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por Jorge Hessen

 

A felicidade é possível e se constrói no dia a dia pelo esforço continuado


Experimentamos momentos decisivos a cada instante da vida. Não podemos esperar outro clima de luta, nem outro lugar de batalha, senão aquele com o qual nos defrontamos, resultado das nossas realizações do presente e do passado. "O problema da felicidade pessoal nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador."[1]

Não podemos esquecer que a Terra é um mundo de expiações e provas. Por isso, a felicidade total não se encontra aqui no Planeta, mas em mundos mais evoluídos. Em nosso Orbe a felicidade é relativa, consoante diz o item 20, capítulo V (Bem-aventurados os aflitos), em "O Evangelho segundo o Espiritismo".[2]

A felicidade depende, exclusivamente, de cada criatura. Brota da sua intimidade, depende de seu interior, como ensinou o doce Mestre Galileu: "o reino dos céus está dentro de vós".[3] Portanto, a verdadeira felicidade reside na conquista dos tesouros imperecíveis da alma.

A felicidade se expressa no bem que se faz ao próximo. Quando o "eu" egoísta de cada ser tiver cedido lugar ao amor pelo seu semelhante, iremos presenciar uma comunidade equilibrada, harmônica e feliz. "A alegria de fazer feliz é a felicidade em forma de alegria."[4]

Segundo Joanna de Ângelis, "depois da Segunda Guerra Mundial o existencialismo reconduziu o homem à caverna, fazendo-o mergulhar nos subterrâneos das grandes metrópoles e ali, entregando-se à fuga da consciência e da razão pelo prazer, numa atitude de desconsideração pela vida, alucinado pelo gozo imediato".[5]

"O estágio atual de evolução espiritual média do ser humano não lhe garante ausência total de sentimentos de ódio, inveja, rancor, egoísmo e de atitudes compatíveis com esses sentimentos."[6]

Cremos que as teorias atuais sobre o bem-estar em Psicologia e Economia estão, ainda, a desejar. Urge que novas propostas teóricas interpretem a felicidade em termos de valores mais duradouros. Tais dados comprovarão a assertiva dos Espíritos e do Evangelho de que os bens materiais não trazem felicidade. A felicidade não é resultante de privilégios biogenéticos e de personalidade, nem mesmo pode ser adquirida pela obtenção de um bem de consumo.

Desfrutamos de uma realidade tecnológica que, num passado recente, era impossível imaginarmos, exceto nos filmes de ficção. Recordo-me do início da década de 70, quando não havia como pensar em fornos de micro-ondas, telefones celulares, microcomputadores, cartões magnéticos e, principalmente, a Internet. No entanto, atualmente, são recursos comuns.

Cremos que os pequeninos sacrifícios em família formam a base da felicidade no lar. O Professor da Universidade da Virgínia (EUA), Jonathan Haidt, em seu livro "The Happiness Hypothesis", escreveu: "a família e os amigos são mais relevantes do que o dinheiro e a beleza. Uma condição que nos torna felizes é a capacidade de nos relacionarmos e estabelecermos laços com os demais".[7]

O Espiritismo nos dá suporte moral e outras diversas motivações, revelando-nos a imortalidade, a reencarnação e a lei de causa e efeito. Explica-nos que a felicidade é possível e que se constrói no dia a dia pelo esforço continuado, fortalecendo-nos para a luta contra as nossas tendências inferiores.

Desenvolvamos, pois, o hábito de colocar espiritualidade em nossa vida. Aprendamos a observar o mundo pela ótica do espírito e sejamos felizes, compreendendo a vida como um dom de Deus.

 

Referências bibliográficas:

[1] Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB;

[2] Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 2003, item 20, Cap. V;

[3] Lucas, 17:20-21;

[4] Franco, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas– Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, RJ: ED FEB, 1971;

[5] idem;

[6] Jornal Mundo Espírita – Jan/1998/artigo de Nilson Ricetti Xavier Nazareno;

[7] Martin Seligman, de 61 anos, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e também ex-presidente da Associação Americana de Psicologia.

 



 

     
     

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