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por Marcos Paulo de Oliveira Santos

 
Parábola das Dez Virgens


O Evangelho é repositório fecundo de ensinamentos profundos e complexos.

Vejamos a narrativa da “Parábola das Dez Virgens”:


“Então o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas próprias lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram tolas, e cinco prudentes, pois as tolas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram consigo óleo {de oliva}. As prudentes, porém, levaram óleo {de oliva} nas vasilhas, com suas próprias lâmpadas. E, tardando o noivo, todas cochilaram e adormeceram. Mas, à meia-noite, houve um clamor: Eis o noivo! Saí ao seu encontro! Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam suas próprias lâmpadas. As tolas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso óleo {de oliva}, porque as nossas lâmpadas se apagam. As prudentes responderam, dizendo: De modo nenhum; talvez não seja suficiente para nós e para vós. Ide, antes, aos que vendem e comprai para vós mesmas. Ao saírem para comprar {o óleo}, veio o noivo; as preparadas entraram com ele nas bodas, e a porta foi fechada. Posteriormente, vieram as virgens remanescentes dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos {a porta}. Em resposta, ele disse: Amém vos digo que não vos conheço. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora”
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O texto tem um simbolismo elevado. O que chama atenção são as figuras da virgem e do noivo.

A virgem, neste contexto, não designa uma pessoa virgem fisicamente. Mas, sob um prisma maior, o próprio planeta Terra. Ao passo que o noivo é o próprio Cristo.

Chegará o dia em que haverá o casamento da humanidade com o Cristo de Deus. E, neste dia, não haverá mais dissensões, guerras, corrupção, violências, tragédias.... Haverá a concórdia universal, a paz e o progresso.

Mas, até que este dia se concretize, cada um deve envidar esforço próprio para a própria iluminação interior; cada um deve se espiritualizar. Logo, as virgens que são mencionadas no texto dizem respeito a cada um de nós, da humanidade, com as suas respectivas idiossincrasias. Aos previdentes, aos esforçados, aos que lutam diariamente para aparar as próprias arestas as chances de um encontro com o “noivo” são grandes.

Ao passo que, os imprevidentes, os que vivem para a vida material; os que se esquecem da transitoriedade da existência corpórea; os que depositam suas energias em coisas ao invés de se fixarem no burilamento espiritual, eles deverão empreender um esforço no sentido de conquistarem a própria luz interior.

As virgens que alertaram as imprevidentes sobre a necessidade de irem conquistar o próprio “combustível” (óleo) de maneira alguma foram más. Apenas alertaram o que é da lei: Não se pode viver sob a luz dos outros. Cada um deve se esforçar para ter a própria luz interior; tornar o espírito mais diáfano. Neste sentido, o livro Voltei, do irmão Jacob, é bastante elucidativo. Vale a pena conferi-lo. A ascensão é individual. As conquistas são individuais. As vitórias são individuais. As virtudes são individuais. Ninguém crescerá às expensas dos outros.

Compreender a realidade espiritual e se esforçar para a conquista da luz interior é a meta de todos nós espiritistas cristãos. Que possamos aproveitar os ensinamentos da magna doutrina em nosso aperfeiçoamento espiritual.  

 

Referência:

DIAS, Haroldo Dutra (Trad.). O novo testamento. 1. ed. Brasília: FEB, 2013.
 

  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita