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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Dívidas acompanham o devedor


Há muitos séculos os Espíritos que visitam a Terra informam que estamos de passagem e que a vida é curta aqui, mas continua noutra dimensão, a verdadeira, chamada de Reino dos Céus – a vida espiritual.

São os profetas, os sábios, os filósofos e o próprio Cristo, que disse: “Na casa de meu Pai existem muitas moradas”. E ainda: “Bem-aventurados os mansos e pacíficos porque herdarão a Terra”.

Isso nos leva a compreender que ainda não somos completos, não. Não estamos acabados e realizados, estamos em formação, de humanos para outros níveis.

O que está pronto não se renova a cada momento da vida e das circunstâncias do mundo, como Jesus, que manteve a serenidade em sua trajetória.

Eu procuro viver me completando a cada dia e, às vezes, a cada hora; por certo que falta muito. Tenho defeitos de caráter, como ser intransigente, ficar irritado e cultivar uma ansiedade que me acelera a fazer tudo numa só hora.

Tenho por meu guia e modelo, que é completo, Jesus, que fez sua peregrinação em muitos outros mundos e veio aqui como extraterrestre e nosso governador, e com ele aprendo que sou o construtor do meu mundo interior, e não me esqueço de que minha vida é o maior empreendimento que realizo para minha felicidade e paz de espírito, e que somente eu posso evitar que ela vá à decadência.

A cada um segundo suas obras. Temos nosso livre-arbítrio, e nossas escolhas têm consequências. Mas a liberdade é muitas vezes restrita, porque não cumprimos nosso dever e não praticamos o que deveríamos no campo do bem. Apesar dos esforços na melhoria, temos que passar por situações amargas, como remédios que, embora desagradáveis, nos levem à saúde.

É da lei, que está registrada em nossa consciência, que não podemos fugir de nós mesmos, que aquele que deve diante da Contabilidade Divina é escravo do compromisso assumido no passado distante. Se a Bondade de Deus criou a liberdade de escolha, somos nós quem criamos o cativeiro que merecemos.

“Indiscutivelmente, os débitos que abraçamos são anotados na Contabilidade da Vida; todavia, antes que a vida os registre por fora, grava em nós mesmos, em toda a extensão, o montante e os característicos de nossas faltas. A pedra que atiramos no próximo talvez não volte sobre nós em forma de pedra, mas permanece conosco na figura de sofrimento. E, enquanto não se remove a causa da angústia, os efeitos dela perduram sempre, tanto quanto não se extingue a moléstia, em definitivo, se não a eliminamos na origem do mal.” (1)

Somente quebramos essa algema do passado com a prática do bem, do perdão e da fraternidade com nosso semelhante, respeitando todas as pessoas, com resignação às leis, consideração às autoridades e dedicação ao bem comum e ao nosso meio ambiente.

 

(1) Vida e Sexo, de Emmanuel (Chico Xavier), publicado pela FEB.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME

 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita