Nossa casa, nossa morada
A cada dia novas descobertas sobre o Universo nos
encantam ao mesmo tempo em que nos deixam perplexos
perante tantas diversidades. Hoje já se fala em
multiversos e seus níveis, cada nível composto de
possibilidades diferentes para os Espíritos que, como
nós, estão nos estágios da evolução. Após esse estágio
virão outros que nos elevarão, sublimarão e glorificarão
dentro dos propósitos de Deus visando ao nosso retorno
para Ele, sábios e virtuosos. Por hora a matéria é nossa
grande aliada e estudá-la significa enriquecer-se para
solturas. Somente depois de entendermos a extraordinária
montagem que a estrutura é, que poderemos deixá-la
definitivamente. Num primeiro momento ela nos acrisola e
em outros nos liberta.
Na questão 27 de O Livro dos Espíritos,
Allan Kardec indaga: “Há então dois elementos gerais
do Universo: a matéria e o Espírito?
“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as
coisas. Deus, Espírito e matéria constituem o princípio
de tudo o que existe, a trindade universal.” Observemos
que a Espiritualidade Superior diz que é tudo o que
existe: Deus, Espírito e matéria. Na questão 33 somos
informados de que: “tudo está em tudo”.
Assim vivemos num imenso holograma onde a menor parte
contém o todo. Ou seja, participamos do todo, de toda a
criação e participamos de Deus. No livro Atos dos
Apóstolos, o evangelista Lucas nos informa que: “Em Deus
existimos e em Deus nos movemos”. At. 17:28. Expoentes
das ciências e da teologia no indicam que nada pode
existir fora de Deus. Então, Deus é a nossa morada!
O difícil é entender essa verdade porque vivemos ainda
na ilusão de que somos deuses. Na Prece Dominical quando
Jesus coloca: “Seja feita a vossa vontade assim na Terra
como no Céu”, o Mestre nos indica a real proposta e nos
fala claramente como vivermos em Deus de forma
consciente.
Muitos alegam que fazer permanentemente a vontade de
Deus pode representar a perda do livre-arbítrio. É
preciso analisar bem o que seja
o livre-arbítrio. Arbítrio vem de ARBITER,
“pessoa que vai a algum lugar (como testemunha ou
juiz)”. Simplificando, cada ser é juiz de si mesmo. E
como ser um efetivo juiz de si mesmo quando ainda
estamos nos pródromos dos conhecimentos superiores? Por
isso Jesus enviou grandes Mestres e inclusive Ele veio
para nos nortear nesse quesito de sermos juízes de nós
mesmos, dentro das propostas das Leis Divinas. O
livre-arbítrio é, pois, a liberdade de escolher onde e
como estar e fazendo o que desejar. Mas estamos tão
maduros para isso?
É preciso conhecer um pouco mais a casa que habitamos e
como ela se estrutura. O lado de fora representa nosso
lado de dentro e funciona como uma bússola. O Universo é
estruturado no cosmo: Kosmos – harmonia. Somos de fato
harmoniosos?
No tempo da regeneração estes estudos estarão em pauta.
Os Espíritos que permanecerem na Terra deverão se
inteirar da sua real identidade e individualidade.
Deverá se tornar um filho de Deus consciente e realizar
atos que o eleve ao Pai dentro das conjunções
estruturais da realidade que o cerca.
Para isso necessitará disciplinar-se colocando sempre em
pauta o seu livre-arbítrio em relação à vontade de Deus.
Para cada filho Deus guarda uma surpresa. Encontrá-la
será sempre o grande desafio de cada um.
O Universo é nossa morada. Precisamos sair das nossas
infâncias, dos nossos quartos de bebês para ver o que
mais tem na casa. Há salas, corredores, quartos,
bibliotecas, quintais, passagens e uma infinidade de
outras coisas criadas para nos abrigar, instruir e
orientar.
Mas, para isso, necessitamos nos alinhar com a vontade
suprema. Os pequenos deuses que fomos até aqui não nos
trouxeram conhecimentos, sabedorias e solturas, apenas
nos obrigaram a repetir indefinidamente os mesmos atos e
gestos que garantissem nossa sobrevivência. É chegado o
momento de viver. A ele, pois!
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