As semeaduras de João de Deus e suas inexoráveis
colheitas
A mediunidade ostensiva pode ser de qualquer indivíduo:
um santo ou um famigerado bandido e até mesmo um ateu.
Aliás, o médium ostensivo, numa comparação, é como se
fosse um para-raios, só que ele atrai Espíritos. Se ele
for uma pessoa de um espírito bom (evoluído),
geralmente, ele atrai Espíritos também bons
(adiantados). Dissemos ‘geralmente’, pois, uma pessoa de
um espírito bom pode atrair também Espíritos atrasados.
O próprio Jesus é um exemplo. Ele foi tentado por um
Espírito mau, só que Ele não caiu na tentação. E é o que
oramos no Pai Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação”.
Se João de Deus errou conscientemente, tem de pagar,
pois ele teve conhecimento do erro. E optou por fazer o
mal, ou seja, aceitou cair na tentação. Todos os seres
humanos, com exceção dos doentes mentais, são
responsáveis pelo que fazem de errado. Daí a consequente
colheita do que ele semeou de mal, quer nesta mesma
vida, quer numa anterior. O certo é que ele tem de pagar
tudo mesmo até o último centavo (São Mateus, 5: 26). De
acordo com essa lei bíblica e universal de causa e
efeito ou da semeadura livre e da colheita obrigatória,
se o indivíduo tiver culpa a pagar da palingenesia atual
ou anterior, ele a pagará nesta vida ou numa outra
palingenesia futura. (Palingenesia é uma palavra grega e
portuguesa sinônima de reencarnação presente na Bíblia,
em Mateus 19: 28; e Tito 3: 5, a qual foi omitida pelos
tradutores, que, além disso, truncaram também os textos
em que ela aparece e a traduziram erradamente por
‘regeneração’.)
A lei de causa e efeito é chamada também de carma. E,
realmente, ela é inexorável. Como se diz: quem tem culpa
no cartório, dela não escapa jamais!
Os católicos de hoje, deixando de lado o inferno Hades
da Mitologia Grega, pintado e difundido por Dante, em
sua “Divina Comédia”, entendem por carma o Purgatório. A
Igreja diz não saber onde ele fica. E isso abre um leque
para se concluir que ele é aqui mesmo. Daí o provérbio
popular: “Aqui se faz, aqui se paga”!
Os Espíritos influem muito em nossas vidas e até nos
dominam (Questão 459 de O Livro dos Espíritos, de
Kardec). E para os cientistas pesquisadores da
mediunidade, alguns de Prêmio Nobel, o médium em transe
pode ficar totalmente inconsciente, ignorando, pois, o
que ocorre com ele. A Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa
Grega e Russa, as Protestantes e Evangélicas chamam
esses casos de possessão de um demônio que, na verdade,
é um Espírito humano (“daimon”) mau (ainda muito
atrasado). Como disse Jesus, é com oração e jejum que
alguns Espíritos podem ser dominados, ou seja, o que os
contata deve orar por eles e por si próprio, e não os
agredir com palavras e gritos de ameaças, como muitos
ainda fazem, pois, são nossos irmãos. Muitos juízes têm
dado suas sentenças judiciais baseando-se em testemunhos
de Espíritos manifestantes. Há várias obras sobre isso.
Já li uma: “O Espiritismo nos Tribunais”. Vale a
pena uma consulta à Internet.
João de Deus não é espírita. Ele se diz católico. Fez
muitas boas ações ou de amor. E segundo São Pedro elas
anulam uma multidão de pecados (1 Pedro 4:8). Mas como
fica a sua situação se for verdade que fez também muitas
ações más? As duas justiças, a espiritual e a terrena, o
condenarão? ou apenas uma? Não nos arriscamos a opinar,
pois podemos errar!
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