Codificação
ou
consolador
prometido
A força
do
Espiritismo
está na
sua
filosofia,
no apelo
que
dirige à
razão
“(...)
Eu
rogarei
a meu
Pai e
ele vos
enviará
outro
Consolador...” - Jesus.
(Jo.,
14:16.)
A origem
do
Espiritismo
se perde
na noite
dos
tempos...
Muito
antes do
aparecimento
oficial
da
Doutrina
dos
Espíritos
(18.04.1857),
os fatos
transcendentais
já
existiam
esparsos
por toda
parte.
Faltava
apenas
juntá-los,
coordená-los...
E a
Codificação
nada
mais é
do que a
ordenação
desses
fatos em
corpo de
doutrina,
o que
foi
realizado
de modo
magistral
por
Allan
Kardec
que
orquestrou,
junto
com os
Maiores
da
Espiritualidade,
a
sinfonia
dos
Páramos
Celestes
nas
sombras
da
Terra,
inaugurando,
assim, a
Era Nova
e
realizando
a
profecia
de Jesus
acerca
do “Consolador”.
Nosso
tempo
marcou a
época de
comprovação
de fatos
regidos
por leis
até
então
desconhecidas,
abrindo
a
possibilidade
de
intercâmbio
ostensivo
entre os
dois
mundos:
o
Espiritual
e o
Corporal.
Segundo
palavras
do
próprio
Codificador, “(...)
esse
conhecimento
não é
novo,
sem
dúvida,
mas
ficara
até aos
nossos
dias, de
certo
modo,
como
letra
morta,
isto é,
sem
proveito
para a
humanidade.
A
ignorância
das leis
que
regem
essas
relações
o
abafara
sob a
superstição;
o homem
era
incapaz
de tirar
daí
qualquer
dedução
salutar;
estava
reservado
à nossa
época
desembaraçá-lo
dos
acessórios
ridículos,
compreender-lhe
o
alcance
e fazer
surgir a
luz
destinada
a
clarear
o
caminho
do
futuro.
O
Espiritismo,
dando-nos
a
conhecer
o mundo
invisível
que nos
cerca e
no meio
do qual
vivíamos
sem o
suspeitarmos,
assim
como as
leis que
o regem,
suas
relações
com o
mundo
visível,
a
natureza
e o
estado
dos
seres
que o
habitam
e, por
conseguinte,
o
destino
do homem
depois
da
morte, é
uma
verdadeira
revelação,
na
acepção
científica
da
palavra.
O que
caracteriza
a
revelação
espírita
é o ser
divina a
sua
origem e
da
iniciativa
dos
Espíritos,
sendo,
porém, a
sua
elaboração,
fruto do
trabalho
do
homem”.
Didaticamente,
Allan
Kardec
divide
em duas
partes a
história
do
Espiritismo:
1 –
Espiritismo
Retrospectivo;
2 –
Espiritismo
Moderno.
O Espiritismo
Retrospectivocompreende
o
período
cujo
início
coincide
com o do
advento
dos
primeiros
homens
na Terra
até o
ano de
1850 de
nossa
era,
data na
qual
começaram
as
observações
e os
estudos
sobre as
espécies
de
fenômenos,
incluindo-se
aí os
pensamentos,
as
doutrinas,
as
crenças
e todos
os fatos
espíritas.
O Espiritismo
Moderno iniciou-se
a partir
desse
ano de
1850,
isto é,
sete
anos
antes
que tais
observações
fossem
coordenadas
em corpo
de
doutrina
metódica
e
filosófica.
Essa
divisão
nos
parece
útil à
história
do
Espiritismo.
Conclui
com o
seu bom
senso de
sempre o
Mestre
Lionês:
“falsíssima
ideia
formaria
do
Espiritismo
quem
julgasse
que a
sua
força
lhe vem
da
prática
das
manifestações
materiais
e que,
portanto,
obstando-se
a tais
manifestações,
se lhe
terá
minado a
base.
Sua
força
está na
sua
filosofia,
no apelo
que
dirige à
razão,
ao bom
senso. Na
Antiguidade,
era
objeto
de
estudos
misteriosos,
que
cuidadosamente
se
ocultavam
do
vulgo.
