O
despertar
da alma
Despertar, semanticamente, significa acordar, sair do
estado de torpor ou de inércia, readquirir força ou
atividade e retomar a consciência.
Religiosamente, despertar pode ser entendido como o
libertar da alma e iluminar-se interiormente, a chave
que abre as portas do coração.
Despertamos na hora que soa o alarme, podendo ser pelas
badaladas do amor ou da dor. Cada um de nós tem a sua
hora de despertar. Outros continuam no sono profundo,
esperando o seu momento.
Quando será o nosso despertar?
O despertar da alma ocorrerá quando formos solos férteis
para ouvir, escutando a Palavra, e ver, enxergando as
coisas de Deus. A partir daí, o despertar nos conduzirá
para compreender os ensinamentos e os exemplos de Jesus
Cristo como roteiro de vida.
Tudo na vida tem o seu tempo e o amadurecimento
espiritual. Do nascimento passamos pela infância, pela
adolescência, até sermos adultos. Mas muitos adultos
ainda vivem a infância ou a adolescência.
Conforme vamos evoluindo intelectual, moral e
espiritualmente, e conhecendo a verdade divina, a
verdade nos libertará.
Normalmente, o despertar vem depois do autodescobrimento
e do autoconhecimento, mediante a ação de uma reforma
íntima. Este despertar nos auxilia a afastar as
tentações, os pensamentos inferiores, o mal, a
fascinação, a subjugação e a obsessão, conduzindo-nos,
pelo esforço próprio, para o serviço que liberta.
É trabalhar para melhorar, e não esperar melhorar para
trabalhar.
É orar agindo, e não orar esperando que as bênçãos
venham do céu sem o devido esforço e merecimento. “Ajuda-te
a ti mesmo, que o céu te ajudará!”
O despertar ocorrerá pelo amor ou pela dor?
A prática do amor ao próximo nos conduzirá ao trabalho
edificante na prática do bem pela caridade. A lógica do
amor é distribuí-lo em abundância, o amor que multiplica
e se espalha a caminho da fraternidade universal.
A dor, diante de grandes dificuldades, aflições e
sofrimentos, nos adverte,
faz refletir e aprender. A dor ensina e permite evoluir,
deixando-nos mais
humildes, menos egoístas, orgulhosos e vaidosos.
Ao longo de nossas vidas, o semeador divino joga as suas
sementes esperando que sejamos solos férteis para
germinar boa árvore e dar bons frutos.
Pela Palavra, somos convocados a seguir as pegadas de
Jesus no trabalho edificante da prática do bem e da
caridade.
Quem tem ouvido, ouça; quem tem visão, enxergue, para
compreender o verdadeiro sentido da Palavra. A verdade é
uma só. Não existem várias verdades.
Jesus é a verdade e a vida, o caminho em direção ao Pai.
As barreiras que se levantam, bloqueando a Palavra, são
diversas, com destaque para os sentimentos de orgulho e
egoísmo, que nos cegam para as coisas de Deus.
Para Jesus entrar em sua vida, depende unicamente de
você!
Se aceita livremente a sua Palavra, Ele entrará pelo
amor.
Se o orgulho, o egoísmo e a vaidade dominarem você, Ele
poderá entrar pela dor.
Bem-aventurados os que têm o coração limpo, pois verão a
Deus!
O ver a Deus deve ser entendido como a iluminação
interior em decorrência do coração puro daquele que
enxerga as leis de Deus e os ensinamentos de Jesus.
Se queremos ver a Deus, devemos manter limpa a janela da
alma.
Podemos vê-Lo a partir do momento em que Ele se torna
uma experiência real em nossa vida.
Ao se ter visão de Deus, começamos a iluminar o interior
da nossa alma, do nosso Espírito, e passamos a ter luz,
frequência, intensidade, coloração, tonalidade e brilho,
com a cor da nossa evolução espiritual, natureza, força
e elevação.
Assim, o despertar começará dentro de nós quando
limparmos o nosso coração para receber a semente da
Palavra em solo fértil.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon
Ribeiro. O Evangelho segundo o Espiritismo. Da 3ª
Edição francesa. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação
Espírita Brasileira, 2019.