Diante da noite
Clamando em toda a Terra há sofrimento insano,
Ao látego da dor que vibra estrada afora,
Abrindo sem cessar, em sombra que apavora,
Os conflitos do mal escuro e desumano.
Enquanto o mundo hostil se despedaça e chora,
Desditoso e revel no extremo desengano,
Abre teu coração ao Cristo soberano
E aguarda a nova luz da sublimada aurora.
Ruge, em torno de nós, a tempestade imensa…
O aquilão(1) da impiedade e o frio da
descrença
Trazem negrume e lama à carne transitória.
Somente com Jesus a alma operosa e atenta
Vive acima da treva e acima da tormenta,
Prelibando o esplendor da suprema vitória.
(1) Aquilão:
[linguagem poética] vento violento e frio.
Do livro Através do Tempo, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.