Destino
ou escolha?
Por vezes, a vida
decorre numa velocidade
estonteante de novidades
e mudanças que não
esperamos. Só uma
pequena mente pode ter a
ideia de que controla a
sua vida, é uma ilusão
criada pela rotina que
se dá de tempos em
tempos.
Quando pensamos que
temos tudo sobre nossa
alçada, vem o vento do
destino e remexe nossa
vida, criando as
alterações necessárias
para nos tirar do lugar.
Algumas das alterações e
novidades são
agradáveis, outras, nem
por isso.
Falar em destino
assusta-nos porque nos
dá a ideia de que não
temos “voto na matéria”,
e de certa forma é
verdade, mas, por outro
lado, a Lei de Ação
Reação mostra-nos que
tudo tem a causa em nós.
Então, quando é que há
destino e não temos
escolha e quando temos a
escolha?
A vida externa, da forma
como se apresenta, não
parece ser uma escolha
nossa, as coisas
simplesmente acontecem.
É fácil concluirmos que
este movimento que a
muitos parece aleatório
não nos permite escolher
com o que nos deparamos
no momento do
acontecimento, dando-nos
uma ideia “clara” de que
a culpa é dos outros ou
da vida. Como nossos
“olhos” não conseguem
ligar o acontecimento ao
passado não percebemos
que a causa está em
nossas ações do passado,
fazendo-as parecer
situações aleatórias.
A Psicologia analítica,
de Carl G. Jung, diz-nos
que o nosso interior é
um ímã aos
acontecimentos do nosso
exterior, ideia
partilhada com algumas
doutrinas, incluindo a
Doutrina Espirita.
O Espiritismo explica
este processo de atração
como uma regra
universal, explicando
que atraímos as pessoas
e os acontecimentos
conforme o nosso
interior, mostrando a
lógica das formações de
afinidade entre
pessoas. Por exemplo, se
dois ladrões,
carteiristas, estiverem
no mesmo espaço, por
muito cheio que esteja,
eles acabam por se
reconhecer e criar laços
por semelhança, tal como
acontece com alcoólicos
pela afinidade do
desejo, e tudo o resto
na vida, onde se incluem
os acontecimentos.
Esta Lei está
intimamente relacionada
com a Lei de Causa e
Efeito ou, vulgarmente
conhecida como Carma, a
Lei do destino que
funciona sob a alçada da
Justiça Universal.
Muitos de nós têm a
ideia de que o “Carma” é
uma punição; o que
fizerem de mal receberão
de mal, o que não
poderia estar mais
errado.
O mal é criação humana,
como constatamos
facilmente, e ele nasce
da ignorância do ser.
Ninguém pratica o mal
consciente do que este
é, pode-nos parecer que
quem o coloca em prática
conhece os resultados,
mas isso é porque não se
tem consciência do
processo e do seu
resultado. Um dos
ensinamentos mais
importantes e comuns a
todos os “iluminados” é
que a maior consequência
do mal é em quem o faz,
a exemplo de Jesus
Cristo, que disse: “Ai
do mundo por causa dos
escândalos; pois
é necessário que venham
escândalos; mas ai do
homem por quem o
escândalo venha”.
Se um filho nosso comete
um erro, que fazemos?
Pedimos a ele que o
refaça e repare – esse é
o princípio da Lei de
Causa e Efeito.
Construímos hoje o
amanhã que iremos viver,
seja nesta reencarnação,
seja na próxima que está
no tempo “amanhã”.
Aquilo com que nós nos
deparamos hoje é a
colheita do nosso
passado que regressa
como forma de educador
e, se no futuro queremos
ter um professor mais
paciente e moderado,
devemos estar
conscientes de que o
estamos a criar no
presente, através do
nosso livre-arbítrio, na
forma como recebemos e
reagimos aos
acontecimentos com que
nos deparamos.
Aqui poderemos ver a
realidade do destino;
não temos escolha
perante o que nos acontece, mas agora temos
escolha perante o que
nos irá acontecer,
incluindo a Lei da
Atração que se movimenta
pelo que somos,
interiormente, resultado
das escolhas do passado.
Como quero que seja o
meu futuro?