Confiança
Alma querida, não temas.
Que a fé não se te degrade
Ao romper da tempestade,
Qual maremoto a rugir;
Muita vez, o sofrimento
É o campo alto e fecundo,
Que impele as forças do mundo
À elevação no porvir.
Nas mínimas formações
Que alteram a natureza,
A dor é uma luz acesa
No apoio da evolução.
Olha a semente no solo,
Depois de enterrada viva,
Mais a luta se lhe ativa
Na própria germinação.
O mármore vigoroso
Nunca desvenda a obra-prima,
Que lhe atrai a humana estima
Sem o buril do escultor…
Fugindo à inércia do charco,
A fonte que desabrocha
Vence areia, pedra e rocha
E cria glebas em flor.
Reflete: o minério bruto,
Arrancado ao ninho morno,
Tomba aos martírios do forno
Para de novo se erguer;
É peça nas oficinas
No ar, na terra, nos mares,
Nas máquinas que anotares
Do progresso a resplender.
Se o mal, por vezes, parece
Dragão de sombras à vista,
Na guerra que te contrista,
Pensa na dor por mais luz…
Sobre os domínios do mundo,
Nas lutas de todo Plano,
Em qualquer conflito humano,
O vencedor é Jesus.
Do livro Tesouro de Alegria, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.