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por Juan Carlos Orozco

 

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará


Do Evangelho de João: “disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele. Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João, 8: 31-32)

Mas que verdade nos libertará?

Em outra passagem, “respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João, 14: 6)

Jesus revelou a verdade divina pela Palavra que liberta aqueles que creem e praticam os seus ensinamentos e exemplos como roteiros de vida.

A verdade de Deus é absoluta, única, eterna e imutável. “A caraterística essencial de qualquer revelação é ser a verdade. (...) Toda revelação desmentida pelos fatos deixa de o ser, caso seja atribuída a Deus. E, visto que não podemos conceber Deus mentindo, nem se enganando, ela não pode emanar dele; logo, deve ser considerada produto de concepção humana.” (Allan Kardec. A Gênese. Capítulo I, item 3.)

No entanto, importante recordar a passagem do Consolador Prometido pelo Mestre: “Jesus disse: ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”. (João 16: 12-13)

“Se, pois, o Cristo não disse tudo quanto poderia dizer, é que julgou conveniente deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem em condições de compreendê-las.” (Allan Kardec. A Gênese. Capítulo I, item 26.)

Assim, o conhecimento da verdade é proporcional à nossa evolução moral, intelectual e espiritual, sendo que as revelações divinas sempre ocorrerão quando pudermos assimilar e suportar os seus conteúdos.

A verdade nos libertará à medida que evoluirmos e adquirirmos a capacidade de compreendê-la no serviço dignificante da prática do bem junto aos nossos semelhantes.

Logo, conhecer a verdade tem sentido mais profundo, precisando ser penetrada e assimilada para favorecer o combate das nossas imperfeições, passando pelas provas evolutivas que Deus nos impõe rumo à perfeição relativa à Humanidade, tendo Jesus como modelo e guia.

Pelo livre-arbítrio, temos que acolher a semente libertadora da Palavra do Semeador divino, sendo solos férteis para germinar a luz dentro de nós, desenvolvê-la, florescer e, depois, dar bons frutos. Para tanto, precisamos da devida preparação e do amadurecimento espiritual, o despertar da alma.

Da luta renovadora, somos convocados a fazer escolhas mais acertadas, administrar o tempo, ampliar sentimentos, desenvolver virtudes, cultivar, sobretudo, a solidariedade, e nos prestarmos à prática da caridade.

Não seremos libertos pelas verdades provisórias de que sejamos detentores. Devemos nos colocar como seres receptivos para a verdade divina, única, absoluta, eterna e imutável.

A libertação pela verdade é longo processo pelo trabalho incessante na prática do amor ao próximo como a si mesmo. A prática do amor incondicional, sem esperar retribuição ou até mesmo gratidão. É o amor pelo amor que perdoa, faz caridade, tem misericórdia e piedade, não é orgulhoso e tampouco egoísta.

Quando chegar este momento, ou a hora do despertar, depois da devida preparação e amadurecimento espiritual, diremos: conhecemos a verdade, e a verdade nos libertará!

 

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

KARDEC, Allan; tradução de Evandro Noleto Bezerra. A Gênese. 2ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.
  

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita