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por José Reis Chaves

 

As semeaduras de João de Deus e suas inexoráveis colheitas


A mediunidade ostensiva pode ser de qualquer indivíduo: um santo ou um famigerado bandido e até mesmo um ateu. Aliás, o médium ostensivo, numa comparação, é como se fosse um para-raios, só que ele atrai Espíritos. Se ele for uma pessoa de um espírito bom (evoluído), geralmente, ele atrai Espíritos também bons (adiantados). Dissemos ‘geralmente’, pois, uma pessoa de um espírito bom pode atrair também Espíritos atrasados. O próprio Jesus é um exemplo. Ele foi tentado por um Espírito mau, só que Ele não caiu na tentação. E é o que oramos no Pai Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação”.  

 Se João de Deus errou conscientemente, tem de pagar, pois ele teve conhecimento do erro. E optou por fazer o mal, ou seja, aceitou cair na tentação. Todos os seres humanos, com exceção dos doentes mentais, são responsáveis pelo que fazem de errado. Daí a consequente colheita do que ele semeou de mal, quer nesta mesma vida, quer numa anterior. O certo é que ele tem de pagar tudo mesmo até o último centavo (São Mateus, 5: 26). De acordo com essa lei bíblica e universal de causa e efeito ou da semeadura livre e da colheita obrigatória, se o indivíduo tiver culpa a pagar da palingenesia atual ou anterior, ele a pagará nesta vida ou numa outra palingenesia futura. (Palingenesia é uma palavra grega e portuguesa sinônima de reencarnação presente na Bíblia, em Mateus 19: 28; e Tito 3: 5, a qual foi omitida pelos tradutores, que, além disso, truncaram também os textos em que ela aparece e a traduziram erradamente por ‘regeneração’.)

A lei de causa e efeito é chamada também de carma. E, realmente, ela é inexorável. Como se diz: quem tem culpa no cartório, dela não escapa jamais!

Os católicos de hoje, deixando de lado o inferno Hades da Mitologia Grega, pintado e difundido por Dante, em sua “Divina Comédia”, entendem por carma o Purgatório. A Igreja diz não saber onde ele fica. E isso abre um leque para se concluir que ele é aqui mesmo. Daí o provérbio popular: “Aqui se faz, aqui se paga”!

Os Espíritos influem muito em nossas vidas e até nos dominam (Questão 459 de O Livro dos Espíritos, de Kardec). E para os cientistas pesquisadores da mediunidade, alguns de Prêmio Nobel, o médium em transe pode ficar totalmente inconsciente, ignorando, pois, o que ocorre com ele. A Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Grega e Russa, as Protestantes e Evangélicas chamam esses casos de possessão de um demônio que, na verdade, é um Espírito humano (“daimon”) mau (ainda muito atrasado). Como disse Jesus, é com oração e jejum que alguns Espíritos podem ser dominados, ou seja, o que os contata deve orar por eles e por si próprio, e não os agredir com palavras e gritos de ameaças, como muitos ainda fazem, pois, são nossos irmãos. Muitos juízes têm dado suas sentenças judiciais baseando-se em testemunhos de Espíritos manifestantes. Há várias obras sobre isso. Já li uma: “O Espiritismo nos Tribunais”. Vale a pena uma consulta à Internet.

João de Deus não é espírita. Ele se diz católico. Fez muitas boas ações ou de amor. E segundo São Pedro elas anulam uma multidão de pecados (1 Pedro 4:8). Mas como fica a sua situação se for verdade que fez também muitas ações más? As duas justiças, a espiritual e a terrena, o condenarão? ou apenas uma? Não nos arriscamos a opinar, pois podemos errar!
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita