A bússola
Na viagem rude e longa
Em região solitária,
A todos os viajores
A bússola é necessária.
Quando a jornada é difícil,
Aquele que a tem, de perto,
Vai seguindo confortado
Na bênção do rumo certo.
Soprem ventos formidandos
E a sombra prometa a morte,
A bússola honesta e firme
Não perde a visão do Norte.
Muita vez, em mar revolto,
Nas zonas desconhecidas,
Atende, silenciosa,
Dando fé, salvando vidas.
Tudo angústia da borrasca
E trevas de nevoeiro,
Mas a bússola responde
Aos olhos do timoneiro.
De outras vezes, no deserto,
Se palpita a inquietação,
Traduz generosamente
O conforto e a direção.
Em meio a vacilações,
Significa o resumo
De grandes consolações
A quem ame o próprio rumo.
Tanto em água revoltada,
Como em areia, em espinho,
A bússola generosa
Jamais esconde o caminho.
Nas rudes experiências
Da romagem terrenal,
Não se pode prescindir
Do rumo espiritual.
Se caminhas neste mundo,
Sejas moço, sejas velho,
Não esqueças, meu amigo,
A bússola do Evangelho.
Do livro Cartilha da Natureza,
obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.