Humildade, amor e
sabedoria
A alma, quando no corpo
físico, pode (ou não) ir
aprendendo humildade,
amor e sabedoria, e a
praticar essas virtudes
no seu dia a dia, aqui
na Terra, junto de seu
próximo.
Duas das chagas de nós,
seres humanos, são o
orgulho e o egoísmo, que
nos fazem tanto mal pelo
apego e pelos
interesses; apesar de
serem forças necessárias
para a evolução da
inteligência, quando
elas predominam,
atravancam o nosso
progresso rumo ao “mundo
de luz”.
Algumas pessoas
demonstraram grande
humildade para lidar com
os semelhantes, um deles
é nosso guia e modelo,
Jesus.
Mais recentemente
tivemos conosco Chico
Xavier, outro belo
exemplo de humildade e
desprendimento material.
Autor de mais de 400
livros mediúnicos, nunca
recebeu direitos
autorais por eles,
sempre pedindo que se
destinasse a renda em
favor da difusão do
Espiritismo e da
promoção social de
pessoas em situação de
vulnerabilidade.
Para o Instituto
Brasileiro de Geografia
e Estatísticas (IBGE), a
pobreza vai além da
questão da renda.
Engloba o acesso à
educação, proteção
social, moradia
adequada, saneamento
básico e internet. Em
2016, quase dois terços
da população brasileira
(65%, ou 133,5 milhões
de pessoas) tinham
restrição de acesso a
pelo menos um desses
serviços. A maior
privação está no alcance
do saneamento básico:
não era acessado por 38%
dos brasileiros, seguido
da internet, à qual 32%
não têm acesso. Esses
dados constam na Síntese
de Indicadores Sociais
2017, divulgada pelo
Instituto no dia
15/12/2019.
No último século, outra
pessoa se destacou
internacionalmente, e
vimos seu exemplo de
humildade e
desprendimento. Trata-se
de uma religiosa que
morou na Índia e também
exemplificou o amor.
Agnes Gonxha Bojaxhiu,
de etnia albanesa,
nasceu em Skopje em 26
de agosto de 1910.
Missionária católica,
naturalizada indiana,
desencarnou em 05 de
setembro de 1997, em
Calcutá, na Índia, sendo
beatificada pela Igreja
Católica em 2003.
Conhecida mundialmente
como Madre Teresa de
Calcutá, foi
considerada, por alguns,
a missionária do século
XX; fundou a congregação
Missionárias da
Caridade, sendo
distinguida ainda em
vida pelo cognome de
Santa das Sarjetas.
A religião predominante
na Índia é o hinduísmo,
seguida do islamismo, do
budismo, jainismo,
sikhismo e, por último,
do cristianismo. Assim,
a madre viveu entre
“estranhos”, ou melhor,
sendo parte de uma
minoria católica.
Entretanto, seu exemplo
de humildade, sabedoria
e amor ganhou destaque
mundial. Dois eventos,
entre muitos realizados
pela sua personagem
ímpar, se destacam para
nossa experiência de
vida, já que desejamos
também um mundo melhor.
Um homem indiano estava
caído, enfermo e
abandonado, à margem da
rua, e Teresa foi ao seu
encontro. Chegando
próximo ao doente, disse
que viera auxiliá-lo;
ofereceu enfermagem,
alimento e pouso. Mas,
cheio de preconceito de
raça e de religião, o
homem, gravemente
combalido na calçada,
ainda assim indagou: “E
quem é você?”. Ao que a
religiosa respondeu:
“Sou sua irmã”. “Quem é
o Senhor seu Deus?”
Teresa respondeu:
“Você”. Ele insistiu,
antes de aceitar o
socorro: “Qual sua
religião?” “O amor”.
Outro fato registrado é
o de uma funcionária do
Comitê Norueguês do
Nobel, que participava
da sindicância do
Prêmio. Após alguns
cansativos dias
acompanhando a madre em
visita a orfanatos,
asilos e hospitais, em
cuidados com enfermos,
crianças e adultos, a
secretária do órgão
manifestou sua
indisposição para a
tarefa, e disse a
Teresa: “Olha, madre, eu
não faria esse trabalho
por dinheiro algum do
mundo”. Ao que a
religiosa respondeu com
abnegação: “Nem eu faria
por dinheiro algum, faço
por amor”.
Arnaldo
Divo Rodrigues de
Camargo e editor da
Editora EME.