. Não é somente fé, é um ensinamento, é um critério que desafia a contradição." (Léon Denis)


Entre as incontáveis efemérides espíritas, o dia 1º de janeiro é a data do nascimento de Léon Denis, ocorrido em 1846, em Toul, pequeno lugarejo de Foug, na França.

Reconhecido pelos espiritistas como o grande continuador da obra de Allan Kardec, Léon Denis, coincidentemente, carrega em seu nome um dos sobrenomes do Codificador, que como sabemos é Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Filho de um oficial de pedreiro, de bela aparência, Joseph Denis, e de uma camponesa, Anne-Lucie, e neto pelo lado paterno de um antigo e obscuro soldado de Napoleão Bonaparte, Denis nada tinha em sua bagagem familiar ascendente que arriscasse alguém a dizer que ele se tornaria um escritor talentoso e renomado em toda a França.

Em Strasburg, para onde sua família se mudara, o ‘poeta do Espiritismo’, como tempos depois ficaria conhecido, deu início ao seu aprendizado escolar, na pequena escola do Sr. Haas, cujos alunos eram tidos como turbulentos, principalmente em face da secular animosidade entre dois grupos oponentes de alunos, os alemães e os gauleses. As constantes brigas entre eles impediam aqueles garotos de terem uma educação razoável.

Naquela ocasião, em Bordeaux, surgiu uma vaga de trabalho na Casa da Moeda na qual se colocou Joseph Denis, para onde ele se transferiu com a família. Mesmo com o novo emprego as dificuldades financeiras perduravam e isso obrigou Léon Denis, mesmo ainda criança, a abandonar os estudos para ajudar o pai no sustento da família, polindo moedas, tarefa essa que esfolavam os seus pequenos dedos, os quais se tingiam de sangue ao manusear as lâminas de cobre.

Concluída a refundição das moedas, em março de 1857, Joseph Denis deixou o emprego e foi trabalhar na Companhia das Estradas de Ferro do Sul, na qual, primeiramente foi carteiro, na Estação de Bordeaux, e algum tempo depois foi promovido a Chefe da Estação de Morcenx, em Landes. Tal promoção, de alguma forma, aliviou um pouco os apertos financeiros daquela modesta família.

Ali, entre a solidão do lugar e o barulho das locomotivas, Léon Denis, então com onze anos, retomou e se entregou intrepidamente aos estudos, orientado por um professor que fora discípulo de Jean-Jacques Rousseau. Inteligente e vivaz, os conhecimentos que adquiria na escola eram como clarões a iluminar novos horizontes para aquela mente ávida pelo Saber.

Landes não seria ainda a fixação da família de Joseph Denis. Somente ao cabo de muitas mudanças, em razão do trabalho do seu chefe, aquela família, enfim, estabeleceu-se em Tours definitivamente, apesar de persistirem as dificuldades de subsistência.

Foi naquela cidade que começou a se formar o embrião da brilhante carreira literária do mais destacado continuador da obra iniciada pelo Codificador do Espiritismo.

Bem, estimado leitor, não é o propósito deste modesto articulista escrever aqui a sua biografia, mas tão somente prestar-lhe uma humilde homenagem neste janeiro de 2019, quando se completam cento e setenta e três anos de nascimento do magistral escritor e Espírito de escol que foi e é Léon Denis.

Ao fazer este curto ensaio da história da sua existência terráquea, viso apenas a estimular aos que se derem ao trabalho de ler este artigo e que se interessam pela vida e obra daquele luminar do Espiritismo, a conhecer, se ainda não conhecem, o livro Léon Denis, O Apóstolo do Espiritismo - Sua Vida, sua Obra, de autoria de Gaston Luce, seu amigo e companheiro na tarefa de disseminação da Doutrina dos Espíritos. É um registro literário de fôlego contendo minudências da romagem do escritor por esta vida e que pode ser ‘baixado’, gratuitamente, na Internet, na página https://goo.gl/uyVF7N

Concluindo este artigo, expresso em particular aos companheiros de O Consolador e a todos os leitores que nos honram com suas visitas à sua página na rede mundial de computadores, as minhas aspirações de que o Ano de 2019 seja proficiente nas lutas e realizações em benefício dos nossos irmãos de jornada terrena, encarnados e desencarnados, e que cada um se dedique, na medida das suas possibilidades, à prática efetiva da verdadeira Caridade.

Que as bênçãos de Deus Nosso Senhor se derramem sobre todos nós, hoje e sempre.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita