Joias da poesia
contemporânea

Autor: Maria Dolores

 

Deus quer misericórdia

 
Se confias em Deus, alma querida,

Vem com Jesus, do lar, que te resguarda e eleva,

Ao vale da aflição onde vagam na sombra

Os romeiros da angústia e as vítimas da treva!...

 

Na crença que te nutre, acende a chama

Do amor que te desvende, trilha afora,

Os convidados d’Ele ao banquete da vida,

Os que formam na Terra a multidão que chora!...

 

Vamos!... Jesus, à frente, nos precede,

Insistindo por nós, de caminho a caminho,

E pede proteção ao que segue em penúria,

Reconforto a quem vai padecente e sozinho!...

 

Aqui, passam em bando, aos ímpetos do vento,

Pequeninos sem fé, sem apoio, sem nome

Que fazem? de onde vêm? aonde vão? ninguém sabe?

E nem sabe explicar a mágoa que os consome!...

 

Ali, geme, sem teto, o doente esquecido,

Além, tropeça e cai, sem a escora de alguém,

O velhinho largado à vastidão da noite,

Que recebe, por leito, a terra de ninguém!...

 

Mais adiante, é a viuvez cansada de abandono,

Almas na solidão de torturante espera,

Implorando socorro ao telheiro vazio,

A recolher somente a dor que as dilacera!...

 

Flagelam-se, mais longe, os tristes companheiros,

Que andaram sem pensar, nas veredas do crime,

Rogando leve olhar de bondade e esperança,

Numa frase de paz que os restaure e reanime!...

 

Ante os erros que encontres, não censures

Nem te queixes... Trabalha, alma querida!...

Deus quer misericórdia!... Ama, serve, abençoa

E Deus te susterá nas provações da vida.

 

Vem como és e auxilia quanto possas,

Não clames pelo Céu, sonhando em vão!...

Nosso Senhor te aguarda tão somente,

Traze teu coração!...

 

Do livro Poetas Redivivos, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita