O saber
fica, a riqueza passa
“Tenho-vos dito isso,
para que em mim tenhais
paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom
ânimo; eu venci o
mundo.” (João,
16:33)
Acena-nos o Mestre com a
possibilidade de
vencermos o mundo. Que
vitória é essa a ponto
de Jesus considerá-la
importante, mesmo com
sofrimento?
Seguramente, não nos
convidava Jesus à luta
fratricida, onde o ser
humano, a pretexto de
conquistar para si um
pouco mais de espaço,
dizima lares e seres.
Também não se referia
Ele à conquista de bens
materiais a qualquer
custo e muito menos às
posições sociais de
evidência, por saber ser
isto perda de tempo.
Somos Espíritos, ainda
que na condição de
encarnados, habitantes
temporários deste
Planeta, com destino
certo que é o mundo
espiritual, nossa
verdadeira casa. Todos
sabemos que tudo o que
aqui conquistarmos e que
pertença a este mundo,
neste mundo ficará,
quando partirmos para a
pátria espiritual. Só
levaremos conosco os
bens espirituais e o
saber conquistado.
Tudo o que é material é
feito de átomos e na
verdade ninguém pode
considerar-se dono
deles, nem mesmo aqueles
que tenham conseguido
adquirir inúmeras
terras. Olhando-se a
vastidão do Universo,
percebe-se que ninguém
pode ser proprietário de
um pedaço de um planeta.
Se estamos de posse
deste ou daquele bem
terreno é porque Deus
nos permitiu administrar
temporariamente esse
bem. Correr atrás de
átomos como a única meta
a ser atingida, é correr
atrás de ilusão.
Na verdade, este Planeta
é abençoada escola
corretiva para todos
nós. Se tivermos a
oportunidade de obter o
bem-estar, através da
aquisição de um lar
confortável e de outros
bens que nos facilitem a
vida, devemos fazê-lo,
porém mantendo vivo na
lembrança que aqui
viemos para conquistas
maiores do que estas.
A conquista que
realmente devemos
realizar é a do
autoconhecimento. A
grande vitória está em
adentrarmos o nosso
íntimo, para aí
trabalharmos os pontos
negativos do nosso
comportamento. Tarefa
nada fácil. Quantas
vezes o orgulho nos
impede de ver com
clareza o nosso lado
falho! Quantas vezes
sucumbimos a reações que
têm mais a ver com o
homem-fera? Quantas
vezes a usura nos impele
à conquista do dinheiro,
não importando os meios,
para em seguida nos
fazer cair nas malhas da
avareza? Todos os
vínculos desacerbados
que desenvolvemos na
direção da matéria são
lutas futuras e
desencantos mil que
plantamos.
Vencer o mundo significa
fazermos como Jesus:
vivermos nele com
desapego aos bens
terrenos, mesmo que os
tenhamos, e nos
dedicarmos à prática do
bem.