Hoje,
para
ninguém
tem
segredos.
Fala uma
linguagem
clara,
sem
ambiguidades.
Nada há
nele de
místico,
nada de
alegorias
suscetíveis
de
falsas
interpretações.
Quer ser
por
todos
compreendido,
porque
chegados
são os
tempos
de
fazer-se
que os
homens
conheçam
a
verdade.
Longe de
se opor
à
difusão
da luz,
deseja-a
para
todo o
mundo;
não
reclama
crença
cega,
pois
quer que
o homem
saiba
por que
crê.
Apoiando-se
na
razão,
será
sempre
mais
forte do
que os
que se
apoiam
no nada.
(...) O
Espiritismo
não é
obra de
um
homem.
Ninguém
pode
inculcar-se
como seu
criador,
pois tão
antigo é
ele
quanto a
Criação.
Encontramo-lo
por toda
parte,
em todas
as
religiões.
Que faz
a
moderna
ciência
Espírita?
Simplesmente
reúne em
corpo de
doutrina
o que
estava
esparso;
explica,
com os
termos
próprios
e
adequados
o que só
era dito
em
linguagem
alegórica;
poda o
que a
superstição
e a
ignorância
engendraram,
para só
deixar o
que é
real e
positivo.
Esse o
seu
papel. O
de
fundadora
não lhe
pertence.
Mostra o
que
existe,
coordena,
porém,
não
cria,
por isso
que suas
bases
são de
todos os
tempos e
de todos
os
lugares.
Quem,
pois,
ousaria
considerar-se
bastante
forte
para
abafá-la
com
sarcasmos,
ou,
ainda,
com
perseguições?
Se a
proscreverem
de um
lado,
renascerá
noutras
partes,
no
próprio
terreno
donde a
tenham
banido,
porque
ela está
em a
Natureza
e ao
homem
não é
dado
aniquilar
uma
força da
Natureza
e
tampouco
opor
veto aos
decretos
de Deus.
Que
interesse,
ao
demais,
haveria
em
obstar-se
a
propagação
das
ideias
Espíritas?
É exato
que elas
se
erguem
contra
os
abusos
que
nascem
do
orgulho
e do
egoísmo;
mas, se
é certo
que
desses
abusos
há quem
aproveite,
à
coletividade
humana
eles
prejudicam.
A
coletividade,
portanto,
será
favorável
a tais
ideias,
contando-se-lhes
por
adversários
sérios
apenas
os
interessados
em
manter
aqueles
abusos.
As
ideias
espíritas,
ao
contrário,
são um
penhor
de ordem
de
tranquilidade,
porque,
pela sua
influência,
os
homens
se
tornam
melhores
uns para
com os
outros,
menos
ávidos
das
coisas
materiais
e mais
resignados
aos
decretos
da
Providência.
Os que
compreendem
o
Espiritismo
se
beneficiam
entre
outras
coisas,
de três
efeitos
imediatos:
1º. –
desenvolvimento
do
sentimento
religioso;
2º. –
resignação
nas
vicissitudes
da vida;
3º. –
estímulo
da
indulgência
para com
os
defeitos
alheios”.
Assim
compreendendo,
aduz
Santo
Agostinho:
“por bem
largo
tempo,
os
homens
se têm
estraçalhado
e
anatematizado
mutuamente
em nome
de um
Deus de
paz e
misericórdia,
ofendendo-o
com
semelhante
sacrilégio.
O
Espiritismo
é o laço
que um
dia os
unirá,
porque
lhes
mostrará
onde
está a
verdade,
onde o
erro.
Durante
muito
tempo,
porém,
ainda
haverá
escribas
e
fariseus
que o
negarão,
como
negaram
o
Cristo.
Quereis
saber
sob a
influência
de que
Espíritos
estão as
diversas
seitas
que
entre si
fizeram
partilha
do
mundo?
Julgai-o
pelas
suas
obras e
pelos
seus
princípios”.
- KARDEC, Allan. A Gênese. 43. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. I, itens 11 a 13.
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