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por Dionei de Paula e Dorys Day Morais Pedrosa

 

Eutanásia assistida inviabiliza ricas oportunidades de redenção


A eutanásia assistida tem ganhado bastante repercussão nos últimos anos. Vários países, em sua maioria europeus, vêm legalizando tal procedimento. É um hábito milenar a busca por soluções que nos diminuam os esforços ou de atalhos que encurtem nossos caminhos.

O termo Eutanásia somente foi empregado pela primeira vez pelo filósofo Francis Bacon, no séc. XVII. Ele defendia a prática quando os médicos não mais dispunham de condições para curar um doente atormentado pela dor.

Desde o início do atual século, alguns países como: Holanda, Bélgica, Suíça, Japão, Alemanha, Áustria, alguns estados nos EUA, Uruguai e Colômbia liberaram este procedimento e o mundo abriu-se para a discussão sobre a escolha do direito de morrer.

A busca vem aumentando ano após ano, sendo a Suíça o país mais procurado por aceitar estrangeiros. Essa prática ficou também conhecida neste país pelo fatídico nome de: “Turismo da morte”.

Segundo informações do site da revista Veja, em matéria de Marcelo Soares, publicada em 09/05/2018 -clique neste link -, David Goodall (Cientista Botânico) de 104 anos se submeteria ao processo de “eutanásia assistida” no dia 10/05/18. Ele, por sua vez, solicitou que no momento final partisse ao som da Nona Sinfonia de Beethoven.

Sua vida foi intensamente dedicada aos estudos e pesquisas, tornando-o internacionalmente conhecido e respeitado.

Em seu caso particular, mesmo após a sua aposentadoria, continuou trabalhando até que, em 2016, a Edith Cowan University pediu para que trabalhasse de casa, para evitar possível acidente, informando-o também de que ele seria desligado do quadro de ativos, parando definitivamente de trabalhar.

O Sr. Goodall, sentindo-se inútil para a sociedade, decidiu dar fim à sua trajetória terrena.

Supondo que ele tenha sido tomado pela emoção, iniciou a luta pelo seu direito de morrer. Como na Austrália não é permitida a Eutanásia Assistida, foi preciso levantar recursos junto a terceiros para custear a viagem e a intervenção. O custo é de aproximadamente 10 mil francos suíços, o equivalente a (R$ 36 mil reais).

Mas o que nos diz a Doutrina Espírita acerca dos que praticam ou que auxiliam na execução desse intento?

Aos que “auxiliam” o processo, podemos lembrar o Sexto Mandamento da Bíblia e, também, as palavras de Allan Kardec escritas n’ O Livro dos Espíritos, questão 642: “Somos cobrados não só pelo mal que fazemos, mas também pelo bem que deixamos de fazer” e ainda a questão 944, em que Allan Kardec questiona se o homem teria o direito de dispor da sua própria vida, ao que recebe em resposta, um inquestionável não e que esse direito pertence exclusivamente a Nosso Criador.

A essa prática inconsequente que se ilude e tenta iludir o mundo sob a forma de auxílio, vale lembrar que o Espírito é imortal. Mesmo com o corpo incurável, preso ao leito, inerte, o tempo é precioso para o seu progresso.

Não cabe a nenhum homem o direito de interromper a vida, a não ser Deus que, no momento certo, o chamará de volta à pátria espiritual, a menos se que se creia haver-se Deus descuidado de seus filhos enfermos.  

Em O Livro dos Espíritos, a Doutrina Espírita explica que nessa tentativa dos homens de abreviar as suas dores, maiores tormentos geram para si, também por que não dizer da família e amigos envolvidos no suposto gesto de misericórdia.

Ah, se a humanidade cresse na existência da vida espiritual, quantos males se tornariam desnecessários!

Na vida, toda fase é relevantemente valiosa para as transformações da pessoa e da família sob o clima da prece, da caridade e do amor. Também o é para a Medicina, que pode descobrir, no último momento, com relação aos que se debatem contra determinada enfermidade, a cura da doença.

Não podemos deixar de lutar pela vida, pela qual tanto imploramos recebê-la para o nosso crescimento em direção à luz e à felicidade plena.

 

Referências bibliográficas:

O Evangelho segundo o Espiritismo

Revista Veja – Link mencionado no texto

O Livro dos Espíritos

No Mundo Maior – André Luiz

Ação e Reação – André Luiz.


Este artigo foi contemplado no concurso “A Doutrina Explica”, ocorrido em 2018, promovido na turma do Curso de Palestrantes Espíritas do Distrito Federal, na Federação Espírita do Distrito Federal (FEDF). Os autores são palestrantes e articulistas espíritas em Brasília (DF).

 


 
 

     
     

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