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por Lillian Rosendo

Quem eu penso que sou?


Despertar o bem no pensamento 

Vigiar, educar, refletir e canalizar

Complicado vencer a todo momento 

Não há outra saída, se não tentar.


“Vigiai e orai”, eis as palavras do Cristo que mais ouvimos dos cristãos de todas as ramificações. Estar atento vigilante pois estamos expostos a pensamentos diversos que pairam e viajam através do fluido cósmico universal, o éter imponderável intermediário entre o espírito e matéria, da mesma forma que somos emissores quando um pensamento é lançado, ocorre uma conexão.

Vigiar os pensamentos pode provocar e geralmente causa conflitos, é no cotidiano e nas relações que percebemos os tipos de pensamentos que assenhoram a mente. Por enquanto há pouco esforço para a autocompreensão e a autoaceitação e impedir que se materialize em ações.

Com relação aos pensamentos externos sabemos, através de O Livro dos Espíritos, que somos influenciados mais que supomos e muita vez somos dirigidos por eles. O orador e médium espírita Raul Teixeira assevera “me dizes o que pensas que eu te direi com quem andas”.

“Não Jugueis para que não sejais Julgados”, mais uma assertiva de Jesus, podemos entender também que aquele pensamento furtivo, secreto, não se oculta.

Os pensamentos menos puros e também os que derivam do julgamento desencadeiam em psiquismo negativo e transformam em alimento psíquico, ou miasmas que penetram neste mar de fluidos no qual estamos imersos e se materializam para alimentar nossos irmãos desencarnados que, equivocados, ainda estão envoltos na dor e sofrimento.

É de nossa responsabilidade, pois os nossos pensamentos criam esse alimento que sustentará nossos irmãos e recairá sobre nós, pois eles se imantarão a nós causando dor e sofrimento.

André Luiz nos alerta na obra Nos Domínios da Mediunidade:

"Onde há pensamentos, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influenciação recíproca".

Para pensarmos bem, como tudo na vida, sabemos que é preciso treino.

Despertar nossa energia amorosa que emitimos em forma de vibrações e orações, assim como o pensamento, que são conduzidos pelo fluido cósmico universal e ganham o espaço.

Do nosso perispírito é extraído esse fluido e, por essa razão, absorve essas vibrações transmitindo-as ao Espírito. Dessa maneira essas energias amorosas chegarão aos que têm a responsabilidade das decisões, influenciando-os positivamente.

Essa energia amorosa na forma de vibrações e orações, imagina o efeito que terá na transição que atravessa o Planeta. 

E quando a claridade acende a mente, entendemos o que Paulo escreve em sua epístola aos Efésios: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo resplandecerá sobre a tua pessoa”.

Acender a consciência, despontar o pensamento, se animar para o Caminho que a Verdade conduz é indicar quem nos espera amorosamente: é a Vida, é o Cristo.

Quem eu penso que sou, como eu penso quem o outro é?

No decorrer dos dias conheço minhas características, meus pensamentos e minhas ações que revelam como estou, aquém de ser como a Vida aguarda, tropeços nas pedras do caminho, e me engano muitas vezes na minha verdade e, dentre inúmeras, percebo que existe apenas uma que é válida e ainda incompreendida.

Eu e o outro somos semelhantes mesmo em situações diversas, com pensamentos e sentimentos tão parecidos. Respeitar suas escolhas e equívocos, sem pretender moldá-lo à minha projeção é a mais acertada decisão.

E o que me cabe é liberar a compaixão de quem reconhece um companheiro de condição humana, independentemente de seus equívocos, e vivenciar a fraternidade de sermos todos filhos do mesmo Pai.

Saber que preciso ter autocompaixão, orar por mim e também pelos irmãos equivocados, materializando os sentimentos com atos de amor, com a perseverança no bem.       

Allan Kardec questionou em O Livro dos Espíritos como o homem poderia se melhorar e resistir aos arrastamentos do mal, e os benfeitores responderam o que Kardec já sabia: “conhecer a si mesmo”; o que ele evidenciou, eu creio que nós temos dificuldade.

Agostinho, o bispo de Hipona, foi chamado e trouxe o exemplo do que ele fazia quando encarnado; se percebia, se observava, como agia, como sentia, como pensava, reconhecia o equívoco e pedia perdão e buscava não cometer o mesmo erro.

Despertar um dia de cada vez na lida do dia a dia, sabendo escolher, não permitindo que pensem por nós, e assim persistir em vigiar, educar, refletir e canalizar. Aplicando a elucidação Evangélica, teremos o nosso tesouro, onde colocar o nosso coração.

 

Referências bibliográficas:

Mateus 26:41.

Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 175° edição. Araras. São Paulo. Editora IDE. Cap. 9. 2ª Parte. Q. 459.

Mateus 7:1.

Luiz, André (Espírito). [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. Nos Domínios da Mediunidade. Cap. 15 - Forças viciadas– 35. ed. – 3ª. impressão. Brasília: FEB, 2013.

Efésios 5:14.

Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 175° edição. Araras. São Paulo. Editora IDE. Cap. 12. 3ª Parte. Q. 919.

Mateus 6:21.



 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita