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por Ricardo Orestes Forni

 

O carro de João


João sonhava com o carro que se propunha adquirir. Embora fosse o carro dos seus sonhos, até desperto ele via o veículo diante de si.

Haveria de envidar todos os esforços para conseguir a sua conquista! Ajuntaria dinheiro, tostão a tostão, economizaria tudo o que fosse possível. Nada de gasto que pudesse ser evitado. Apenas o estritamente necessário!

Com o passar do tempo, de muito tempo, conseguiu a tão almejada quantia!

Na noite anterior de ir até a agência eleita, não conseguiu dormir! Já se sentia e via dentro daquele veículo tão ambicionado.

Enfim, dinheiro suficiente, consumou a compra.

O cheiro de um carro zero quilômetro era inesquecível! Nunca o sentira anteriormente. Apenas agora que conseguira com muito trabalho realizar o sonho de tantos anos e sorver esse aroma dos “deuses”!

Se a mínima poeira se atrevesse a depositar sobre a lataria brilhante, ele corria com o devido pedaço de pano para afastar a intrusa.

Assim como agia por fora do veículo, mantinha a mesma exigência com o asseio interior do mesmo. A mais discreta sujeira que empanasse o ambiente era prontamente eliminada.

O problema começou a surgir quando João se dirigia até o trabalho. Dispunha de dois caminhos para o local. Um deles por uma estrada mais curta que pouparia o uso do veículo novinho. Essa estrada, porém, apesar de bem mais curta, era repleta de irregularidades na pista, o que causava uma espécie de castigo aos pneus e demais partes do carro.

O outro caminho tinha um leito carroçável em muito melhor estado, mas era bem mais longo, obrigando a um trabalho maior do carro novinho em folha. 

Como insistiu em usar o caminho mais curto, vivia levando ao mecânico para pequenos reparos que doíam em seu coração. O mecânico mais lúcido do que João procurou alertá-lo. Deveria usar a rodovia mais longa, mas em melhores condições que não imporia danos ao seu bem móvel. Ou seja, João, não fosse a teimosia, deveria mudar de rumo!

Entretanto, como João não se convencia facilmente, insistiu no caminho mais curto até acabar se convencendo de que a opção que até então vinha fazendo não fazia bem ao seu sonho materializado naquele veículo belíssimo.

Permita-me perguntar como você tem tratado o seu “carro”. Não. Não o seu veículo sobre quatro rodas, mas o seu veículo físico que a reencarnação lhe entregou novinho nas mãos depois de uma longa espera. Sim, longa e, muitas vezes, dolorosa espera, porque os casais hoje em dia não atingem a média de dois filhos por união. Dois filhos! Veja como está difícil conseguir um “carro” novo para transitar na escola da Terra!

E à semelhança de João, temos circulado por “estradas” ruins que impõem ao nosso “veículo” estragos consideráveis!

Excesso de alimento. Falta do repouso necessário. Utilização de bebidas alcoólicas. Cigarro. Momentos de explosões que descarregam na corrente sanguínea tóxicos que minam nossa saúde física. Maledicência etc.

Péssimas estradas temos seguido! Tudo porque não damos ouvido ao alerta milenar de Jesus de ir e não errar mais para que não nos suceda o pior. Insistimos na mesma estrada. Negamo-nos a mudar de rumo como fazia João.

Doutor José Carlos De Lucca, em seu livro O Médico Jesus, assim nos ensina: “Em todas as curas que realizava Jesus sempre apresentava ao enfermo a proposta do “não peques mais”, isto é, do “não voltes a errar”, o que para nós significa a necessidade de mudança de rumo (grifo nosso) que qualquer processo sincero nos solicita. Muitos a quem Jesus curou voltaram a adoecer porque não mudaram de vida, persistindo em seus velhos hábitos doentios. Tenhamos consciência de que custará menos mudar do que experimentar o sofrimento do comodismo. Nenhum processo de cura se estabelece sem duas condições indispensáveis: consciência e mudança.

Nunca é tarde para mudar de caminho, por piores que tenham sido as estradas do erro percorridas. Jesus não desistiu de você. A doença é um chamado para voltarmos ao caminho do bem. Como há dois mil anos atrás, o Médico Jesus está pronto para o curar. E você está pronto para a mudança?

E aí? Vai continuar como um João ou vai mudar o rumo do seu “veículo”?


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita