Parâmetros
de
advertência
Favorecido
pela
abertura
do
amigo,
entrevistei
em
determinada
cidade
um
frequentador
comum de
nossas
instituições
espíritas.
Jovem na
idade e
na
atividade
espírita,
fez
considerações
importantes
sobre
sua
visão do
movimento.
Parece-nos
uma
advertência
sincera
e
oportuna
a todos
nós,
dirigentes,
palestrantes,
coordenadores
de
estudos,
recepcionistas,
atendentes.
Não que
tenhamos
que
concordar
com
tudo,
até por
força de
circunstâncias
variadas
e
detalhes
peculiares
a cada
local ou
instituição,
mas a
leitura
de suas
respostas
levará a
grave
reflexão.
O
entrevistado
preferiu
não se
identificar.
Respeitei
sua
decisão
e
apresento
suas
respostas
aos
questionamentos
que
fizemos,
e que
foram
resultantes
de
nossos
diálogos
preliminares:
Quais as
impressões
que lhe
causaram
o
conhecimento
espírita? Não o
conhecimento
dos
espíritas,
das
casas e
instituições
com suas
atividades,
mas o
Espiritismo
mesmo,
em seus
fundamentos,
em seu
coração?
Que tipo
de
impacto
ou
impressões
lhe
trouxe
esse
conhecimento?
Cresci
fora da
Doutrina
Espírita
e não
sabia
muito o
que
esperar,
não
criei
expectativas,
apenas
fui
conhecer.
O
conhecimento
me
libertou
de algo
que me
consumia
e que
poderia
chamar
de
obrigação
e me
mostrou
que a fé
está
longe de
ser uma
leitora
de
palavras,
mostrou-me
que é na
simplicidade
que está
a
verdadeira
fé, nas
atitudes
do dia a
dia, no
amor ao
próximo.
E como
você vê
a
programação
das
instituições
que
trabalham
em nome
do
Espiritismo?
Gosto
muito da
programação
em
mídias
sociais,
especialmente
as
palestras
disponíveis
no
YouTube,
que são
canais
que me
atraem
pelo
fato dos
meus
horários
sempre
corridos.
As
atividades
das
casas
espíritas,
todavia,
não me
atraem
muito,
pelo
fato de
faltar
uma
linguagem
mais
simples
e mais
despojada.
O que
lhe
causa
mais
estranheza?
Por quê?
O que me
causa
mais
estranheza
é a
falta de
palavras
simples
e de
amor.
Tenho
receio
de
chegar
ao
centro
hoje
porque
se
tornou
algo que
temos
por
obrigação
baixar a
cabeça e
escutar.
Acredito
que o
conteúdo
espírita
abre um
leque
gigante
de
perguntas
e seria
muito
interessante
poder
participar
mais,
ter
oportunidade
de
perguntar,
debater
mais,
participar.
O que
acha que
realmente
falta?
Por quê?
Me faz
imensa
falta
estar
junto às
pessoas,
falta o
face a
face das
perguntas,
do
bate-papo,
do amor,
da
espontaneidade,
do riso,
da
alegria.
Sinto
falta
porque
isso
está
afastando
muitas
pessoas
de minha
idade
(estou
na faixa
dos 30 a
40
anos),
pois a
sensação
que os
dirigentes
e
palestrantes,
ou
coordenadores
de
grupo,
passam,
é de uma
doutrina
triste.
Creio,
pelo que
já
conheço,
que o
Espiritismo
não veio
apenas
para
falar de
morte ou
sofrimento,
ou
aflições.
Ele tem
uma
mensagem
de
esperança
e
alegria,
que não
é
repassado
aos
frequentadores.
Por
isso, em
muitas
instituições,
ele se
tornou a
doutrina
da
morte,
apenas
do
consolo
após a
morte.
Mas e o
agora da
presente
oportunidade?
No meu
entender
da alma
imortal,
com a
vida que
continua,
não está
faltando
uma
integração
dessa
continuidade
natural.
Parece-nos
pela
maneira
como
está
sendo
conduzido
que
precisamos
chorar e
temer.
Infelizmente
a
mensagem
de
alegria
e
esperança,
desde os
dias
presentes
– onde
nos
debatemos
com
tantos
desafios
– não
está
sendo
passada.
Embora
você
conheça
o
Espiritismo
na
cidade
onde
reside,
como
sente o
movimento
em si
pelo
país,
pelas
notícias
que pode
captar
pela
mídia
impressa
ou
virtual?
Não
consigo
sentir.
O
movimento
espírita
é de
difícil
acesso.
