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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Resignação

 
Resignação é uma atitude antecedida pela paciência que nos confere condição para o enfrentamento dos desafios da vida. Essa virtude tão preciosa nos eleva ao ponto de antevermos as Bem-aventuranças prometidas por Jesus, levando-nos ao conforto de que necessitamos.

Conscientes de que o Espírito é imortal, podemos robustecer a nossa Fé e a Esperança, que serão os alicerces que nortearão as nossas existências. Contudo, temos muito que perseverar para alcançarmos esse estado de Espírito, face às dificuldades impostas pelas nossas imperfeições.

Renunciar o egoísmo e o orgulho, dando lugar à humildade, são desafios a serem vencidos no primeiro momento. Sabedores de que esse caminho é árduo, busquemos a prática da reforma íntima sem açodamento, e sim por etapas. Jamais conseguiremos grandes progressos rapidamente. Trata-se de um processo de burilamento interior tal qual a lapidação de um diamante num trabalho diuturno.

O esmeril do tempo encarregar-se-á de cumprir essa tarefa, fazendo reluzir a nossa luz, segundo Mateus 5:13-16: "Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus".

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo V, item 12, encontramos: “Bem-aventurados os que choram porque serão consolados”. (...) Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a tranquilidade no porvir.

Quantas vezes abençoamos o “remédio amargo” como instrumento da recuperação da nossa saúde? A dor torna-se passageira quando vislumbramos o efeito que nos trará felicidade. É nessa caminhada brevemente aflita que nos confortamos e seguimos adiante.

Nunca é demais lembrar que estamos colhendo o fruto da semente que plantamos e essa escolha é inteiramente de nossa responsabilidade. Parafraseando Guimarães Rosa, “Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia”.

O livre-arbítrio faculta-nos distinguir o caminho a ser percorrido. A Misericórdia Divina permite o nosso próprio julgamento decorrente da consciência que nos alerta quanto às iniquidades cometidas. Destarte, o sofrimento quando resignado resultará na sublime elevação d'alma. Caso seja entendido como castigo, a revolta será motivo para seu recrudescimento.

Temos, ainda no livro Estude e Viva, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, no Capítulo Resignação e Resistência: “De fato, há que se estudar a resignação para que a paciência não a venha trazer resultados contraproducentes.

A resignação comporta a humildade, contudo, jamais deverá ser instrumento de acomodação. Continuar na busca da melhora independentemente dos reveses é prova da perseverança e denodo para atingirmos o ideal colimado. (A paciência é o caminho de toda sabedoria.)    


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita