Chico
Xavier, suas lutas e superações
O médium mineiro Chico Xavier ficou órfão duas vezes.
Ainda criança, com cinco anos, a mãe, Maria,
desencarnou, e depois passou a comunicar-se com ele. Seu
pai casou-se novamente e reuniu os filhos que estavam
espalhados com parentes. Sua segunda mãe (a madrasta)
desencarnou quando Chico tinha 21 anos, e ele passou a
cuidar dos irmãos menores.
Jovem e com muita fé e generosidade, em 1927, com o
irmão José Xavier e os Perácios, fundou o Centro
Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo-MG. Doze anos
depois, Chico já havia lançado vários livros, inclusive
o portentoso livro de poemas de escritores mortos do
Brasil e Portugal, Parnaso de além-túmulo.No ano
de 1939, seu irmão José, vítima de uma convulsão, veio a
óbito.
Seu irmão André Luiz conta outro drama vivido pelo
Chico. Sua irmã Maria Xavier, chamada de Tiquinha, ficou
perturbada espiritualmente. Seu pai procurou ajuda de um
curador, José Hermínio Perácio, que veio de trem às três
horas da manhã. Diz o André que o Espírito que estava
azucrinando a Tiquinha falou ao seu pai: “Não adianta
procurar curandeiro, eu estou aqui e vou ficar aqui”.
Perácio veio e, com experiência e amor, doutrinou o
Espírito obsessor. De começo, as coisas pareciam bem,
mas, tempos depois, Maria Xavier se suicidou, ateando
fogo ao corpo.
Chico Xavier foi se superando e tornou-se, no século XX,
o maior canal de comunicação com o Além, recebendo quase
quinhentos livros, de centenas de Espíritos. Parece-nos
que para ele essas dificuldades não foram expiações ou
provas, e sim uma missão, para ele nos ensinar pelo
exemplo de resiliência e amor ao próximo.
Leio muito os livros psicografados pelo médium e tenho
uma imensa gratidão a ele e aos seus benfeitores, que
nos instruem com suas páginas.
Ante as vitórias que demonstrou em sua longa existência,
como espírita foi exemplar, fraterno e caridoso com
todos.
Ele nos diz: “Deixe algum sinal de alegria por onde
passe”. E isso ele nos deixou: foi um homem simples,
desapegado dos bens materiais; construiu com os
Espíritos uma fortuna imensa em conhecimentos de ordem
ética, moral, espiritual, com relatos de vivências na
dimensão do eterno.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é
editor da Editora EME.
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