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por Elsa Rossi

 
Brexit


Residindo na Inglaterra, Reino Unido, há vinte e um anos, completados em 6 de janeiro de 2019, meu coração e alma, já considerados britânicos, se enchem de alegria. Esclarecendo sobre a geografia: Inglaterra + País de Gales + Escócia = Grã-Bretanha. Grã-Bretanha + Irlanda do Norte = Reino Unido.

Vivencia-se hoje por aqui um “clima” de incertezas. Semblantes preocupados que encontro em todos os lugares só faltam gritar que não querem divorciar-se da União Europeia, dos países situados no continente europeu. Há no “ar” uma energia de preocupação. Exalamos energia por todos os poros e mentes… Mesmo os que são ateus, os que não acreditam no Espírito, mesmo esses sentem que passam por momentos que poderiam ser evitados e que deveria haver alguma forma de se mudar a energia negativa que grassa entre todos.

Os dias se aproximam…. Estamos em contagem regressiva… e até o momento não se sabe para onde ir, o que fazer, como vai ficar a situação dos europeus que residem no Reino Unido. Há constantes discussões entre as primeiras ministras de Escócia e Inglaterra, por conta disso.  A Escócia não quer deixar a União Europeia e muitos ingleses também não. O que conta foi o percentual da votação em favor do Brexit, isto é, para desligar-se da União Europeia, 51%, pouco mais da metade, o que prova que uma percentagem enorme pensa diferente.

Em tempos de mudanças, estar unidos num propósito significa estar protegidos, estar em união de pensamentos e objetivos. No momento, parece que estamos no meio de uma manada de milhares de cabeças de gado, que teve um “estouro”, sendo difícil recuperar o passo certo da manada.

Como estrangeira neste país, que eu definitivamente amo, não corro problema algum, pois recuperei minha cidadania britânica obtida há muito tempo. Tenho meu passaporte britânico e tenho também o passaporte italiano, por conta do casamento com meu amado esposo Luiz Nelson Rossi, que partiu há 28 anos para a verdadeira pátria, mas deixou este legado de luz e liberdade aos seus familiares.

Tenho ainda o nosso passaporte da esperança, o Brasil, que acolhe com amor a todos. Um Brasil unido no ideal de servir aos irmãos de todas as terras. Um Brasil verde-amarelo da esperança e do sol.

Quando estamos seguros dentro da lei, e vemos irmãos perdendo noites e dias de calma e vida, não há como estar em paz.  Afeto eu, afeto outro… é o lema de meu filho Daniel Rossi, fundador e coordenador da ONG Instituto Multiirão, sediada em Curitiba, no bairro Uberaba. A ONG, escola contraturno com 78 crianças matriculadas fixas, e as flutuantes, que também precisam ser abraçadas, mesmo que flutuem em número de presentes. O teto sempre abrigará a todos. Nosso Multiirão nasceu com um exemplo a seguir. Sua organização, filosofia e missão são baseadas na obra incomparável do educador suíço Pestalozzi, fundador do Instituto Yverdun, no castelo de Yverdun-Suíça.  O menino e o jovem Denizard Rivail tiveram sua formação, sua educação com Pestalozzi. Já era a época da inclusão. Crianças pagantes ou não do mundo todo eram ali recebidas.  Exemplos de solidariedade e união.

O que se pensar nos dias de hoje? O que seguir? O coração? A razão? A religião? A filosofia? Como reverter situações como essa? Ainda dá tempo? Onde ficam as ambições? Por que pensar que estrangeiros ocupam lugar dos britânicos, diminuindo assim a oferta de trabalho para os do Reino Unido?

Entendemos que a lei de causa e efeito é matemática, com algumas atenuantes ou agravantes. Mas que sempre é possível dar as mãos, vibrar, orar… Já disse o cientista filósofo que se uma borboleta bater asas no outro lado do planeta, afetará os demais continentes…. Que uma desconexão de um país, do relacionamento fraterno com os demais, afetará a muitos… Que uma tragédia como Brumadinho afeta a todos homens e mulheres de bom coração… Que a doença de um amigo nos dói a alma…

Aprendemos com os estudos da filosofia espírita que TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE, explicado muito bem em O Evangelho segundo o Espiritismo…. Uma afirmação poderosa nos dá esse poder, se cremos…. Cremos?  Então façamos uso desse poder energético, mental, astral, fluídico, radiante, iluminado. Façamos uso.

Coloquemos todas as dores escritas num papel, coloquemos dentro de nossos livros de orações, e, no momento de orarmos, virá muito claro em nossa mente por quem e por que estamos orando… E certamente os trabalhadores iluminados que dirigem a humanidade, sem aviltar nosso livre-arbítrio, nos darão cobertura, no nível de pensamentos no bem em que estivermos orando, pela paz do planeta, pela paz no Reino Unido e em todas as terras de além-mar.

 

Elsa Rossi, escritora e palestrante espírita brasileira radicada em Londres, é membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional (CEI).

  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita