Por que
ser
espírita?
É
reconhecido
que
ninguém
está
obrigado
a fazer
algo que
não
tenha
vontade
de
fazer.
No
exercício
da vida
normal,
as
pessoas,
por
viverem
em
comunidade,
têm
necessidade
de
organizar-se
para que
possam
ter
assegurados
seus
direitos,
se
beneficiarem
dos bens
comuns e
usufruírem
de
relativa
liberdade.
O homem,
durante
sua
jornada
terrena,
emprega
seu
tempo
com
inúmeros
afazeres
esperando
contribuir
para o
seu
futuro.
Muitas
vezes,
não
contente
com seu
emprego,
empenha-se
em
arrumar
mais
atividades
que
engrossem
o
salário
e lhe
possam
garantir
aquilo
que
supõe
ser sua
necessidade
maior: o
bem-estar
pessoal
e da
família;
poder
viajar,
morar e
vestir-se
bem,
além de
reserva
monetária
em
abundância.
Com
isso,
esse
homem
não só
se
afasta
do lar e
daqueles
que o
compõem,
como não
lhe
sobra
tempo
para
assuntos
que não
estejam
ligados
a
interesses
financeiros
ou
prazeres
materiais.
Estes
são os
valores
que os
menos
avisados
consideram
primários.
Assim
pensa a
grande
maioria.
Muitos
são os
que
desconhecem
ou se
esquecem
de que
fazemos
parte
dos
bilhões
de almas
que
ocupam o
espaço
neste
áspero
chão
terreno,
e que
estamos
aqui,
não por
simples
acidente
biológico
ou em
viagem
de
turismo,
usufruindo
das
benesses
do
mundo;
que não
nascemos
por mera
geração
espontânea;
que não
sofremos
graciosamente
as
penalidades
e as
dores
impostas
pela
vida,
enquanto
outros
dela se
deliciam;
que as
deficiências
de toda
sorte
não
podem
ser
apenas
frutos
da
imperfeição
natural
da
matéria.
Como
disse
certa
vez um
religioso,
“Se você
sofre é
porque
Deus
quis
assim”,
numa
tentativa
de
justificar
um
triste
acontecimento
familiar
ou
social;
que por
trás de
toda
essa
conjuntura
de
objeções
não
existe
alguém
que
exerça
um poder
soberano,
sobre-humano
e
absolutamente
capaz de
tudo
controlar,
ou,
então,
que
possa
crer que
a vida
termina
por aqui
mesmo, e
que,
após seu
curto
período
de
existência,
apaga-se
simplesmente
do
panorama
biológico
e
psíquico
com a
morte,
deixando
de ser,
de
possuir
o seu eu
individual,
a sua
essência.
Se a
Terra
foi
considerada
por
religiosos
durante
séculos
como
sendo o
centro
do
sistema
e, por
fim,
revelado
por
estudos
que não
era
fixa,
nem
achatada
e nem
sustentada
por
elefantes,
que
pensar
de seus
movimentos
naturais
de
rotação
e
translação
em torno
do
Astro-Rei
sem
sequer
afastar-se
dele ao
longo
desses
milênios
de
séculos
e
perder-se
nesse
escuro
infinito?
Seria
uma
pobreza
de
inteligência
imaginar
como
corretas
as
diferenças
e
descompassos
de toda
sorte em
relação
às
pessoas
e
acreditar
que a
breve
passagem
pela
vida
física
na
Terra,
não
obstante
as
diferenças
gritantes
de
oportunidades,
se
resumisse
apenas
nesse
acanhado
e
discreto
punhado
de anos
que cada
um vive.
Portanto,
num
processo
de
desenvoltura
racional
de
conhecimento
sobre o
alicerce
que
estrutura
e
fundamenta
o
entendimento
da
trilogia
até
então
considerada
como
dogma e
não
explicada,
como por
exemplo, ‘de
onde
viemos?’, ‘por
que
viemos?’
e ‘para
onde
vamos?’,
deve-se
mesmo
parar
para
pensar
seriamente
sobre o
assunto
que, se
não é
importante
hoje, o
será em
qualquer
momento
futuro,
para o
seu
integral
bem-estar
e
felicidade.
