Imenso trabalho educativo
Nos últimos dois meses tenho proferido em alguns lugares
a palestra “Meus discípulos serão conhecidos por muito
se amarem”. O tema – uma das afirmações de Jesus nas
anotações dos evangelistas – inspirou a realização da
1ª. edição do CEARA, a Confraternização Espírita de
Araraquara (ocorrida em novembro) e tive a honra da
palestra de abertura. Preparei, pois, a palestra, com
base no tema central do evento.
Na busca especialmente de algum caso comovente que
sensibilizasse o público, busquei uma das histórias de
Divaldo Pereira Franco, esse autêntico “mensageiro da
paz”, como bem indicou o filme recentemente produzido e
exibido pelos cinemas. Nosso conhecido tribuno tem
muitas histórias, como bem sabe o público. Muitas delas
contadas em suas palestras, outras testemunhadas por
pessoas que com ele convivem ou por ele foram
beneficiadas.
Pela admiração e gratidão que nutro ao amigo Divaldo,
busquei no livro “Vivências do Amor em Família”
(narrativas nas palestras e seminários adaptados em
livro e organizado por Luiz Fernando Lopes, que também
produziu o “Sexo e Consciência”, no mesmo formato, duas
preciosas pérolas da literatura espírita) a belíssima e
emocionante história de uma das vivências do médium e
intitulada “A moça com olhos de estrela”, que incluí na
palestra.
A experiência muito me surpreendeu, pelo nível de emoção
despertada no público e em mim mesmo (embora eu não seja
um bom contador de histórias), com desdobramentos
felizes na tarefa de divulgação espírita em palestras.
Mas o objetivo aqui não é falar de palestra. A presente
abordagem surgiu para lembrar o intenso e longo trabalho
socioeducativo exercido pelo médium, há décadas, em
Salvador-BA, o que lhe permitiu ao longo de todos esses
anos acumular todas essas experiências que também são
colhidas no contato com pessoas de todos os lugares –
não só no Brasil, como bem sabe o leitor –, no
igualmente intenso trabalho de difusão doutrinária, com
sua lucidez e clareza, mas principalmente respeito e
coerência com que os realiza. Seu trabalho fala por si,
não necessita de qualquer defesa.
Vez por outra acumulam-se críticas, pedras recebidas e
agressividade gratuita, que não o assusta, naturalmente,
e nem a nós. Afinal, quem produz é sempre alvo de
ataques, como bem indica a figura do Evangelho e mesmo o
cotidiano de todos nós, na vida comum.
Não estou aqui para defendê-lo. Ele não precisa disso. O
seu silêncio já demonstra sua coerência. Mas o que se
percebe claramente é que os ataques surgem daqueles que
nada fazem (onde podemos usar da gíria popular, acuados
por imensa “dor de cotovelo”) ou se colocam como
vigilantes da postura alheia, esquecendo-se de que somos
todos seres humanos, todos falíveis, não estamos num
mundo de seres perfeitos e que antes de atacar ou
criticar é preciso fazer melhor. Seria o caso de
convidá-los a fazerem o mesmo ou melhor, acumulando
essas décadas de trabalho no bem e de seriedade no trato
com o Espiritismo. Antes da agressividade a que se
dedicam.
Prefiro, com minha pequenez, permanecer dentro de minhas
limitações, trabalhando. Que autoridade moral temos
qualquer um de nós para atacar quem quer que seja?
Fixemo-nos antes no amplo trabalho educativo de Divaldo.
Olhemos para sua respeitável folha de serviços nesses 92
anos de existência...