Recurso educativo da dor
As dores físicas, morais, as tragédias e sofrimentos, e
aflições em geral conclamam a, no mínimo, duas posturas:
a) despertar em nós a compaixão diante do sofrimento
alheio, convidando à disposição de auxiliar; b) fazer
com que vejamos as consequências da negligência ou do
mal a quem delibera se entregar a ele. Especialmente
para que igualmente não nos deixemos levar pela
correnteza dos equívocos deliberados.
A Lei Divina não é omissa e todos seremos chamados à
corrigenda, mais cedo ou mais tarde, face aos
destrambelhos que nos permitimos, sem pensar ou refletir
nas consequências. Por isso a dor é educativa e em
muitos casos poderia ser evitada. Construímos a dor com
nossos destemperos emocionais, com nossa vaidade ou
arrogância, com nossa rebeldia ou desobediência à Lei de
Amor que deve reger nossos relacionamentos.
Por isso a dor que nos causa a criança paralítica, o
cego de nascença, o tumor que se exterioriza, mas também
o abandono, a fome, e mesmo a miséria moral ou a
perturbação mental são imagens das consequências de
ontem refletindo-se hoje. Ou mesmo, efeito imediato do
hoje.
Nossas ações que lesam o próximo, prejudicam a vida e
sua ordem, ou lesam a nós mesmos trarão inevitáveis
consequências no futuro, nunca como castigo, mas sempre
como alto recurso educativo. É a didática da vida.
Melhor que não façamos o que fizeram, os que agora
sofrem as consequências, para que não ocorra conosco o
mesmo, ou pior, como conhecido ensino já à disposição do
conhecimento humano.
Algumas tempestades que nos atingem são meros frutos de
nossas ações, nem sempre do passado, muitas vezes do
presente mesmo, por isso o cuidado em viver com
dignidade e decência, respeitando a vida e seus
desdobramentos em todos os sentidos.
O “Vigiai e Orai” daquele que é a luz do mundo, da
sabedoria de quem indica por experiência e por
maturidade, mas também por amor que orienta, deve ser
nosso corrimão para seguir. Do contrário, somos sugados
pelas ilusões, adentrando perigosos caminhos de sedução
e equívocos, sempre geradores de lágrimas, aflições e
dor, que não necessariamente tenhamos que passar.
Aprendizado é, antes de tudo, disciplina.
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