Seguindo
as palavras…
Há dois mil anos, Jesus
Cristo passou na Terra,
deixando-nos
ensinamentos de amor e
fraternidade. Pediu aos
seus discípulos que
espalhassem pelos quatro
cantos os seus
ensinamentos de
esperança e amor, para
que todos tivéssemos
acesso às suas palavras.
A essa altura, iniciaram
eles uma jornada de
evangelização,
espalhando os profundos
ensinamentos do Mestre
da vida.
Seus discípulos,
corajosamente,
enfrentaram todas as
adversidades do início
do Cristianismo, a fim
de partilhar com os
outros a maior oferta
que já existiu no nosso
planeta: as diretrizes
da harmonia humana, que
mudariam o rumo desse
planeta para a Lei de
Amor.
Felizmente, conseguiram,
através dos ensinamentos
de geração a geração,
manter viva esta
coletânea de sabedoria
que continua atual e
viva até os nossos dias,
por percebermos
intuitivamente que esta
é a Verdade, tendo-nos
sido demonstrada pelo
seu autor de forma fiel,
não existindo nenhuma
diferença entre os seus
ensinamentos e a sua
maneira de viver.
Certamente, como muitos
de vocês, me questiono:
por que nós - a
humanidade - continuamos
a viver envoltos em
maldade e caos?
Esta é uma pergunta
muito séria, tal que, se
realmente a fazemos e
queremos chegar à
resposta, precisamos
olhar para a humanidade
toda, incluindo
especialmente a nós
próprios, e tentar
entender o motivo pelo
qual, com tantos livros,
tantos ensinamentos e
tantos exemplos, ainda
continuamos presos ao
sofrimento que causamos
a nós próprios, seguindo
um caminho de maldade e
destruição.
Naturalmente nós
procuramos a felicidade,
cada ato que fazemos é
na esperança de melhorar
a nossa situação, porém,
quase sempre é de uma
forma individual. Quando
não é desta forma, é com
uma intenção familiar ou
em relação a pessoas
amigas com as quais
trocamos preocupações,
por sua amizade.
Os ensinamentos que nos
são deixados através de
palavras escritas por
alguém – no caso de
Jesus, pelos seus
discípulos – são
indicações de um caminho
a percorrer de forma
pessoal. No entanto, só
palavras não bastam, é
necessário compreender e
assimilar esses
ensinamentos, de tal
forma que eles passem a
ser as nossas próprias
ações.
No tempo de Jesus,
aqueles a que Ele se
referia mais
negativamente, com
energia “severa”, eram
os Doutores da Lei,
caiados por fora, mas
podres por dentro,
chegando a afirmar que
esses nada sabiam, pois
se achavam donos da Lei,
presos em suas próprias
percepções e
entendimentos.
A busca do Reino de
Deus, que está dentro de
nós, é uma caminhada
humilde que muitas vezes
fica bloqueada pelo
orgulhoso “conhecimento”
da palavra. Como nos diz
Joanna de Ângelis, a
caminhada é uma
descoberta interior
através de um
renascimento constante
do ser que tem, como
característica, um
dinamismo
impressionante.
Nós podemos ver
claramente no planeta a
escuridão em que
vivemos, não a escuridão
da noite que termina
diariamente com o
nascimento do sol, mas
uma escuridão criada
pelo homem, através de
suas ações, que tem como
raiz ele próprio. À
semelhança do sol que
ilumina a Terra, nós
temos esperado, ao longo
dos tempos, pelos
Profetas que nos trarão
a paz e a serenidade,
uma ideia ultrapassada.
Têm reencarnado alguns,
com base nos quais se
criaram as Igrejas. A
elas temos frequentado
com a esperança de que
seus rituais nos levem a
tempos melhores e menos
turbulentos. Mas, por
ironia do destino, se
assim podemos chamar o
efeito que buscamos,
elas têm separado ainda
mais os homens e, em
nome delas, temos lutado
contra os próprios
irmãos de diferentes
ideologias religiosas. A
verdade é que uma
ideologia é sempre
separatista e isoladora,
de uma pessoa, ou de um
grupo.
Poderemos ver facilmente
uma escuridão na imagem
da generalidade humana,
através das guerras, da
destruição planetária,
da fome e de todos os
problemas que há
milhares de anos se têm
mantido atuais. Depois,
podemos ir diminuindo o
foco de nosso olhar e
perceber que essa
escuridão também nos
envolve e, na verdade,
ela reside e nasce
também em nós. A
agressividade perante um
vizinho tem como origem
a mesma raiz da
agressividade de um país
perante o outro; o que
muda é a dimensão.
Os profetas que passaram
na Terra nos deixaram
mapas que poderemos
utilizar, mas o início
do caminho em todos
esses guias está em nós.
O caminho se inicia em
você – dizem seus
ensinamentos.
A luz humana não é algo
que venha de forma
externa; ela está dentro
de nós. A solução de um
determinado problema faz
parte do problema em si
próprio, ou seja, da
compreensão do problema
nasce a percepção e a
consciência da solução.
Na humanidade, a luz que
contém a paz e a
harmonia nasce da
compreensão das trevas
que nós mesmos criamos.
Por isso alguns
estudiosos famosos nos
dizem que das trevas
nasce a luz.
É fácil, de forma
teórica, percebermos
que, quando a humanidade
deixar de criar o mal
que cria, teremos tempos
de paz e amor.
O autoconhecimento é a
ferramenta essencial
para criarmos esta
consciência; e o exemplo
pessoal, a arte correta
para a espalharmos. E as
palavras… É importante
explicar que elas são,
apenas, uma forma de se
indicar a direção a
percorrer. Têm
unicamente esse valor.
Cuidado, meus irmãos, se
os conhecimentos
doutrinários nos trazem
a sensação da sabedoria
que nos leva a olhar
para os erros do nosso
próximo e a
salientá-los, tentando
constantemente alterar
suas formas de ser.
Assim, estamos a nos
esquecer novamente do
maior e mais difícil
ensinamento: a
indulgência, que nos
leva ao caminho da paz e
reconciliação com o
próximo.
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