O espírita não pode agir quais
“robozinhos”, abrigando “verdades” infalíveis
O orador espírita deve esquivar-se do egocentrismo e dos
holofotes nas ribaltas elegantes dos eventos
patrocinados pelo movimento espírita “oficial”. O orador
espírita precisa evitar o propósito de proeminência
pessoal, necessita silenciar amostras de conhecimentos
superiores.
O expositor espírita deve ser prudente, evitar
jactância, sensacionalismo. Até porque as conferências
doutrinárias fracassarão, caso o palestrante não seja
humilde perante os que ouvem seus discursos. Por isso,
cabe adverti-los para que não sejam decorebas, ou seja,
que não “decorem meramente” quaisquer trechos de livros
espíritas para recitá-los, quais atores de telenovelas,
isto porque a expressão verbal autômata não agrada a
quem ouve e, sobretudo, a Deus. Nas palestras devem
governar as próprias emoções, sem azedume, sem
nervosismo e sem esgares.
Há oradores espíritas que são quais "comediantes" e
fazem momices para forçar a gargalhada dos ouvintes na
plateia, outros não conseguem despir-se das ostentações,
das santificações, dos endeusamentos e da euforia
proselitista. Alguns “divos da tribuna” forçam palavras
“afáveis, melosas, piegas” e chegam a ficar pálidos por
causa do esforço para demonstrar brandura, outros
transportam um falso sorriso através dos dentes
trincados (pressionados com força) na tentativa de
evidenciar simpatia de fachada. Ora, centro espírita não
é picadeiro, por isso tais atitudes são dispensáveis.
Há palestrantes que se submetem às imposições sociais,
sobretudo quando buscam adesão (bajulações) dos outros,
“quando permanecem na posição de permanentes escravos e
pedintes do aplauso cínico e do verniz pessoal, da
adulação, condicionando-os a submeterem-se aos juízos e
opiniões alheias”.
Kardec jamais aprovaria os shows de oradores ungidos que
impera no Brasil. Aqui os palestrantes vão se tornando
cada vez mais santificados e adorados pela liturgia
mística de ingênuos seguidores “espíritas”.
Espiritismo se aprende pelo método ativo, através do
amplo diálogo em que os diversos debates doutrinários,
psicológicos, morais, científicos, sociais são
discutidos e confrontados com as hipóteses propostas
pelos Espíritos nas obras da Codificação.
No Brasil foi criada desde o século XIX uma exótica
cúpula diretora com evocação de infalibilidade para
manter o rebanho imbecilizado. Por tais razões não se
pode agir qual “robozinhos”, aceitando “verdades”
indiscutíveis, construídas pelos diretores e oradores
ungidos e infalíveis. Cada espírita precisa
descobrir-se, conhecer a si mesmo e buscar estudar os
conceitos que lhe chegam para depois compará-los com os
princípios formulados por Allan Kardec.
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