Mas,
para
isso, é
necessário
encontrar
o fio da
meada, a
chave
desse
enigma.
Sem essa
importante
ferramenta
que vai
mostrar
a
direção
segura,
não se
chegará
a nada,
uma vez
que, em
meio à
gigantesca
pirâmide
de
ofertas
religiosas
que
garantem
de tudo
nesta
época
atual e,
numa
região
superpopulosa
onde a
cada
dois
dias
nasce
uma nova
Igreja
(jornal
Folha de
S. Paulo
–
29-1-2006),
seria
impossível
criar
laços de
confiança
quando
nada de
consistente
apresentam
seus
dirigentes.
A maior
comunidade
católica
do mundo
está em
nosso
país e
decresce
anualmente.
Por sua
vez, as
igrejas
consideradas
evangélicas
se
desdobram
com
interessante
rapidez,
deixando
compreender
que algo
não está
de
acordo
com os
grupos
de fiéis
que
acabam
se
afastando,
migrando
de um
templo
para
criar
outro,
em
qualquer
espaço
físico
que
seja,
independente
e sob
nova
direção,
mas com
o mesmo
fundo
metódico
de
ensino
sem
aprofundamento
sobre os
mecanismos
da vida.
Isso
representa
insatisfação
com o
trato
dos
assuntos
da
espiritualidade,
pois a
posição
vem dos
próprios
pesquisados
que
dizem
‘discordar
dos
princípios
ou da
doutrina’,
e também
com a
questão
da
adequação
de
certos
dogmas
aos
interesses
e
conveniências,
interferindo
no
visual e
na
apresentação
pessoal,
como
corte de
cabelo,
vestuário,
bens de
consumo
mas de
importância
no lar,
bem como
a
aceitação
do
casamento
em
segundas
núpcias,
com
restrições
e
constrangimentos
dentro
da
igreja,
a
supressão
do limbo
visto
pela
nova
interpretação
do
Vaticano
etc.
A
Doutrina
Espírita,
destacando-se
pela
simplicidade,
ausência
de
tradicionalismo
e sem
romantismo
em seus
ensinamentos
claros,
objetivos
e
lógicos
a
respeito
de todos
os
problemas
da vida
física e
suas
consequências,
é a que
oferece
luz e
confiança
para o
caminho
seguro
do
porvir.
Os
ambientes
espíritas
trazem a
singeleza
que lhe
é
própria
nos
locais
destinados
ao
aprendizado
do
Evangelho
e das
próprias
atividades
doutrinárias,
sem
proibições,
simbolismos
ou
formalidade
alguma
nos
atos,
vestimentas
e
procedimentos,
além da
dispensa
do
cultivo
de
ilusões
paralelas
sobre o
amanhã,
afiançando
que este
poderá
ser
mudado
com as
ações de
hoje,
afirmativa
essa de
conformidade
com a
justiça
divina,
quando
diz que
a cada
um de
acordo
com suas
obras.
E
Kardec,
em 1857,
reforçou
essa
linha de
pensamentos
deixando
nos
anais na
história,
especialmente
a
espírita,
a
afirmação
de que
“A fé só
é
inabalável
quando
pode
enfrentar
a razão
face a
face, em
qualquer
época da
Humanidade”.
Belo e
verdadeiro
esse
conceito,
pois,
além
desse
sentimento
singular
e
maravilhoso,
significa
que
jamais
algo
poderá
sofrer
alteração
com o
tempo,
de
acordo
com os
interesses.
Ou é ou
não é; é
sim ou
não.
É assim
com os
que são
conscientes,
com os
que usam
a razão,
eles
passam a
compreender,
respeitar
e viver
a
Doutrina
dos
Espíritos.
E Kardec
foi
além,
quando
se
referiu
à pureza
da Alma:
não
disse
que fora
do
Espiritismo
não
haveria
salvação,
mas que 'fora
da
caridade,
não há
salvação'(1).
(1) Revista
Espírita -
Abril-1864,
de Allan
Kardec. |