Joias da poesia
contemporânea

Autor: Maria Dolores

 

Confiança

 

Alma querida, não temas.

Que a fé não se te degrade

Ao romper da tempestade,

Qual maremoto a rugir;

 

Muita vez, o sofrimento

É o campo alto e fecundo,

Que impele as forças do mundo

À elevação no porvir.

 

Nas mínimas formações

Que alteram a natureza,

A dor é uma luz acesa

No apoio da evolução.

 

Olha a semente no solo,

Depois de enterrada viva,

Mais a luta se lhe ativa

Na própria germinação.

 

O mármore vigoroso

Nunca desvenda a obra-prima,

Que lhe atrai a humana estima

Sem o buril do escultor…

 

Fugindo à inércia do charco,

A fonte que desabrocha

Vence areia, pedra e rocha

E cria glebas em flor.

 

Reflete: o minério bruto,

Arrancado ao ninho morno,

Tomba aos martírios do forno

Para de novo se erguer;

 

É peça nas oficinas

No ar, na terra, nos mares,

Nas máquinas que anotares

Do progresso a resplender.

 

Se o mal, por vezes, parece

Dragão de sombras à vista,

Na guerra que te contrista,

Pensa na dor por mais luz…

 

Sobre os domínios do mundo,

Nas lutas de todo Plano,

Em qualquer conflito humano,

O vencedor é Jesus.

 

Do livro Tesouro de Alegria, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita