Mãe
Nunca te esqueço os dedos de veludo,
Quando me carregavas no regaço…
Caí da imensidão azul do Espaço
Qual pássaro da noite, triste e mudo.
Cresci… Estás em tudo quanto faço…
No entanto abandonei o lar, o estudo,
Até que do prazer me desiludo
Arrasado de tédio e de cansaço.
Onde a estrela sublime do Universo,
Em que sintas a dor que há no meu verso?
Vem a mim, alma linda! Vence a bruma!
Quanto amor temos nós, no mundo inquieto,
Desde a ligeira estima ao grande afeto?
Mãe, porém, ante Deus, só tem uma!
Do livro Cartas do Alto, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.