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por Juan Carlos Orozco

 

O despertar da alma


Despertar, semanticamente, significa acordar, sair do estado de torpor ou de inércia, readquirir força ou atividade e retomar a consciência.

Religiosamente, despertar pode ser entendido como o libertar da alma e iluminar-se interiormente, a chave que abre as portas do coração.

Despertamos na hora que soa o alarme, podendo ser pelas badaladas do amor ou da dor. Cada um de nós tem a sua hora de despertar. Outros continuam no sono profundo, esperando o seu momento.

Quando será o nosso despertar?

O despertar da alma ocorrerá quando formos solos férteis para ouvir, escutando a Palavra, e ver, enxergando as coisas de Deus. A partir daí, o despertar nos conduzirá para compreender os ensinamentos e os exemplos de Jesus Cristo como roteiro de vida.

Tudo na vida tem o seu tempo e o amadurecimento espiritual. Do nascimento passamos pela infância, pela adolescência, até sermos adultos. Mas muitos adultos ainda vivem a infância ou a adolescência.

Conforme vamos evoluindo intelectual, moral e espiritualmente, e conhecendo a verdade divina, a verdade nos libertará.

Normalmente, o despertar vem depois do autodescobrimento e do autoconhecimento, mediante a ação de uma reforma íntima. Este despertar nos auxilia a afastar as tentações, os pensamentos inferiores, o mal, a fascinação, a subjugação e a obsessão, conduzindo-nos, pelo esforço próprio, para o serviço que liberta.

É trabalhar para melhorar, e não esperar melhorar para trabalhar.

É orar agindo, e não orar esperando que as bênçãos venham do céu sem o devido esforço e merecimento. “Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará!”

O despertar ocorrerá pelo amor ou pela dor?

A prática do amor ao próximo nos conduzirá ao trabalho edificante na prática do bem pela caridade. A lógica do amor é distribuí-lo em abundância, o amor que multiplica e se espalha a caminho da fraternidade universal.

A dor, diante de grandes dificuldades, aflições e sofrimentos, nos adverte, faz refletir e aprender. A dor ensina e permite evoluir, deixando-nos mais humildes, menos egoístas, orgulhosos e vaidosos.

Ao longo de nossas vidas, o semeador divino joga as suas sementes esperando que sejamos solos férteis para germinar boa árvore e dar bons frutos.

Pela Palavra, somos convocados a seguir as pegadas de Jesus no trabalho edificante da prática do bem e da caridade.

Quem tem ouvido, ouça; quem tem visão, enxergue, para compreender o verdadeiro sentido da Palavra. A verdade é uma só. Não existem várias verdades.

Jesus é a verdade e a vida, o caminho em direção ao Pai.

As barreiras que se levantam, bloqueando a Palavra, são diversas, com destaque para os sentimentos de orgulho e egoísmo, que nos cegam para as coisas de Deus.

Para Jesus entrar em sua vida, depende unicamente de você!

Se aceita livremente a sua Palavra, Ele entrará pelo amor.

Se o orgulho, o egoísmo e a vaidade dominarem você, Ele poderá entrar pela dor.

Bem-aventurados os que têm o coração limpo, pois verão a Deus!

O ver a Deus deve ser entendido como a iluminação interior em decorrência do coração puro daquele que enxerga as leis de Deus e os ensinamentos de Jesus.

Se queremos ver a Deus, devemos manter limpa a janela da alma.

Podemos vê-Lo a partir do momento em que Ele se torna uma experiência real em nossa vida.

Ao se ter visão de Deus, começamos a iluminar o interior da nossa alma, do nosso Espírito, e passamos a ter luz, frequência, intensidade, coloração, tonalidade e brilho, com a cor da nossa evolução espiritual, natureza, força e elevação.

Assim, o despertar começará dentro de nós quando limparmos o nosso coração para receber a semente da Palavra em solo fértil.


Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho segundo o Espiritismo. Da 3ª Edição francesa. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.



 

     
     

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