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por Altamirando Carneiro

 

O saber fica, a riqueza passa


“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
 (João, 16:33) 


Acena-nos o Mestre com a possibilidade de vencermos o mundo. Que vitória é essa a ponto de Jesus considerá-la importante, mesmo com sofrimento?

Seguramente, não nos convidava Jesus à luta fratricida, onde o ser humano, a pretexto de conquistar para si um pouco mais de espaço, dizima lares e seres. Também não se referia Ele à conquista de bens materiais a qualquer custo e muito menos às posições sociais de evidência, por saber ser isto perda de tempo.

Somos Espíritos, ainda que na condição de encarnados, habitantes temporários deste Planeta, com destino certo que é o mundo espiritual, nossa verdadeira casa. Todos sabemos que tudo o que aqui conquistarmos e que pertença a este mundo, neste mundo ficará, quando partirmos para a pátria espiritual. Só levaremos conosco os bens espirituais e o saber conquistado.  

Tudo o que é material é feito de átomos e na verdade ninguém pode considerar-se dono deles, nem mesmo aqueles que tenham conseguido adquirir inúmeras terras. Olhando-se a vastidão do Universo, percebe-se que ninguém pode ser proprietário de um pedaço de um planeta. Se estamos de posse deste ou daquele bem terreno é porque Deus nos permitiu administrar temporariamente esse bem. Correr atrás de átomos como a única meta a ser atingida, é correr atrás de ilusão.

Na verdade, este Planeta é abençoada escola corretiva para todos nós. Se tivermos a oportunidade de obter o bem-estar, através da aquisição de um lar confortável e de outros bens que nos facilitem a vida, devemos fazê-lo, porém mantendo vivo na lembrança que aqui viemos para conquistas maiores do que estas.

A conquista que realmente devemos realizar é a do autoconhecimento. A grande vitória está em adentrarmos o nosso íntimo, para aí trabalharmos os pontos negativos do nosso comportamento. Tarefa nada fácil. Quantas vezes o orgulho nos impede de ver com clareza o nosso lado falho! Quantas vezes sucumbimos a reações que têm mais a ver com o homem-fera? Quantas vezes a usura nos impele à conquista do dinheiro, não importando os meios, para em seguida nos fazer cair nas malhas da avareza? Todos os vínculos desacerbados que desenvolvemos na direção da matéria são lutas futuras e desencantos mil que plantamos.

Vencer o mundo significa fazermos como Jesus: vivermos nele com desapego aos bens terrenos, mesmo que os tenhamos, e nos dedicarmos à prática do bem. 


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita