Você está vivo ou morto?
“Os verdadeiros mortos estão sepultados na carne
terrestre.” – Emmanuel.
Não, não estou indagando se você está encarnado
ou desencarnado. O sentido está contido bem
claramente na frase de Emmanuel em epígrafe.
O honorável benfeitor de todos nós lança uma
advertência muito séria, principalmente para
aqueles que julgam que usufruindo de um corpo é
estar mergulhado na vida.
Todos os nossos semelhantes que se encontram
mergulhados nos mais diferentes tipos de droga
possuem um corpo, mas estão mortos.
Aqueles outros envolvidos nos mais diferentes
tipos de crimes, embora estejam na posse de um
corpo material, também estão mortos.
Os corruptos e corruptores podem gozar da mais
perfeita saúde, mas estão da mesma forma,
mortos.
Os pais que abandonam filhos recém-nascidos ou
filhos que arquitetam e consumam a morte dos
próprios genitores só aparentam estar vivos
porque, em realidade, estão mortos.
Aqueles que praticam o aborto atrás do dinheiro
que comprometerá sua existência atual e as
futuras, também não possuem vida. Estão mortos.
Doutor José Carlos de Lucca em seu livro na
Luz da Vitória, reflexiona que aqueles
mergulhados na ociosidade, na ausência de
vontade, na inexistência de sentido de vida, na
indiferença, na preguiça, no vitimismo, na falta
de esforço, na descrença generalizada podem
estar sepultados ainda na experiência física.
Diz ele: “Os verdadeiros mortos estão
biologicamente vivos, embora espiritualmente
enterrados no túmulo do imobilismo”.
Será que foi por isso que Chico Xavier, Madre
Teresa de Calcutá, irmã Dulce, Albert Schweitzer
e tantos outros optaram viver em plenitude
trabalhando incansavelmente pelos sofredores?
Quando Jesus curava um enfermo de qualquer
doença que atormentava-lhe o corpo físico ele
não queria desenterrar o Espírito imortal? É
evidente que sim. Todos os corpos curados, sem
nenhuma exceção, conheceram o fenômeno da morte!
Claro que o primeiro choque provocado pela sua
intervenção de devolver a saúde por algum tempo
era o chamariz para uma realidade mais profunda,
mas a intenção era a de evitar a morte do
Espírito em trânsito pela Terra. E quando é que
um Espírito morre? Quando ele perde as
oportunidades proporcionadas pela reencarnação
de trabalhar no campo do bem, razão maior pela
qual ele tomou posse de um novo corpo físico.
No episódio da morte de Lázaro, Jesus não teve
pressa de trazer o amigo para fora da sepultura
onde se encontrava porque sabia perfeitamente
que Lázaro estava vivo no corpo, mas talvez
estivesse apenas biologicamente vivo.
Como estamos nós? Numa análise profunda e
corajosa da nossa verdadeira realidade, estamos
sepultados em um corpo excelentemente saudável
que frequenta uma academia para os devidos
exercícios aeróbicos ou estamos vivos por fora e
também por dentro como um Espírito que aproveita
as oportunidades de crescimento moral? O que
revelam as nossas atitudes, as nossas escolhas,
o nosso modo de pensar e agir?
Cuidamos rigorosamente do corpo físico, atitude
essa correta porque é nosso instrumento de
trabalho, mas o que estamos fazendo além do
biologicamente correto? Podemos nos considerar
vivos em um corpo saudável ou estaremos
sepultados numa organização física que esbanja
saúde?
Dosamos a alimentação, nos abstemos do uso de
nicotina e do álcool, dormimos as horas
necessárias para o descanso devido, mas o que
fazemos depois com esse instrumento de trabalho
tão rigorosamente cuidado?
Adianta adquirir uma Mercedes ou uma Ferrari e
ficá-los lavando e polindo sem tirá-los da
garagem para que não sofram nem um mínimo
arranhão ou sobre eles se assente o microscópico
grão de areia?
E então, meu amigo e minha amiga? Como está
sendo utilizada essa Mercedes ou Ferrari do
seu corpo aqui na Terra? Tem você saído com eles
da garagem rumando em direção ao objetivo
maior por que retornamos a uma nova
reencarnação? O motorista que é você com total
liberdade de ir para onde desejar, para onde
está direcionando o carro da sua existência? O
proprietário temporário desse corpo tem
encontrado tempo para algumas mínimas ações no
campo do bem?
Estamos bem vivos no corpo físico ou sepultados
nele? Como está nossa bagagem preparada para o
retorno à pátria espiritual?
Vamos encerrar com uma citação do mesmo autor do
livro antes mencionado e de autoria do poeta
Emílio Moura: “Viver não dói, o que dói é a vida
que se não vive. Tanto mais bela sonhada, tanto
mais triste perdida”.
Tem você sentido dores ou tristezas?