Parábola
das Dez Virgens
O Evangelho é
repositório fecundo de
ensinamentos profundos e
complexos.
Vejamos a narrativa da
“Parábola das Dez
Virgens”:
“Então o Reino dos Céus
será semelhante a dez
virgens que, tomando
suas próprias lâmpadas,
saíram ao encontro do
noivo. Cinco delas eram
tolas, e cinco
prudentes, pois as
tolas, ao tomarem as
suas lâmpadas, não
levaram consigo óleo {de
oliva}. As prudentes,
porém, levaram óleo {de
oliva} nas vasilhas, com
suas próprias lâmpadas.
E, tardando o noivo,
todas cochilaram e
adormeceram. Mas, à
meia-noite, houve um
clamor: Eis o noivo! Saí
ao seu encontro! Então,
todas aquelas virgens se
levantaram e prepararam
suas próprias lâmpadas.
As tolas disseram às
prudentes: Dai-nos do
vosso óleo {de oliva},
porque as nossas
lâmpadas se apagam. As
prudentes responderam,
dizendo: De modo nenhum;
talvez não seja
suficiente para nós e
para vós. Ide, antes,
aos que vendem e comprai
para vós mesmas. Ao
saírem para comprar {o
óleo}, veio o noivo; as
preparadas entraram com
ele nas bodas, e a porta
foi fechada.
Posteriormente, vieram
as virgens remanescentes
dizendo: Senhor, Senhor,
abre-nos {a porta}. Em
resposta, ele disse:
Amém vos digo que não
vos conheço. Portanto,
vigiai, porque não
sabeis o dia nem a hora”.
O texto tem um
simbolismo elevado. O
que chama atenção são as
figuras da virgem e do
noivo.
A virgem, neste
contexto, não designa
uma pessoa virgem
fisicamente. Mas, sob um
prisma maior, o próprio
planeta Terra. Ao passo
que o noivo é o próprio
Cristo.
Chegará o dia em que
haverá o casamento da
humanidade com o Cristo
de Deus. E, neste dia,
não haverá mais
dissensões, guerras,
corrupção, violências,
tragédias.... Haverá a
concórdia universal, a
paz e o progresso.
Mas, até que este dia se
concretize, cada um deve
envidar esforço próprio
para a própria
iluminação interior;
cada um deve se
espiritualizar. Logo, as
virgens que são
mencionadas no texto
dizem respeito a cada um
de nós, da humanidade,
com as suas respectivas
idiossincrasias. Aos
previdentes, aos
esforçados, aos que
lutam diariamente para
aparar as próprias
arestas as chances de um
encontro com o “noivo”
são grandes.
Ao passo que, os
imprevidentes, os que
vivem para a vida
material; os que se
esquecem da
transitoriedade da
existência corpórea; os
que depositam suas
energias em coisas ao
invés de se fixarem no
burilamento espiritual,
eles deverão empreender
um esforço no sentido de
conquistarem a própria
luz interior.
As virgens que alertaram
as imprevidentes sobre a
necessidade de irem
conquistar o próprio
“combustível” (óleo) de
maneira alguma foram
más. Apenas alertaram o
que é da lei: Não se
pode viver sob a luz dos
outros. Cada um deve se
esforçar para ter a
própria luz interior;
tornar o espírito mais
diáfano. Neste sentido,
o livro Voltei,
do irmão Jacob, é
bastante elucidativo.
Vale a pena conferi-lo.
A ascensão é individual.
As conquistas são
individuais. As vitórias
são individuais. As
virtudes são
individuais. Ninguém
crescerá às expensas dos
outros.
Compreender a realidade
espiritual e se esforçar
para a conquista da luz
interior é a meta de
todos nós espiritistas
cristãos. Que possamos
aproveitar os
ensinamentos da magna
doutrina em nosso
aperfeiçoamento
espiritual.
Referência:
DIAS,
Haroldo Dutra (Trad.). O
novo testamento. 1.
ed. Brasília: FEB, 2013.
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