No calvário da luz
Deixa que a Dor te rasgue o peito, ao grito
Da angústia extrema que te prende e enluta!
O buril que lacera a pedra bruta
Guarda o poder tirânico e bendito.
Infortunado, mísero, proscrito,
Segue, de pés sangrando, sob a luta,
De fronte iluminada e face enxuta,
Prelibando a grandeza do Infinito…
Avança à frente, moribundo embora,
Cultivando a bondade que aprimora,
De alma oprimida a soluçar, de rastros
Louva o crisol da desventura humana
Que a Vida Pura reina, soberana,
No roteiro mirífico dos astros.
Soneto psicografado pelo médium Francisco Cândido
Xavier, publicado na obra Nosso livro, de autoria
de Espíritos diversos.