Médicos – “mecânicos“ de Deus
Figuradamente, considero que a mais perfeita máquina
existente no planeta Terra é o corpo humano; dentre
tantas, apenas outra das infinitas obras-primas do
Criador.
Máquina perfeita, maravilhosa, eficientíssima — única!
Contudo, dependendo de como é utilizada e mantida, se
houver descuidos da parte de quem tem dever e obrigação
de bem tratá-la (o Espírito, seu usuário), é certo que,
cedo ou tarde, ela apresentará alguma anormalidade,
geralmente avaria...
Então, entra em cena o médico, abnegado profissional,
verdadeiro missionário, pronto a qualquer hora do dia,
ou da noite, a reparar e “consertar" eventuais
desajustes naquela citada obra-prima do Criador (o corpo
humano).
A atividade médica é de incomparável benefício à
Humanidade, pelo que penso terem eles, os médicos,
delegação Divina para o exercício de sua atividade.
Assim, com muito respeito e mesmo gratidão, enaltecendo
os agentes da Medicina — os médicos —, como sendo servos
de Deus, considero-os verdadeiros “mecânicos”, a serviço
da Vida.
Daí que, sempre no sentido figurado: como mecânicos, em
geral, necessitam de especialização, conhecimentos e
instrumental, especializados, na Medicina, cuja
responsabilidade é muito maior, não é diferente.
Tal, o porquê do título deste artigo, que contempla a
existência dos médicos, na Terra: aplicando seus
conhecimentos, são verdadeiros restauradores da saúde
humana.
Nota: não incluo aqui anotações sobre a Medicina
Veterinária, a qual segue parâmetros da Medicina humana,
até porque este texto refere-se ao inegável apoio
presencial do médico, junto ao paciente.
Hipócrates (460 a.C-370 a.C), estudioso grego,
considerado uma das figuras mais importantes da história
da Medicina. Seus escritos e comentários científicos
ainda hoje são válidos, principalmente quanto a
procedimentos práticos nas epidemias. Sua obra comprova
a rejeição às superstições e práticas mágicas de então.
Assim, colocou a Medicina no local devido: como Ciência.
Merecidamente, Hipócrates é considerado o “pai da
Medicina”.
Desde Hipócrates os avanços da Medicina são
maravilhosamente espantosos. Basta dizer que, na Idade
Média, a expectativa de vida era de 30 anos, e hoje,
ultrapassa os 80 anos.
Os médicos, modo geral, têm em seus consultórios vários
aparelhos e equipamentos, utilizados nos exames
clínicos.
Atualmente, além dos tradicionais, existem aparelhos
especialíssimos, utilizados em exames de Medicina
Nuclear.
Tais aparelhos, cientificamente manuseados pelos
médicos, consoante suas respectivas especialidades,
auxilia-os a exararem diagnósticos precisos, resultando
em melhor qualidade de vida do ser humano.
Porém, quando a doença é incurável, ou se, por causa
dela ocorre desenlace, há que se considerar a existência
das Leis Divinas, em particular a que tem a agenda de
vida para cada um dos seres vivos — saudáveis ou doentes
—, com programação de acontecimentos para todos e, ao
final da existência terrena, a morte de cada um deles.
Notável fato da Medicina, desde todos os primeiros
tempos da sua existência, comprova que quando um médico
realiza uma operação, ou outros procedimentos, e faz
acompanhamento deles, tal se transforma em bênçãos de
ânimo para os respectivos pacientes, proporcionando-lhes
melhoras da saúde e rápida cura.
Citado acompanhamento expõe amor ao próximo, da parte do
médico; inclui visita atenciosa ao leito de recuperação
do paciente, coadjuvado por contatos posteriores à “alta
médica” etc.
Tal zelo profissional transforma-se em abençoado, quanto
invisível e incomparável apoio psicodinâmico,
proporcionado pela presença do médico junto ao seu
paciente que, assim, energizado espiritualmente,
anima-se e acelera a recuperação.
A propósito, lembro que já em 1868, em “A Gênese”, de
Allan Kardec, cap. XIV, item 20, p. 287, 35ª Ed., 1992,
FEB, Brasília/DF:
Quando se diz que um médico opera a cura de um
doente, por meio de boas palavras, enuncia-se uma
verdade absoluta, pois que um pensamento bondoso traz
consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico,
tanto quanto sobre o moral.
Magnânimos, tais gestos!
Com o maior respeito à Medicina terrena e aos médicos,
paralelamente o Espiritismo tem como premissa que o ser
humano tem o dever de bem cuidar também da alma
(Espírito encarnado), a qual se serve da vestimenta
física, que utiliza durante toda a sua existência
física. Havendo esse cuidado, ele nos remete à citação
latina Mens sana in corpore sano (Uma mente sã
num corpo são).(1)
Mas quando um Espírito encarnado procede em
contraposição às Leis Divinas, ele provoca em si mesmo
danos emocionais, psíquicos, que no maior das vezes
respondem pelas doenças, então manifestas no físico.
Procedimentos incorretos desse “condutor” do veículo
físico, causadores de distúrbios psicossomáticos,
demandam cuidados da parte de outras abnegadas pessoas,
simples, com ou sem formação escolar elevada. Sem
nenhuma “especialização”, a dedicação de tais pessoas
leva-as a ajudar ao próximo, quando este em necessidade.
Assim é que toda vez que algum enfermo, ou com alguma
perturbação, procura o Centro Espírita em busca da cura,
a primeira providência do atendente (médium, ou não),
antes de qualquer outra, consiste na recomendação de que
esse paciente vá à consulta médica. Depois, atende-o.
Convém explicitar que citado atendimento, puramente
fraternal, tem por diretriz e base a oferta de apoio
espiritual aos enfermos, com perturbações espirituais:
consiste na aplicação de passes, fluidificação de água e
aconselhamento de lições cristãs.
O Espiritismo não confronta, nem compete com a Medicina
terrena: na realidade, considera-a como grande e
indispensável bênção para com a Humanidade.
Assim, a atividade profissional da Medicina terrena e o
atendimento fraternal pela caridade, como nos Centros
Espíritas, constituem tratamentos paralelos, não
excludentes entre si: o primeiro, cientificamente, ao
corpo; o segundo, caridosamente, ao Espírito.
(1) Da
sátira do poeta romano Juvenal (entre 55 e 60 – Roma –
depois de 127).
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