Jesus e o tempo
Será que, vivendo nos dias atuais, Jesus usaria relógio,
celular, computador? Enviaria e-mails ou mensagens pelo
Whatsapp? Curtiria emojis e gifs?
“Acenaria para” alguém no Messenger? Postaria selfies em
seu perfil no face? Tiraria férias? Certamente,
sim.
Quando o Senhor das estrelas andou sobre a Terra, viveu
segundo as regras e costumes daquela época. Sendo assim,
se estivesse fisicamente em nosso meio, viveria de
acordo com nossos costumes, e continuaria sendo modelo e
guia para nós e para as gerações futuras.
Ele usaria, então, um relógio para marcar o tempo exato
da importância do olhar no olho do próximo. Atenderia ao
celular para ouvir o depoimento de alguém que diz ter
fé. Enviaria e-mails para marcar a próxima reunião com
seus discípulos.
Suas mensagens do whatsapp seriam checadas antes de
encaminhar a alguém. E muito provavelmente seria
administrador de um grupo de doações. Que tal começar
por doações de cadeiras para instituições voltadas ao
bem?
Curtiria emojis e gifs que realmente elevassem o
Espírito. Enviaria uma solicitação de amizade àqueles
que desejam ser convidados à pratica da caridade.
Postaria selfies abraçado aos que foram esquecidos pelos
outros ou por si mesmos.
Jesus jamais diria que o tempo passa muito depressa, não
porque Ele é o seu Senhor, mas porque Ele sabe
valorizá-lo. Ele sabe que o período de nossa encarnação
é o segundo de lição que a eternidade nos concede para o
progresso.
Jesus nunca seria tomado pela rotina enfadonha. Sempre
pronto a ensinar, faria do tempo seu aliado na
edificação do próximo. Suas férias seriam repletas de
novidades porque Ele sempre olharia a tudo e a todos com
o olhar da primeira vez, esquecendo nossos erros do
passado e vislumbrando todo potencial do bem que existe
em cada um.
Para Jesus o tempo tem a dimensão exata da vida que
precisamos ter.
A Gênese nos lembra que as leis da Natureza provocam no
homem, espírito e matéria, a efervescência das
modificações vindouras.
Quem de nós não sente a passagem do tempo? Para alguns o
tempo é muito moroso, caminha vagarosamente. Para outros
não há tempo suficiente.
A percepção de tempo pode ser marcada pelo compasso da
rotina que assola a vida de muitos, os que julgam que o
tempo não passa, pois, a repetição e ausência de
surpresas ou descobertas fazem o tempo tornar-se
enfadonho, oferecendo-nos a ideia de
prolongamento. Ao que Jesus nos ensina manter o olhar
“da primeira vez”.
Para outros a tecnologia permite ao dia atual ser
invadido pelo dia seguinte, antecipando os afazeres
futuros, fazendo o dia se prolongar, estimulando a
sensação de dias intermináveis. Para isso Jesus nos
concede a lição da paciência e da resignação.
Joanna de Ângelis nos diz que “O ser humano necessita
de silêncio mental, de espaço físico para a
autoidentificação, para o autodescobrimento”.
Isso Jesus exemplificou vivendo. Andou pela Terra com
roupas de harmonia, sandálias de paz e o perfume da
humildade. Tinha o costume de conversar com suavidade.
Visitar os amigos. Frequentou festas e ia aos templos,
e, resguardando seu silêncio mental, nunca reclamou do
calor ou da sede, da poeira ou das distâncias, da falta
de conforto ou de bens.
Entregou à humanidade a lição da disciplina, do fazer
hoje o que não se deve deixar para amanhã e, mais,
sempre fez o seu melhor.
Hoje contamos com os estudos realizados pela física
quântica para justificar a escassez do tempo. Que tal
refletirmos sobre a agitação que a todos nós, encarnados
e desencarnados, abarca de maneira absoluta e nos faz
buscar respostas para catástrofes que assolam a
humanidade?
Trazemos em nosso íntimo as lições do grande Mestre e
aqueles que se mantiverem distantes das Leis Divinas
têm, em si, latente, a certeza de que não mais habitarão
este planeta e de alguma maneira querem expressar sua
revolta.
O plano espiritual que nos cerca antecipa as
transformações morais que estão destinadas à Terra,
refletindo nesta a felicidade à qual está destinada.
Felicidade pelo exercício do bem pelo bem, da
fraternidade sem qualquer tipo de fronteiras, do
reconhecimento de Deus como ser criador...
O tempo passa depressa para aqueles que, em seu íntimo,
tomados pela força vigorosa da Lei do Progresso,
percebem breve o espaço de tempo para realizar as
transformações necessárias à sua própria evolução moral.
Existem aqueles que se agitam e se entregam ao borbulhar
do mal e em desesperação não buscam se melhorar, mas, ao
contrário, querem atrair a todos para seu infortunado
atraso.
As lições de Jesus nos apontam uma certeza: a Terra será
banhada pelo bem. Para a elevação do planeta faz-se
necessário o ingresso de grupos de Espíritos mais
elevados e devotados à melhoria íntima e coletiva. Eu
quero fazer parte deste grupo. E você?
Outro dia, ouvi um orador espírita dar o seguinte
depoimento: Dizia ele que muita gente em sua volta fala
que “hoje, um ano passa em seis meses e, antigamente, um
ano passava em um ano!”
Vamos aprender com Jesus e fazer com que nosso ano passe
em um ano?
Então, comecemos agora a valorizar nossa existência. Não
percamos mais tempo!
Bibliografia:
1. KARDEC, Allan. A Gênese, cap.
IV, item 11.
2. De ÂNGELIS, Joanna. Liberta-te do
mal. Psicografado por Divaldo Franco.
3. KARDEC, Allan. O Livro dos
Espíritos, cap. I, questões 614 a 618.
4. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo
o Espiritismo, caps. 4 e 5.
Este artigo foi
contemplado no concurso “A Doutrina Explica”, ocorrido
em 2018, promovido na turma do Curso de Palestrantes
Espíritas do Distrito Federal, na Federação Espírita do
Distrito Federal (FEDF). A autora integra a equipe do
Instituto Vida – Bezerra de Menezes.
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