Infância
consciencial
Ainda no sono da ignorância, o homem, apesar dos
ensinamentos do Cristo, ainda permanece na insensatez
diante das sábias palavras do Mestre e do seu exemplo
que consolida o amor como único caminho para a redenção.
Alijado dos compromissos morais, ele busca
incessantemente o poder material como se fosse o
horizonte de luz que sempre brilhará. Nesse equívoco
milenar, caminha nas trevas colhendo dores e sofrimentos
que encontra nesse rumo tortuoso.
Sem perscrutar o seu valioso interior que é o reduto da
sua elevação espiritual, segue como um nômade nesse
universo de incertezas, sem aperceber-se de que os
percalços da vida servem de lição na infinita escola de
aprendizado em que todos nós estamos matriculados.
Sem esforçar-se para sair desse Dédalo, que o torna réu
inserido no cárcere que ele próprio construiu, não se dá
conta de que o caminho escolhido outrora e que ainda faz
parte do seu trajeto necessita ser modificado.
A ambição ombreada com egoísmo e orgulho forma a tríade
que o leva ao precipício das amarguras diuturnamente. As
alternativas existem e sempre somos amparados pelos
Anjos Guardiães para que busquemos novos rumos como
porta de saída dessa turbulência existencial.
A visão obtusa do amanhã espiritual fortalece o seu
estado de sofrimento, visto que o que é transcendental
foge-lhe à razão pelo desconhecimento da verdadeira
essência da vida. Nas Bem-Aventuranças, o Mestre deixou
evidente que a consolação virá adiante, mercê da nossa
fé, perseverança e resignação. Nem acomodação nem
lamúrias. Coragem sempre para enfrentar os desafios da
vida.
Jamais iremos colher bons frutos se a semeadura não
preceder a escolha das boas sementes. Conhecendo a
imortalidade do Espírito, teremos condições de
compreender o porquê das
nossas provas e expiações através das reencarnações.
O autoconhecimento descortinará horizontes mais
abrangentes que nos darão a consciência da nossa real
existência. A par desse universo interior e sempre
ajudado pela espiritualidade, conseguiremos galgar
degraus evolutivos a cada dia, nesse processo infinito
de crescimento espiritual.
Enquanto não buscarmos novos caminhos, já que os
percorridos até agora não foram suficientes para a nossa
reforma interior, não desfrutaremos da felicidade.
Enquanto não entendermos que somos irmãos e filhos de um
único Pai, e convivermos em fraternidade, não teremos a
almejada Paz
A maturidade consciencial não se adquire no açodamento,
mas pela paciência e perseverança no estudo daquilo que
não vemos, mas sentimos. Essa consciência é a razão que
ecoa no coração. Em O Livro dos Espíritos,
questão 621, temos: “Onde está escrita a lei de Deus? –
Na consciência”. Disso tudo inferimos que essa
consciência precisa despertar. É dela que iremos extrair
tudo aquilo de que necessitamos e, dela, também teremos
condições de entender o real sentido da vida.