Infância e medos
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que
ensina.
Cora Coralina
O medo é normal, todos nós o temos, faz parte de nossa
existência.
O medo ativa os sinais de alerta em nosso corpo em face
de situações perigosas e, por isso, já está na base da
infância, basta observamos atentamente uma meninazinha
de 6 anos, um ser humano que já diferencia realidade de
fantasia, embora ainda bastante suscetível à larga
imaginação. Essa meninazinha, por exemplo, pode ter medo
de criaturas fantasiosas, chuva forte, ficar sozinha ou,
ainda, teme que algo ruim aconteça com os pais.
O que os pais não devem fazer?
Nunca usar o medo da criança como recurso de autoridade,
de poder sobre ela. Nunca deixar a criança sozinha em
lugares escuros, nunca chamá-la de medrosa... De outro
lado, superproteger a criança que tem medo não é opção
sensata, mas que vai, sim, atrapalhar seu senso de
direção e autonomia.
O que os pais podem fazer?
Conversar sobre os medos da criança com respeito e
naturalidade. Falar a verdade sobre os medos reais, pois
a mentira é incapaz de ajudar alguém a enfrentar seus
temores, e todo ser humano, sem exceção, precisa
construir noções dos perigos reais.
O ideal é o pai ou a mãe procurar ser empático,
coerente, optando, por exemplo, por jogos e brincadeiras
que ajudem o filho pequeno a enfrentar pouco a pouco a
situação de medo. Se o medo é de dormir sozinho, por
exemplo, os pais podem tornar este momento mais leve com
histórias e preces antes de dormir.
No dia a dia, não esquecer: bons livros infantis sempre
ajudam a criança a superar medos e inseguranças. Buscar
apoio na literatura infantil para educar o filho em
relação aos medos é sempre uma estratégia segura e
enriquecedora, porque, no fim das contas, os medos fazem
parte da vida.
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