Artigos

por Orson Peter Carrara

 

Recurso educativo da dor


As dores físicas, morais, as tragédias e sofrimentos, e aflições em geral conclamam a, no mínimo, duas posturas: a) despertar em nós a compaixão diante do sofrimento alheio, convidando à disposição de auxiliar; b) fazer com que vejamos as consequências da negligência ou do mal a quem delibera se entregar a ele. Especialmente para que igualmente não nos deixemos levar pela correnteza dos equívocos deliberados.

A Lei Divina não é omissa e todos seremos chamados à corrigenda, mais cedo ou mais tarde, face aos destrambelhos que nos permitimos, sem pensar ou refletir nas consequências. Por isso a dor é educativa e em muitos casos poderia ser evitada. Construímos a dor com nossos destemperos emocionais, com nossa vaidade ou arrogância, com nossa rebeldia ou desobediência à Lei de Amor que deve reger nossos relacionamentos.

Por isso a dor que nos causa a criança paralítica, o cego de nascença, o tumor que se exterioriza, mas também o abandono, a fome, e mesmo a miséria moral ou a perturbação mental são imagens das consequências de ontem refletindo-se hoje. Ou mesmo, efeito imediato do hoje.

Nossas ações que lesam o próximo, prejudicam a vida e sua ordem, ou lesam a nós mesmos trarão inevitáveis consequências no futuro, nunca como castigo, mas sempre como alto recurso educativo. É a didática da vida. Melhor que não façamos o que fizeram, os que agora sofrem as consequências, para que não ocorra conosco o mesmo, ou pior, como conhecido ensino já à disposição do conhecimento humano.

Algumas tempestades que nos atingem são meros frutos de nossas ações, nem sempre do passado, muitas vezes do presente mesmo, por isso o cuidado em viver com dignidade e decência, respeitando a vida e seus desdobramentos em todos os sentidos.

O “Vigiai e Orai” daquele que é a luz do mundo, da sabedoria de quem indica por experiência e por maturidade, mas também por amor que orienta, deve ser nosso corrimão para seguir. Do contrário, somos sugados pelas ilusões, adentrando perigosos caminhos de sedução e equívocos, sempre geradores de lágrimas, aflições e dor, que não necessariamente tenhamos que passar. Aprendizado é, antes de tudo, disciplina.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita