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por Hugo Alvarenga Novaes

 

Erro avaliativo
 

Muitos pensam que Allan Kardec (1804-1869), codificador do Espiritismo, teve a presunção de escrever um Evangelho seu. Enganam-se! Ele apenas interpretou os existentes.

Alguns líderes religiosos, ao invés de exaltarem o que há de bom, preferem denegrir os possuidores de ideias contrárias e, aproveitando-se do fato de que um dos livros da Doutrina Espírita se chama “O Evangelho segundo o Espiritismo”, fazem um jogo de palavras com isso, iludindo seus fiéis. Assim, minimizam a dispersão de suas ovelhas, levando-as para as igrejas onde lideram. Astutos eles, não?

Ora, preocupando-se com questões de somenos importância, não veem que uma das principais máximas de Cristo, que é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22,37-40), é desprezada.

Esses líderes religiosos pouco citam o mandamento de Jesus que nos ensina a amar uns aos outros como Ele nos amou, e o Amado Rabi ainda fala que se nós amarmos aos outros, seremos também como os seus discípulos (João 13,34-35).

O Magnânimo Mestre é o tipo mais perfeito que Deus nos ofereceu para guia e modelo (O Livro dos Espíritos, pergunta 625), portanto estranhamos ser a sua palavra contradita por dirigentes religiosos, que, do jeito como agem, estimulam indiretamente seus seguidores a odiarem aos discordantes. No entanto, o Sublime Nazareno recomendou-nos que amássemos até aos inimigos (Mateus 5,44), pois fácil é amarmos e saudarmos os afins (Mateus 5,46-47).

Particularmente, acho que esses líderes religiosos não têm a evolução necessária para compreender o real sentido da caridade ou mesmo da reencarnação. Estes, nesta existência, por enquanto são como Jesus disse: “Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora.” (João 16,12). Também me lembro da frase dita pelo Divino Jardineiro, a qual se refere às assembleias religiosas e aos seus comandantes e comandados. Esta diz assim: “Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.” (Mateus 15,14).

Contudo, tenho certeza de que, mesmo em um tempo distante, mas com a evolução dos habitantes deste orbe, um dia esta situação em que vivemos mudará. E quando chegar essa época, o Espiritismo será reconhecido verdadeiramente que é o Consolador prometido por Jesus.

Para pensar desta forma, nos baseamos nos seguintes textos:

 

O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance. (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 1, item 9).

[...]

Espiritismo! doutrina consoladora e bendita! felizes dos que te conhecem e tiram proveito dos salutares ensinamentos dos Espíritos do Senhor! Para esses, iluminado está o caminho, ao longo do qual podem ler estas palavras que lhes indicam o meio de chegarem ao termo da jornada: caridade prática, caridade do coração, caridade para com o próximo, como para si mesmo; numa palavra: caridade para com todos e amor a Deus acima de todas as coisas, porque o amor a Deus resume todos os deveres e porque impossível é amar realmente a Deus, sem praticar a caridade, da qual fez ele uma lei para todas as criaturas. - Dufêtre, bispo de Nevers. (Bordéus.) (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 10, item 18).

 

Caros leitores, que podemos pensar disso tudo?

 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita