Quando
nos tornaremos um mundo
de regeneração e de
plena paz?
Conforta-nos o
ensinamento da Doutrina
Espírita de que a Terra,
um dia, passará de um
lugar de duras provas e
expiações, uma habitação
fria e temporária, para
um lugar de refrigério,
de repouso e de
regeneração para os que
nela habitarem. Allan
Kardec vaticinara essas
afirmações em O Livro
dos Espíritos,
escrito em 1857.
De fato, é inegável o
progresso, não somente
tecnológico, mas também
moral, experimentado
pelos Espíritos que aqui
têm reencarnado desde o
aparecimento do primeiro
hominídeo em nosso
Planeta, criado pela
Sabedoria Divina há
cerca de 4,5 bilhões de
anos, conforme
afirmações científicas.
Daqueles remotos tempos
até aqui, quantas
transformações o Homem
tem experimentado...
Transformações lentas,
mas graduais, seguindo o
infalível roteiro das
leis naturais, que não
queimam etapas nem
atropelam o seu curso.
Chegados aos tempos
atuais podemos comprovar
uma verdade
insofismável: o nosso
avanço moral não tem
caminhado no mesmo passo
do desenvolvimento
científico e
tecnológico, o que é
profundamente
lamentável. Essa
aceleração no
desenvolver da Ciência e
da Tecnologia deu-se, a
meu ver, principalmente
nos últimos cinquenta
anos, com destaque para
o campo das
comunicações, que se
tornaram incrivelmente
velozes com o advento da
Internet, quando uma
informação percorre o
mundo inteiro em questão
de segundos.
Infelizmente, não se vê
ocorrer igualmente na
nossa elevação moral, em
que pese o nosso tímido
avanço nesse aspecto.
Predomina, ainda, entre
nós, a matriz de todos
os males - o egoísmo -,
que reboca todas as
outras desvirtudes.
Os valores morais são
parcamente cultivados.
Valoriza-se muito mais o
ter do que o ser.
Caminhamos alegremente
de braços dados com o
orgulho, com a vaidade,
com o hedonismo, com a
corrupção, com os vícios
de todos os matizes.
Despreza-se o lustrar o
Espírito com qualidades
que nos elevem
moralmente;
desvaloriza-se a
educação; fazemos pouco
caso da existência de
Deus, cultuando-se muito
mais a Ciência, como se
ela fosse a causa de
tudo e não o efeito que
emana da Sabedoria
Divina, ignorando-se que
tudo o que ela descobre
ou cria é fruto da
inspiração dos
engenheiros siderais,
mandatários do Senhor do
Universo.
Dizem que tempo e espaço
são medidos
diferentemente no mundo
espiritual e no mundo
material. De todo modo,
creio que a comparação
vai além da nossa
limitada compreensão.
Faço essa menção para
especular sobre a
afirmação de Kardec, em
1857, de que estaríamos
perto de ver este nosso
jovem Planeta deixando
de ser um mundo de dores
e de sofrimentos para
tornar-se um lugar de
pouso e de repouso para
os Espíritos estropiados
que aqui refarão suas
forças. Se o Codificador
estiver certo em sua
previsão, parece-me que
esse desiderato ainda
está muito longe de se
concretizar, antes que
ainda se passem muitos
séculos contados pelo
tempo deste nosso mundo.
Já lá se vão, neste ano
de 2019, cento e
sessenta e dois anos da
previsão do Codificador
e, a meu ver, pouco
avançamos moralmente,
pois, ao contrário, os
fatos demonstram que
involuímos, haja vista
que, ainda assistimos a
nações guerreando entre
si, gastando bilhões de
dólares a cada ano na
construção de artefatos
belicosos mortais,
visando à destruição dos
seus antagonistas com o
intuito exclusivo do
mando, do domínio,
ceifando milhares de
vidas em suas
escaramuças guerreiras;
convivemos com a
degradação dos costumes;
com o avanço do vício e
da libertinagem; com o
aumento espantoso da
drogadição, estimulado
pela conivência de leis
brandas que a
descriminaliza, servindo
de motor para todo tipo
de crimes; com a
corrupção predominando
entre os mandatários dos
povos da Terra;
perseguimos
obsessivamente a eterna
juventude com o culto
exagerado à perfeição do
nosso corpo material,
inconformados com as
imperfeições dos nossos
invólucros carnais, tão
cuidadosamente por nós
escolhidas antes de
reencarnarmos e sob a
orientação dos nossos
mentores siderais e
sempre tendo em vista as
nossas necessidades
espirituais na busca do
aperfeiçoamento moral.
Perdeu-se, enfim, o
senso moral.
Por todo o exposto,
parece-me coerente
vaticinar-se que muito
tempo ainda demandará
para que a previsão de
Allan Kardec se
concretize. Resta-nos
elevarmos nossas preces
constantes a Deus
pedindo-Lhe que nos
encoraje sempre na
difícil subida da
montanha da elevação
moral, pois somente esta
virtude conferirá ao
nosso Planeta o honroso
atributo de mundo de
regeneração e de plena
paz para os que nele
vierem habitar.
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