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por Waldenir A. Cuin

 

Família: base social


– Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família? "Um recrudescimento do egoísmo.” (Questão 775 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.)


Será impossível a construção de uma sociedade moldada sobre as bases do equilíbrio, da decência e da dignidade sem a edificação saudável, amadurecida e responsável da família.

Incontestavelmente, membros desajustados no contexto familiar causarão danos no meio social que os abrigar, gerando conflitos, perturbações e insegurança geral.

E família, obviamente, não se caracteriza como um simples ajuntamento de pessoas, mas a união de seres que devem se amar, respeitar e zelar uns pelos outros, na formação de um lar, onde os laços de sentimento e fraternidade precisam estar sempre presentes e fortes.

Aprendendo a amar os membros da família, paulatinamente vamos desenvolvendo a solidariedade que posteriormente exercitaremos, também, no meio social em que vivemos. Então, conseguiremos formar a sociedade de paz e serenidade que tanto almejamos, livres das peias nocivas do egoísmo que inúmeros prejuízos já nos causaram.

Portanto, o relaxamento dos laços familiares será o mesmo que lançar sementes daninhas no solo, onde florescerá a lavoura fértil da dor, da decepção e do sofrimento de toda ordem, cuja colheita recairá, inevitavelmente, sobre aqueles que descuidaram de tão importante célula.

É compreensível que devemos nos esforçar ao máximo para oferecer os recursos materiais necessários e possíveis aos nossos entes amados, no reduto do lar, mas em momento algum podemos olvidar da necessidade de também socorrê-los com ternura, gratidão, elogios, aplausos e tantos outros sentimentos que enriquecem o íntimo de cada um. Ainda, indispensável se torna espiritualizá-los, pois que somos muito mais do que um amontoado de células, tecidos e órgãos. Somos Espíritos eternos, que sobreviveremos ao corpo físico.

A vida, dentro da sua lei de ação e reação, nos devolverá no futuro tudo aquilo que a ela dermos. E, sem sombra de dúvida, o reflexo de cada ação por nós praticada voltará trazendo consigo a mesma natureza da origem. Sendo boa, o bem; sendo má, o sofrimento.

E como temos plena liberdade para agir e deliberar, não será difícil entender quais caminhos devemos trilhar para que transformemos nossos sonhos de paz e felicidade em realidade perene.

Pouco ou quase nada valerão nossas vitórias e sucesso na vida social se fracassarmos no âmbito da família. Muitos ostentam títulos e medalhas recebidas sob os aplausos e admiração em sessões de honrarias, mas choram amargamente no silêncio do lar, onde não souberam cultivar, em si mesmos e naqueles que deles dependiam, os reais e insubstituíveis valores morais da vida.

Venceram no mundo sem meditar sobre as consequências dos métodos, sem jamais vencer o mundo, como bem ensinou Jesus Cristo (João, 16:33).

Reflitamos, maduramente, analisando como estamos agindo em nossos lares. Quais lições estamos colocando ao alcance daqueles que nos observam? Estamos ajudando a formar homens de bem, com o nosso comportamento no reduto familiar? Nossos seres amados terão motivos para nos amar, respeitar e considerar?

O assunto é muito sério e a vida passa depressa. Pensemos agora, pois que amanhã poderá ser tarde demais.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita