Quem eu penso que sou?
Despertar o bem no pensamento
Vigiar, educar, refletir e canalizar
Complicado vencer a todo momento
Não há outra saída, se não tentar.
“Vigiai e orai”, eis as palavras do Cristo que mais
ouvimos dos cristãos de todas as ramificações. Estar
atento vigilante pois estamos expostos a pensamentos
diversos que pairam e viajam através do fluido cósmico
universal, o éter imponderável intermediário entre o
espírito e matéria, da mesma forma que somos emissores
quando um pensamento é lançado, ocorre uma conexão.
Vigiar os pensamentos pode provocar e geralmente causa
conflitos, é no cotidiano e nas relações que percebemos
os tipos de pensamentos que assenhoram a mente. Por
enquanto há pouco esforço para a autocompreensão e a
autoaceitação e impedir que se materialize em ações.
Com relação aos pensamentos externos sabemos, através de
O Livro dos Espíritos, que somos influenciados mais que
supomos e muita vez somos dirigidos por eles. O orador e
médium espírita Raul Teixeira assevera “me dizes o que
pensas que eu te direi com quem andas”.
“Não Jugueis para que não sejais Julgados”, mais uma
assertiva de Jesus, podemos entender também que aquele
pensamento furtivo, secreto, não se oculta.
Os pensamentos menos puros e também os que derivam do
julgamento desencadeiam em psiquismo negativo e
transformam em alimento psíquico, ou miasmas que
penetram neste mar de fluidos no qual estamos imersos e
se materializam para alimentar nossos irmãos
desencarnados que, equivocados, ainda estão envoltos na
dor e sofrimento.
É de nossa responsabilidade, pois os nossos pensamentos
criam esse alimento que sustentará nossos irmãos e recairá
sobre nós, pois eles se imantarão a nós causando dor
e sofrimento.
André Luiz nos alerta na obra Nos Domínios da
Mediunidade:
"Onde há pensamentos, há correntes mentais e onde há
correntes mentais existe associação. E toda associação é
interdependência e influenciação recíproca".
Para pensarmos bem, como tudo na vida, sabemos que é
preciso treino.
Despertar nossa energia amorosa
que emitimos em forma de vibrações e orações, assim como
o pensamento, que são conduzidos pelo fluido cósmico
universal e ganham o espaço.
Do nosso perispírito é extraído esse fluido e, por essa
razão, absorve essas vibrações transmitindo-as ao
Espírito. Dessa maneira essas energias amorosas chegarão
aos que têm a responsabilidade das decisões,
influenciando-os positivamente.
Essa energia amorosa na forma de vibrações e orações,
imagina o efeito que terá na transição que atravessa o
Planeta.
E quando a claridade acende a mente, entendemos o que
Paulo escreve em sua epístola aos Efésios: “Desperta, ó
tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo
resplandecerá sobre a tua pessoa”.
Acender a consciência, despontar o pensamento, se animar
para o Caminho que a Verdade conduz é indicar quem nos
espera amorosamente: é a Vida, é o Cristo.
Quem eu penso que sou, como eu penso quem o outro é?
No decorrer dos dias conheço minhas características,
meus pensamentos e minhas ações que revelam como estou,
aquém de ser como a Vida aguarda, tropeços nas pedras do
caminho, e me engano muitas vezes na minha verdade e,
dentre inúmeras, percebo que existe apenas uma que é
válida e ainda incompreendida.
Eu e o outro somos semelhantes mesmo em situações
diversas, com pensamentos e sentimentos tão parecidos.
Respeitar suas escolhas e equívocos, sem pretender
moldá-lo à minha projeção é a mais acertada decisão.
E o que me cabe é liberar a compaixão de quem reconhece
um companheiro de condição humana, independentemente de
seus equívocos, e vivenciar a fraternidade de sermos
todos filhos do mesmo Pai.
Saber que preciso ter autocompaixão, orar por mim e
também pelos irmãos equivocados, materializando os
sentimentos com atos de amor, com a perseverança no bem.
Allan Kardec questionou em O Livro dos Espíritos como o
homem poderia se melhorar e resistir aos arrastamentos
do mal, e os benfeitores responderam o que Kardec já
sabia: “conhecer a si mesmo”; o que ele evidenciou, eu
creio que nós temos dificuldade.
Agostinho, o bispo de Hipona, foi chamado e trouxe o
exemplo do que ele fazia quando encarnado; se percebia,
se observava, como agia, como sentia, como pensava,
reconhecia o equívoco e pedia perdão e buscava não
cometer o mesmo erro.
Despertar um dia de cada vez na lida do dia a dia,
sabendo escolher, não permitindo que pensem por nós, e
assim persistir em vigiar, educar, refletir e canalizar.
Aplicando a elucidação Evangélica, teremos
o nosso tesouro, onde colocar o nosso coração.
Referências bibliográficas:
Mateus 26:41.
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos.
Tradução de Salvador Gentile. 175° edição. Araras. São
Paulo. Editora IDE. Cap. 9. 2ª Parte. Q. 459.
Mateus 7:1.
Luiz, André (Espírito). [psicografado
por] Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios da
Mediunidade. Cap. 15 - Forças viciadas. –
35. ed. – 3ª. impressão. Brasília: FEB, 2013.
Efésios 5:14.
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução
de Salvador Gentile. 175° edição. Araras. São Paulo.
Editora IDE. Cap. 12. 3ª Parte. Q. 919.
Mateus 6:21.