Ressurreição e
reencarnação
O termo ressurreição tem sido, através dos tempos, mal
interpretado. No tempo de Jesus, os judeus tinham ideias
imprecisas a respeito do termo.
Segundo Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo,
a Reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus. Apenas
as suas ideias não eram bem definidas, porque apenas
tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da
sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que
vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que
maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo
RESSURREIÇÃO o que o Espiritismo, mais judiciosamente,
chama de REENCARNAÇÃO.
Ensina Kardec: “Com efeito, a ressurreição dá ideia de
voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência
demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando
os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo
dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma
ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo
especialmente formando para ele e que nada tem de comum
com o antigo. A palavra ressurreição podia assim
aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros
profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João era
Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois
que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos.
João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não
ressuscitado”.
Ainda nos nossos dias as religiões continuam fazendo
muita confusão a respeito do assunto. Ensinam elas que a
alma após a morte do corpo físico volta para o mundo
espiritual e fica dormindo o sono eterno até o dia do
juízo final, quando retornarão a viver no mesmo corpo
com que viveram aqui na Terra. Como ensina Kardec, tal
procedimento é impossível segundo demonstra a Ciência.
Poderiam alegar as religiões que Deus tem poderes para
fazer o que quiser, desde que Ele é todo-poderoso. Mas
se analisarmos com olhos de ver, haveremos de concordar
que Deus mostra o seu poder pela maneira justa e
grandiosa de suas leis, sem necessidade de realizar
milagres. Jesus ensinou ”não vim derrogar as leis, mas
cumpri-las”, demonstrando, assim, que não é necessário
derrogar nenhuma Lei divina para que a sua vontade seja
cumprida.
O Espiritismo veio para esclarecer com detalhes os
ensinamentos de Jesus, quando recomenda a Nicodemos ser
preciso nascer de novo.
A reencarnação, portanto, como ensina o Espiritismo, tem
lógica racional, é de bom senso e nos fala a razão de
forma plausível, pois a volta do Espírito a um novo
corpo tem por finalidade fazê-los chegar à perfeição. (O
Livro dos Espíritos, questão 132.)
Assim sendo, a reencarnação é a única lei por meio da
qual poderemos avaliar a completa justiça de Deus. Só
ela é capaz de nos explicar, sem nenhum malabarismo, as
diferenças entre as criaturas humanas. Somente ela
explica de forma racional por que uns nascem perfeitos e
belos e outros com enormes deficiências físicas; por que
uns nascem em berço de ouro e outros na miséria; por que
uns são inteligentes e outros com grandes dificuldades
até para alfabetizar-se.
Portanto, como afirma um Espírito amigo, só a
reencarnação prova a justiça de Deus, se ela não
existisse seria preciso inventá-la, também, para essa
finalidade.
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