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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Perdoar, por quê?


Diz o ditado que as três coisas mais difíceis do mundo são: guardar um segredo, aproveitar o tempo e perdoar uma ofensa. E recomenda também que escrevamos as ofensas na areia e os benefícios no mármore.

A lei da caridade, que é a sublimação do amor, abre amplo campo de ação às pessoas. A esmola pode ser considerada uma delas, talvez a mais fácil, talvez até a mais necessária a quem recebe. E dentro do campo do amor temos a prática da caridade moral, a intelectual e a espiritual.

Importa também praticar a paciência e o perdão, que faz com que a alma cresça e se eleve espiritualmente.

As dificuldades que encontramos em certos relacionamentos de hoje estão muitas vezes vinculadas ao passado, portanto, muitas angústias que sofremos podem ser uma colheita de desentendimentos que semeamos ontem – por falta de paciência, por incapacidade de perdão.

Mas não é só para não viver angústias amanhã que devemos perdoar e ter paciência com nossos semelhantes hoje: a própria atitude paciente e o gesto de oferecer perdão fazem com que nos sintamos melhores agora, nos fortalecendo na fé e na busca de um caminho melhor, se o estamos escolhendo.

Paciência: não agir com precipitação, usar do tempo para melhor julgar e agir.

Perdão: deixar para trás o que nos faz mal, cortar os laços com o infortúnio, com quaisquer tipos de prejuízo.

Quanto à lei de Talião, embora absurda e abominável a nossos olhos, era uma necessidade daquela época em que o homem era bárbaro, época em que o homem tinha muito pouca consciência do que era Amor e Respeito, quando não existia uma legislação apropriada para coibir os abusos contra o semelhante, que só eram contidos pelo medo dos castigos, tão ou mais horríveis que o ato praticado.
Foi essa uma das grandes razões da vinda de Jesus ao nosso planeta, para trazer o Código Divino aos nossos corações. Uma das partes mais lindas de sua missão foi justamente mudar a concepção de um Deus tão bárbaro e vingativo quanto o homem.

E Cristo ensinou sobre um Deus justo, mas infinitamente bom. Disciplinador, mas infinitamente misericordioso. Um Deus que não perdoa nem castiga, mas que deixa ao livre-arbítrio de cada um a responsabilidade de suas atitudes e o aprendizado que elas possam trazer, através de suas consequências. Deus é gentil, acolhedor, sábio e amoroso.

Sejam os nossos pensamentos, palavras, gestos e atitudes as ações que promovam a diferença na existência daqueles que venham a conviver conosco.

Na vida aprendemos que aquilo que vai hoje retorna amanhã, e o caminho para ser melhor, gozar de saúde, ter paz e ser feliz é realmente fazendo o bem em nosso dia a dia.


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita