Olha o que é uma frase
Sim! Muitas frases traduzem sabedoria. Muitas vezes, em
colocações magistrais, poucas palavras conseguem
compactar conhecimentos que levaram séculos para serem
assimilados ou, em quantos casos, nem conseguimos
perceber ainda o alcance do significado.
Simplesmente numa frase, fruto da sabedoria e da
experiência, mas também vinda da inspiração, traduz – em
muitas e variadas situações das aquisições intelectuais
da humanidade – um autor, num livro, numa palestra, numa
página, numa pequena mensagem ou texto, consegue emitir
orientações de inesgotáveis reflexões.
Elas existem e não são poucas. Há milhares delas
espalhadas ou selecionadas e publicadas, disponíveis
para que nos concentremos nas possibilidades de
crescimento intelecto-moral.
Encontrei uma delas no final de um capítulo de um livro
que estou lendo. Não vou citar o livro ainda – farei
isso mais adiante, pois ainda não concluí a leitura da
obra que me ensejará outras abordagens –, mas a frase
posso trazer para a presente abordagem.
A frase é: “(...) Perante Deus, a conduta de cada um é
mais importante do que sua crença”.
Neste momento histórico complexo que atravessa a
humanidade, de tantos extremos, conflitos e desencontros
de toda ordem, com desafios continuados e graves, tanto
na área individual como coletiva, eis que a frase faz
pensar.
Imaginemos a quantidade de crenças que nos situamos a
defendê-las com ardor e até certa dose de fanatismo em
muitos casos – e até desrespeitando crenças alheias –,
enquanto se esquece a conduta. Cristãos que nos
denominamos e agindo contrariamente ao que já sabemos.
Afinal, é preferível um ateu honesto que um crente
hipócrita.
Sim, a conduta está acima da crença. Crença é
secundário, sujeita-se aos nossos condicionamentos e
prisões psicológicas ou ideológicas. Conduta é
diferente. Ela o identifica, independente da crença que
defenda ou divulgue.
Daí, mais importante, como indica a sábia frase, mais
importante a conduta que a crença. De que vale uma
crença defendida nos lábios se as ações do comportamento
a ela não se conectam? É falsa, frágil e enferma essa
relação.
Melhor que optemos pela dignidade e coerência do
comportamento para fazermos jus à crença que optamos, a
ela nos apegamos ou defendemos. É algo para pensar, não
é?
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