Quando
pesquiso
algo,
sinto
que o
Espiritismo
é uma
doutrina
que se
esconde,
embora
eu saiba
que não
é
vaidosa.
Sei da
força
que tem,
que não
precisa
de
holofotes,
mas
muitos
daqueles
que
falam em
seu nome
prezam
esses
holofotes.
Gostaria
que se
mostrasse
mais em
ações e
iniciativas
que o
tornassem
mais
acessível
ao
grande
público.
Para que
o
conheçam
e o
busquem
não para
saberem
apenas
da morte
e seus
desdobramentos,
mas
especialmente
por
amarem a
própria
vida.
O que
acha das
lideranças
espíritas?
Não sou
a melhor
pessoa
para
julgar
as
lideranças
espíritas,
porém
gostaria
que se
espelhassem
mais na
evangélica,
nos
sinceros
líderes
evangélicos,
que se
aproximam
amorosamente
do
público.
E dos
palestrantes
que usam
da
palavra
para
divulgar
a ideia
espírita?
Na
maioria
das
vezes, e
como eu
observo
e escuto
muitas
pessoas
ao meu
redor -
pessoas
como eu
- a
divulgação
e as
palestras
me
deixam
sem
entender...
usam
muito
teor
TÉCNICO
em meio
de
pessoas
simples
que
queriam
apenas
ouvir
algo pra
alegrar...
Vejo que
as
palestras
onde
existem
músicas
e algo
como
teatro e
bate-papo
são as
que mais
lotam,
por
serem de
fácil
entendimento
e
sentimento.
E dos
coordenadores
de
grupos
de
estudos?
Falta
humanidade,
aquela
de se
colocarem
mais no
lugar do
próximo,
que ali
está ao
lado
deles.
Se
pudesse
resumir
seus
sentimentos
ou
impressões
para
sugerir
aperfeiçoamento
nas
atividades
dos
centros,
o que
diria em
termos
gerais?
Quando
fui a
primeira
vez me
senti
alegre
de uma
maneira
inexplicável...
Fui
recebida
com
sorrisos...
um amor
gigante.
Ali me
sentia
preenchida
e com
isso
enchia
meu
coração
de
alegria...
As
atividades
eram
cheias
... Mas
faltou
complemento,
tipo
calor
humano,
algo que
me
deixasse
mais
perto do
Espiritismo...
A meu
ver
parece
que o
Espiritismo
é apenas
para os
escolhidos...
E na
integração
da
criança
e do
jovem
nas
atividades
espíritas,
o que
considera
importante?
Eu
mudaria
a forma
de
chamar
esses
jovens.
Com
danças,
cantos,
teatros,
fazer o
Espiritismo
chegar
de outra
forma,
chegar
leve,
sem
cobrança,
sem
perfeição,
apenas
ser
espírita.
E da
linguagem
e tipos
de
estudos
utilizados
nas
preleções
e
grupos?
Precisa
ser mais
simples.
Está
muito
técnica.
E para
quem se
aproxima
agora do
Espiritismo,
considera
que a
linguagem
atende à
expectativa?
Por quê?
Como já
referi,
por
ouvir
muitas
pessoas
em meu
dia a
dia,
infelizmente
acredito
que a
maioria
procura
um
consolo
pelas
aflições
ou pela
morte de
entes
queridos,
mas em
alguns
casos
dirigentes,
palestrantes
e
coordenadores
de
grupos
de
estudos
estão
assustando
as
pessoas
e essas
se
afastam
gradativamente.
O que
seu
coração
pode
dizer
aos
espíritas?
Amem sem
julgamento.
Apenas
amem. Na
simplicidade
é que
aprendemos
e
reconhecemos
Jesus. O
Espiritismo
não é a
salvação
ou
pós/mestrado
da
inteligência
religiosa.
Ao
contrário,
o
Espiritismo
ainda é
o ensino
fundamental,
que
consola,
que
conforta
e
orienta.
Temos
muito
ainda a
aprender
– com a
prática,
pouco
com a
teoria.
E aos
que
agora se
aproximam?
Espiritismo
é amor,
é
aceitação,
é
perdão,
é fé no
futuro.
É fé na
vida.
E aos
palestrantes?
Sorriam
nas
palestras.
Afinal
estamos
ainda
todos
encarnados.
E aos
dirigentes?
Evitem
julgamentos,
isso só
afasta
as
pessoas.
*
Agora
ficam
conosco
as
reflexões
que
queiramos
fazer,
aproveitando
ou não
os
parâmetros
citados. |