Álcool, mulheres e prejuízos
Muitos pedem a Deus para livrá-los das tentações. E se
esquecem de se vigiar, porque o inimigo mais perigoso
que podemos encontrar seremos sempre nós mesmos, nossas
tendências, imperfeições e defeitos de caráter.
Ninguém nasce perfeito. O que há é uma escalada
evolutiva para a perfeição. Se alguém diz: “Mas Jesus
era perfeito”, sim, porque ele fez a escalada em
milênios de épocas passadas, em outros mundos. Ele era
um ser extraterrestre para nós. Somos seres ainda
imperfeitos, mas dotados da possibilidade de
perfectibilidade estabelecida por Deus, cujo desígnio é
a felicidade de todos.
Uma pesquisa feita pela psiquiatria do Hospital das
Clínicas de São Paulo fez um alerta: as mulheres estão
bebendo mais do que os homens ou tanto quanto os homens.
Reportagem da TV Record sobre a questão do álcool
mostrou mulheres, tanto sozinhas quanto acompanhadas de
parceiros ou amigas, dizendo que o que as deixa à
vontade, desinibidas e relaxadas, é a bebida alcoólica.
Várias delas declarando que preferem bebidas mais fortes
(caipirinhas, vodca, mas também chopes e cervejas), e
defendendo direitos iguais para homens e mulheres.
As mulheres antigamente cozinhavam e costuravam igual à
mãe. Agora, estão bebendo e fumando igual ao pai. Por
outro lado, também estão mais libertas das amarras das
opressões sociais. Estão sendo mais felizes?
Pesquisas de décadas anteriores apontavam que para cada
7 homens que bebiam, encontrava-se uma mulher que bebia;
hoje a média está em torno de 1,5 homens para 1 mulher.
O que muitas dessas mulheres talvez estejam ignorando é
o que o alcoolismo causa. Talvez elas não saibam, por
exemplo, que beber demais causa envelhecimento precoce.
Quanto a conhecer mais ou menos, o que a pesquisa
mostrou é que quanto maior o grau de instrução, mais o
consumo de bebida alcoólica...
Hipócrates (460 a.C.–377 a.C.), considerado o pai da
Medicina, o mais célebre médico da Antiguidade e o
iniciador da observação clínica, afirmava: “Antes de
curar alguém, pergunte-lhe se está disposto a desistir
das coisas que o fizeram adoecer”.
Para cada dez pessoas que consomem álcool, um vai se
tornar dependente químico dele. Claro que, quando uma
sociedade como um todo abusa, mais esse número cresce. A
dependência química é uma doença que é física (a
compulsão no organismo e a síndrome de abstinência) e
também é psíquica (a ideação de uso, ou seja, a obsessão
pelo consumo). E é muito triste quando a pessoa fica com
apenas uma ideia na cabeça – a ideia de beber, porque
nada mais dá prazer.
A obsessão mais difícil de ser tratada é a da
fascinação, motivo pelo qual o médico grego manda
perguntar se a pessoa deseja se curar.
Muitos desconhecem os efeitos nocivos do álcool no
organismo e na mente, tanto é que há psicólogos, médicos
e professores recebendo tratamento clínico, pois que,
mesmo sabendo, não acreditavam nos perigos do
alcoolismo.
Cientistas italianos descobriram mais este efeito
negativo do consumo excessivo de álcool: o
envelhecimento precoce. De acordo com os pesquisadores
da Universidade de Milão, a bebida acelera o processo
natural de envelhecimento das células – e pode também
aumentar as chances de desenvolvimento de câncer. A
pesquisa foi apresentada na conferência anual da
Associação Americana de Pesquisa do Câncer.
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