Glória do bem
A anônima semente pequenina,
Atirada por mão piedosa e boa,
Parecia dormir no charco, à toa,
Sorvendo o sol aos beijos da neblina…
Depois cresceu, abrindo-se em coroa,
Árvore nobre a frondejar, divina,
Fruto a fazer-se pão que nutre e ensina,
Flor que perfuma, tronco que perdoa!…
Assim é o bem humilde que semeias
Pelo espinheiral das dores alheias
Que sombra, provação e angústia encerra…
Hoje, singela dádiva perdida,
Amanhã será luz, beleza e vida
Dulcificando as lágrimas da Terra.
Do livro Auta de Souza, obra psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier.