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por Temi Mary Faccio Simionato

 

Em louvor da esperança


(...) “onde estiver teu tesouro, aí também estará o teu coração”
. - (Mateus, 6:19-21)


Somos constantemente defrontados por torrentes de forças inteligentes, mas nem sempre sublimadas, que nos assediam. Reconhecemos, assim, que a vida ferve ao redor dos nossos passos, nos mais variados graus da evolução. Por isso, é muito importante a nossa conduta mental e física, porquanto, é por meio dela que mantemos a sintonia com os Espíritos, pois o verdadeiro templo é o coração, de onde procedem as boas ou más ações.

Na verdade, os Espíritos exercem grande influência nos acontecimentos da nossa existência, e essa influência poderá ser sutil ou claramente percebida, podendo ser boa ou má, fugaz ou duradoura. É ocorrência comum garantida pelos princípios da sintonia mental, porque é no mundo mental que processamos a gênese de todos os trabalhos da comunhão de Espírito a Espírito.

Os médiuns, em qualquer região da vida, são filtros de rogativas e respostas, precisando acordar para a realidade de que sempre estarão em companhia daqueles que buscam. Categorizando-nos bons ou maus, conforme o uso de nossos sentimentos e pensamentos que, no fundo, constituem cargas de energia eletromagnética, com as quais ferimos ou acalentamos, ajudamos ou prejudicamos, vitalizamos ou destruímos, e que voltam, invariavelmente, a nós mesmos, impregnadas dos recursos felizes ou infelizes com que lhes marcamos a rota.

As melhores oportunidades de cada dia, no mundo, pertencem àqueles que melhores se fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos companheiros. A sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante e o Espírito de quem ara a terra com Jesus compreende que o pântano pede socorro, que a planta frágil espera defesa, que o mato bruto reclama cuidado e que os detritos do temporal podem ser convertidos em valioso adubo. No entanto, quando coléricos, irritadiços, agressivos e ásperos para com os outros, criamos por atividade reflexa o desalento, a intemperança, a crueldade e a secura para nós mesmos; porém, quando generosos, compassivos, prestimosos e úteis para com aqueles que nos cercam, criamos, consequentemente, a alegria, a tranquilidade, a segurança e o bom ânimo para nós próprios.

É preciso apequenar-nos para ajudar, sem perder altura, assegurando a melhoria de todos, acentuando, assim, a nossa sublimação. Desta maneira, compreendemos que são nos irmãos que desanimaram em plena luta, nos que enlouqueceram de sofrimento, nos que perderam a fé por falta de vigilância, que Jesus nos confere a chama do amor em nossos corações, a fim de ajudá-los. Todos esses padecentes da estrada têm algo para ensinar. Assim, poderemos ver, naqueles que tombam esmagados de aflição, a indução a cada um de nós a serviço para um mundo melhor. Para tanto, não permitamos que a justiça de nossa alma caminhe sem amor, para que não se converta em garra de violência.

Aos pés dos mais impetuosos da Terra, Deus colocou mães que amam, embora seus filhos desditosos de suas bênçãos lhes transformem a vida em fonte de lágrimas. Mil vezes bem-aventurada seja cada hora de nossa paciência diante daqueles que não nos compreendem, que nos ferem ou nos ridicularizem, porque a paciência, invariavelmente, feita com bondade, silêncio, abnegação e esquecimento do mal, é donativo essencialmente da alma, bênção da fonte divina do amor, que jorra nas nascentes do sacrifício, quer esteja formada no suor da humildade ou no pranto simples do coração.

Esforcemo-nos para não permitir que a aflição, a angústia, o sofrimento ou os tormentos cedam lugar às forças irresistíveis de más influências a nos desviarem do caminho a ser seguido em direção à conquista paulatina da felicidade, sem exageros ou exigências descabidas, mas compreendendo que o minuto precioso de cada dia não deve ser desperdiçado por invigilância e ociosidade.

E caso alguém caia na teia do mal diante de nós, ajudemo-lo a refazer-se para o bem; para tanto, é imprescindível que, de nossa parte, possamos auxiliá-los para que se desatem sem condená-los, nem azedar-lhes o sentimento, entregando-os à bondade de Deus como disse Jesus: “desatai-o e deixe-o ir”. (João, 11:14)

Da mesma forma, como Lázaro era restituído à experiência terrestre, sabemos, hoje, que o Senhor nos reergue, em toda parte, nas mais variadas esferas da estrada. O despertamento é gradativo e condiciona-se ao funcionamento equilibrado e perfeito da Lei Natural que rege a evolução.

Ninguém desperta de um momento para outro, ou seja, do túmulo da ignorância para o santuário do conhecimento. Também não podemos desenfaixar-nos com facilidade, sem o concurso de amigos e benfeitores, sejam eles encarnados ou desencarnados.

Vemos na ressurreição de Lázaro a preciosa oportunidade de aprendizado espiritual oferecido pelo Evangelho, fortificando-nos no estudo sadio e, sobretudo, pela prática do amor e da caridade, revigorando-nos na prece, instalando a luz da compreensão e da esperança por dentro de nós.

Guardemos a consciência no dever lealmente cumprido, relevando os golpes com que nos firam, ofertando-lhes o melhor sentimento, a melhor ideia, a melhor palavra e a melhor atitude, pois água cristalina, pingando, gota a gota, converte o vaso de vinagre em vaso de água pura.

A revista Reformador, de setembro de 2017lembra-nos para que “abracemos o nosso roteiro com a alegria de quem trabalha por fidelidade ao sumo bem, estendendo a graça da esperança a benefício de todos. E, um dia, todos os que nos cercam e nos acompanham entoarão o cântico da bem-aventurança que o nosso coração escreveu e compôs nos nossos atos, aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício, em favor de todos em nossa jornada de ascensão à divina luz”.

Necessitamos mais do que nunca do Evangelho Redivivo ao Espírito sedento de consolo e esclarecimento, para que possamos oferecer paz, serenidade, bom senso e discernimento, para que não percamos a direção do bem. Estagiamos no tempo de fazer a leitura da realidade, tendo olhos de ver a verdade e compreender que a Terra é a escola de iluminação, o hospital de reabilitação e a morada de trabalho e libertação de nossos Espíritos rumo a Deus. Assim sendo, fica claro que quando conscientes da verdade entenderemos que a ação no bem é ajustamento à Lei de Deus e a ela nos renderemos por livre vontade.

 

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Cândido e Vieira Waldo – Mecanismos da Mediunidade – ditado pelo Espírito André Luiz – 26ª edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ – lição 18 – 2012.

XAVIER, Francisco Cândido – Ação e Reação – ditado pelo Espírito André Luiz – 28ª edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ – lição 7 – 2012.

XAVIER, Francisco Cândido – Pensamento e Vida – ditado pelo Espírito Emmanuel – 19ª edição – Editora FEB – Brasília/DF - lições 7 e 10 -2016.

KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos – 16ª edição – Editora FEESP – São Paulo/SP – questão 459 – 2015.

Reformador, agosto de 1953 - FEB – página 180.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita