Entendendo de mediunidade
e do caso complicado de João de Deus
Kardec deixou claro que todos nós somos um pouco
médiuns, e que há os especiais equivalentes aos profetas
bíblicos, que recebem Espíritos, psicografam, e que há
mensagens e até livros dos Espíritos manifestantes. E há
também os médiuns psicofônicos, pelos quais, Espíritos
falam, ditando textos e até livros que, hoje, podem ser
gravados e ouvidos à vontade pelos estudiosos do
assunto. Para alguém entender bem de mediunidade, ele
precisa estudar uns quatro anos, como numa faculdade
espírita. E é, por isso, que o Espiritismo é também
ciência, na área da parapsicologia, radiônica,
psicologia profunda, e por que não também da Bíblia?
Esta coluna é complemento da anterior “As semeaduras de
João de Deus e suas inexoráveis colheitas”. Nos
comentários dela, no Portal de O TEMPO
(www.otempo.com.br), alguém afirmou que eu fiquei em
cima do muro a respeito do citado médium. É que não o
conheço e menos ainda o seu trabalho mediúnico. Como já
foi dito, a mediunidade exige um estudo longo, para que
se possa entendê-la bem, principalmente, no quesito do
estado em que o médium fica durante o transe. Se
inconsciente, é a entidade que age através dele. Ele
pode, pois, não se lembrar de nada do ocorrido durante o
seu transe. Mas o médium mau tem culpa, por sua baixa
sintonia e a consequente atração de Espíritos ainda
atrasados e abusadores.
Se o Espírito for de um médico, o seu trabalho
espiritual é igual ao de um médico. Quer dizer, o
Espírito através do médium pode palpar partes do
paciente como o faz um médico terreno, para constatar se
há alguma anormalidade como, por exemplo, um tumor
interno no paciente. Isso ocorre, mais frequentemente,
quando os exames são para se constatar a necessidade ou
não de cirurgias espirituais. E uma pessoa que não tenha
um conhecimento sobre a medicina espiritual, por meio
dum médium, pode pensar que se trata de uma leviandade
ou abuso do médium, o que pode de fato ocorrer quando se
trata de um médium mau. Mas qual é o médium mau ou
aproveitador? E quando ele fica inconsciente ou
consciente no seu transe?
E, infelizmente, há mais uma agravante muito séria.
Existem fanáticos religiosos que apedrejam e até
incendeiam centros espíritas, de candomblé, de Umbanda e
mesmo igrejas contrárias a eles. E por que, então, esses
fanáticos religiosos não dariam possíveis falsos
testemunhos, e ainda mais por telefone? O centro de João
de Deus, pelas suas características, é de Umbanda. Mas
ele se diz católico, o que não é surpreendente, pois,
hoje, é comum as pessoas terem mais de uma crença!
Os magistrados, ao estudarem os processos, para darem
suas sentenças de absolvição ou condenação,
frequentemente, nomeiam um perito de sua confiança
especialista no assunto. E é no parecer do perito que
eles fundamentam a sua sentença. Não seria, pois, esse
caso um dos que mais necessitariam de um perito especial
em mediunidade e que seja de insuspeita idoneidade? O
certo é que a questão vai queimar a cuca dos
magistrados!
E para complicar mais ainda esse já tão complicado caso,
os noticiários de duas poderosas redes de TV nacionais
parecem estar divididos. Um estaria mais com o médium, e
outro contra ele. O certo é que esse ‘balaio de gatos’
vai esquentar mesmo os neurônios dos magistrados que
conhecem mediunidade! E como, então, um simples
colunista poderia condenar ou absolver o médium João de
Deus?
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