Vício do
prestígio
A
Psicologia
evolutiva
admite
que o
prazer
decorrente
de ser
colocado
em uma
posição
de
destaque
ou de
aprovação,
a busca
do
elogio e
do
aplauso
e a
necessidade
de ser
considerado
um
indivíduo
especial
são
traços
de
personalidade
que
evoluíram
no longo
período
da
pré-história
humana.
Em um
ambiente
extremamente
hostil
como
aquele,
pertencer
a um
grupo,
ser
aceito e
acolhido
por esse
grupo
era
fundamental
para a
sobrevivência.
Passamos
a
considerar
como
vital a
inserção
em uma
“tribo”
e quanto
mais nos
considerassem
como
pessoas
necessárias
e
importantes
mais
fortemente
seríamos
acolhidos
por
nossos
pares.
Esse
traço de
personalidade,
em
muitos
de nós,
extrapolou
o
razoável
e se
identificou
com um
vício,
de
graves
consequências
sociais
e
espirituais:
o vício
do
prestígio
- a
vaidade
e o
narcisismo.
Trata-se
de um
vício
por ser
insaciável
e nunca
se
bastar
(o
destaque
de hoje
não
resolve
o
problema
de
amanhã),
gerando
uma
dependência:
o
aplauso,
o
elogio,
o ser
colocado
em
posição
de
realce.
Embora
seja um
traço da
natureza
humana é
mais
evidente
em
sociedades
individualistas,
como a
norte-americana
(e
sociedades
que
tentam
reproduzi-la)
e menos
evidente
nas
sociedades
coletivistas
(Japão,
China,
Coreia).Pesquisadores
ofereceram
a
estudantes
norte-americanos
seis
lápis
solicitando
que
escolhessem
um
deles.
Dos seis
lápis,
cinco
tinham a
mesma
cor e um
deles
tinha
cor
diferente.
A maior
parte
dos
estudantes
escolheu
o lápis
de cor
diferente.
Quando a
solicitação
foi
feita a
estudantes
japoneses
ou
chineses,
a
maioria
optou
por
ficar
com um
dos
cinco
lápis de
mesma
coloração.
Quando
em uma
sala de
aula
norte-americana
pede-se
que
levantem
os
bracinhos
as
crianças
que
sabem
nadar,
quase
todas o
fazem
(até
mesmo
aqueles
que dão
apenas
uma ou
outra
braçada).
Quando
se faz o
mesmo em
uma
escola
japonesa,
não se
veem
bracinhos
levantados,
o que é
estranho,
porque
muitas
delas
nadam
muito
bem. E
ao se
interrogar
uma
dessas
crianças,
dizendo:
“Mas
você
sabe
nadar”!
Elas
respondem:
“Estou
aprendendo”!
“Ainda
não
sei”!
“Falta
bastante”!
Jesus
advertiu
quanto à
impropriedade
desse
comportamento
nesse
pensamento
provocador:
“Todo
aquele
que se
eleva
será
rebaixado
e todo
aquele
que se
abaixa
será
elevado”
(Lucas
14: 1 e
7 a 11).
Na
instalação
do reino
de Deus
em nós,
ou seja,
na
construção
de uma
personalidade
bela,
nobre,
justa e
sábia,
tornam-se
necessárias
a
identificação
e a
devida
dissolução
desse
traço
incômodo
da
personalidade
humana.
Na
reorganização
de nosso
mundo
íntimo
torna-se
necessário
deixarmos
pra trás
pensamentos
assim:
Já sei!
Domino!
Conheço!
Faço!
E
construirmos,
assim,
nova
mentalidade:
Estou
aprendendo!
Falta
muito!
Preciso
mais!
Fica o
recado
de
François-Nicolas-Madeleine,
apresentado
por
Kardec,
no Cap.
17, item
8 de O
Evangelho
segundo
o
Espiritismo:
“Mais
vale
menos
virtudes
com
modéstia
do que
muitas
com
orgulho.
É pelo
orgulho
que as
gerações
vão se
perdendo;
é pela
humildade
que elas
um dia
deverão
redimir-se”. |