O
Livro dos Espíritos em
chinês: um fato marcante
Em abril de 1857, em
Paris, França, apareceu
a primeira publicação
espírita: O Livro dos
Espíritos. Essa
publicação é tida, na
história, como um marco
nascedouro do
Espiritismo, pois foram
seguidas de outras obras
que compõem o denominado
pentateuco kardeciano.
Esse é um fato que, na
atualidade, pertence ao
domínio dos seguidores
da doutrina espírita e
dos estudiosos da
sociologia da religião,
mesmo considerando a
controvérsia sobre a
definição tradicional de
religião. Ao longo desse
tempo, desde o
lançamento inicial de O
Livro dos Espíritos,
inúmeros ensaios e
estudos, sob diferentes
perspectivas, analisaram
o conteúdo desse livro,
tanto em suas premissas
e relação com a
história, quanto seus
significados simbólicos.
Um novo fato ocorre
neste ano de 2019: o
lançamento de O Livro
dos Espíritos em
chinês (1). Considerando
que as traduções
posteriores de O
Livro dos Espíritossão
baseadas na segunda
edição, revista e
ampliada por Allan
Kardec, foram
transcorridos 159 anos
para que o conteúdo do
livro fosse
disponibilizado para os
chineses (2). Vários são
os fatores que
dificultaram a chegada,
não apenas de O Livro
dos Espíritos, à
China e também de outras
publicações filosóficas
importantes. Entre esses
fatores estariam o
isolamento a que essa
nação se viu
constrangida, a
tentativa do maoísmo e
da revolução cultural de
realizar “uma
higienização” da cultura
opondo-se mesmo às
filosofias tradicionais,
como o confucionismo, a
interferência da
burocracia estatal...
Entretanto, a China
moderna não se
distingue, na
atualidade, meramente
por um conglomerado de
aproximadamente 20% da
população do planeta,
mas também, e
principalmente, por um
conjunto de realizações
extraordinárias em
vários campos do
conhecimento. Foi
recentemente considerada
a segunda economia do
planeta e se prepara
para explorar outros
mundos. Ao mesmo tempo
manteve, a despeito de
tudo, afinidade com as
filosofias de Confúcio e
Lao-Tsé.
Nesse sentido, ao invés
de lamentar a demora na
publicação de O Livro
dos Espíritos naquele
país, nossa posição é
mais otimista com as
possibilidades de uma
integração mundial que
se desdobram, na China e
em outros países
asiáticos, para o acesso
a uma mensagem moderna
da imortalidade, que
deve encarar a razão em
qualquer época. O que
nos leva, para finalizar
a acrescentar a
advertência de Jesus,
que Allan Kardec seguiu
rigorosamente: “Amados,
não creiais em todo
Espírito, mas provai
antes que eles vêm de
Deus”. (3)
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(1) A
fonte de que nos valemos
é Notícias Espíritas,
de Ismael Gobbo.
(2) Conforme a fonte, a
tradução é creditada a
Wallace Gu, com
supervisão de E. G.
Dutra. Provavelmente, a
tradução será para o
mandarim que é o idioma
mais falado e
tradicional na China,
concentrando um conjunto
de dialetos (cf.
Wikipedia, consulta em
1/8/2019).
(3) João,
4:1.
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