As belezas física e
espiritual
A beleza interior de
uma pessoa está
relacionada ao
seu caráter, à sua personalidade, bondade ou excelência,
e, muitas vezes, menos valorizada ou percebida do que a
beleza física.
Sob o enfoque da Doutrina Espírita, como abordar as
belezas física e espiritual? Que ensinamentos colher?
A beleza em si não é problema, pois ela expressa
a qualidade daquilo que é belo ou agradável, como uma
característica capaz de cativar o observador.
Pela Parábola dos Talentos, poderíamos considerar a
beleza física como um bem ou recurso que a Providência
nos empresta para ser empregada em benefício próprio e
de nossos semelhantes.
Como empréstimo divino, podemos ter a beleza física em
uma existência e noutra não, diante da sua
temporalidade.
A beleza física será problema se aguçar o egoísmo,
despertar o orgulho, evidenciar a soberba, incentivar a
excessiva vaidade, estimular a promiscuidade, promover o
comércio do corpo, ser objeto de sedução ou servir de
menosprezo aos nossos semelhantes. Pela lei de causa e
efeito, o mau uso da beleza física terá consequência.
Por outro lado, o conceito de beleza física é variável
de acordo com a cultura e opinião pessoal. O que é belo
para uma pessoa, pode não ser para outra.
Existem outros tipos de beleza nos reinos mineral,
vegetal e animal, sendo que nem todos apresentam o
esplendor da sua perfeição.
Além disso, há o envelhecimento da matéria e do corpo,
modificando as suas aparências originais e afastando-os
do belo relativo.
Já a beleza espiritual vem da pureza do coração e do
esplendor da alma, e, muitas vezes, não a percebemos e
tampouco valorizamos.
A beleza espiritual tem energia, luz, brilho, cor,
vibração e frequência proporcional à intensidade do amor
que temos para com Deus e para com o próximo como a nós
mesmos.
Jesus disse: “a candeia do corpo são os olhos; de
sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo
terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu
corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há
são trevas, quão grandes serão tais trevas”! (Mateus
6: 22-23)
Disse mais: “assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. (Mateus
5: 16)
Pela Doutrina Espírita, somos esclarecidos que os
Espíritos, em todas as épocas, são criados por Deus,
nascem simples e ignorantes, e que pela pluralidade de
existências fazem os seus caminhos evolutivos na busca
da perfeição relativa à Humanidade, tendo Jesus como
caminho, verdade e vida em direção ao Pai.
Temos conhecimento, ainda, da imortalidade do Espírito,
que sobrevive ao corpo físico carregando a sua
individualidade e as experiências de existências
anteriores. Nascemos e renascemos, com o Espírito
reencarnando em diferentes corpos físicos.
Assim como o Universo, a beleza se movimenta, modifica,
evolui e reflete em toda as partes.
As belezas física e espiritual caminham juntas, mas uma
independe da outra e têm suas estéticas específicas,
umas temporárias e outras perenes.
A Humanidade caminha para uma nova era, em que ao
alcançar o estágio de maturidade, a beleza moral tocará
os Espíritos na direção da felicidade eterna.
Em cada estágio evolutivo da Humanidade, cresce o dever
e a obrigação moral perante Deus, que irradia em
elevadas formas, para refletir as virtudes eternas do
esplendor da beleza de nossas obras aos nossos próprios
olhos.
O Espírito Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido
Xavier, no livro “Roteiro”, “Na senda evolutiva”,
ressalta: “ao longo do processo evolutivo, o Espírito
cresce no conhecimento e aprimora-se na virtude,
estruturando, pacientemente, no seio do espaço e do
tempo, o veículo glorioso com que escalaremos, um dia,
os impérios deslumbrantes da beleza imortal”.
(Emmanuel, Roteiro)
Por tudo isso, comece a embelezar a sua alma: exercitar
a humildade, a simplicidade, a mansidão, a paciência e a
tolerância; espalhar amor, caridade, misericórdia e
piedade; praticar o bem e o perdão incondicional;
aumentar a fé e a confiança em Deus; erguer o irmão
caído; proferir palavras de fé, esperança e consolo; e
remover o egoísmo, o orgulho, a vaidade, o rancor, a
raiva, o ódio, o sentimento de vingança, o ressentimento
e a inveja.
Há o belo e o feio, como há a luz e a escuridão. Na
beleza espiritual, o grau de beleza é medido na
intensidade com que ela se aproxima do bem, porque a
feiura abraça o mal.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); (psicografado por)
Francisco Cândido Xavier. Roteiro. 14ª Edição.
Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.
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